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Já são quase 100 anos desde a estreia da Seleção no NE. Antes mesmo de vestir verde e amarelo.

A participação da Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 1934, na Itália, foi a mais rápida da história do país, com apenas um jogo. Num formato eliminatório, o time perdeu da Espanha por 3 x 1, com a estreia já correspondendo às oitavas de final. Para não dar viagem pedida, até porque foram 15 dias num navio, o escrete ainda fez oito amistosos na Europa.

Ao arrumar as malas para a volta ao Rio, a delegação fez uma pausa no Nordeste, onde a canarinha, que sequer tinha esse apelido, pois jogava de branco, realizou mais 11 amistosos, sendo 6 em Salvador e 5 no Recife. Aquela “excursão” não planejada marcou o início da história nos campos da região, incluindo uma derrota para o Santa Cruz – no país, só Galo e Fla também venceram.

Consultando livros (Seleção Brasileira: 1914-2006) e sites (RSSSF), levantei todos os jogos do Brasil em estádios do Nordeste. Mas não só da seleção principal. Nesta pesquisa, considerei também duas categorias relevantes no nosso futebol, a Seleção Olímpica e a Seleção Feminina, com acompanhamento mais regular. No caso da “Olímpica”, a formação mudou bastante ao longo dos anos, sendo conhecida no passado como “Seleção de Novos”.

Atualmente, a última categoria de base da Seleção Brasileira é composta por atletas de até 23 anos, com a possibilidade de utilização de três jogadores sem limite de idade. Já a Feminina, que cresceu na “Era Marta”, com direito a um vice-campeonato mundial, é uma formação criada oficialmente só na década de 1980 – por isso, um número de jogos tão abaixo. Até hoje, 18 estádios diferentes já receberam jogos deste recorte, com apresentações distribuídas nos nove estados – apenas Pernambucano e Paraíba tiveram mais de uma cidade envolvida.

Obs. Pelé jogou três vezes no NE, todas pela seleção principal, em 1969, pouco antes de completar 1.000 gols. O Rei venceu os três jogos e marcou 2 gols – um deles na Ilha do Retiro.

Retrospecto da Seleção no NE atualizado até 23/02/2022 (veja a lista de jogos no fim)*
Geral – 94 jogos, com 70V, 18E e 6D (apto. de 80,8%)
Principal – 65 jogos, com 48V, 14E e 3D (apto. de 81,0%)
Olímpica – 19 jogos, com 12V, 4E e 3D (apto. de 70,1%)
Feminina – 10 jogos, com 10V (apto. de 100%)
* Brasil x Chile, na Fonte Nova, em 2022, foi transferido para o Maracanã

Total de jogos da Seleção por estado (principal, olímpica e feminina)
31 jogos – Pernambuco (19-10-2)
23 jogos – Bahia (21-2-0)
12 jogos – Ceará (11-0-1)
8 jogos – Rio Grande do Norte (2-2-4)
6 jogos – Alagoas (3-2-1)
5 jogos – Maranhão (4-1-0)
4 jogos – Paraíba (2-0-2)
3 jogos – Piauí (2-1-0)
2 jogos – Sergipe (1-1-0)

A seguir, alguns jogos históricos da Seleção Brasileira no Nordeste… 

Principal – Brasil 10 x 4 Galícia, em 07/09/1934, na Graça
Escolha óbvia, devido ao pioneirismo. Tendo como base o Botafogo do Rio, com oito titulares, a Seleção marcou dez gols na partida realizada em Salvador: Waldemar de Brito (5x), Armandinho (4x) e Lêonidas da Silva (1x) – curiosamente, nenhum deles pertencia ao clube carioca. Revés à parte, o clube baiano conquistaria o 1º de seus 5 títulos estaduais três anos depois.

Olímpica – Brasil 2 x 0 Argentina, em 01/02/1976, no Arruda
O Recife recebeu o Pré-Olimpico, que foi o qualificatório sul-americano para o torneio de futebol dos Jogos de Montreal, no Canadá, no mesmo ano. Todos as partidas foram realizadas no Arruda, cujo anel inferior havia sido concluído em 1972. A Seleção assegurou o título na última rodada.

Principal – Brasil 1 x 0 Uruguai, em 27/08/1980, no Castelão-CE
Esse jogo é memorável por dois aspectos. O primeiro deve-se ao espetacular público registrado, logo após a ampliação. Foram 118.496 pagantes, o maior borderô da história da região – contando os não pagantes, a estimativa chega em 130 mil. O amistoso também foi o primeiro “jogo oficial” da seleção principal no NE. Ou seja, país x país. Até então, só jogos contra clubes e seleções estaduais.

Principal // Brasil 1 x 1 Uruguai, em 04/11/1983, Fonte Nova
Durante três edições, em 1975, 1979 e 1983, a Copa América não teve sede fixa, com o formato eliminatório em jogos de ida e volta. Na última, a Seleção chegou à decisão contra o Uruguai. Após a derrota por 2 x 0 no Centenário, a volta ocorreu na Fonte Nova! Embora tenha aberto placar com Jorginho, aos 23/1T, o Brasil sofreu o empate aos 30/2T, através de Aguillera. Diante de 85 mil pessoas, a Celeste conquistou o 12º dos seus 15 títulos (acima, registro de um amistoso em 1997).

Principal // Brasil 6 x 0 Bolívia, em 29/08/1993, no Arruda
A “arrancada para o tetra”. Diante de quase 97 mil torcedores (foto abaixo), no maior público já visto em Pernambuco, a Seleção atropelou o time de Etcheverry, o “El Diablo”, então sensação das Eliminatórias. Foram 5 gols só no primeiro tempo. Naquele dia, o time entrou de mãos dadas, numa ideia de Ricardo Rocha, que seria repetida em toda a campanha do título mundial de 1994.

Principal // Brasil 3 x 0 Venezuela, em 14/11/2001, no Castelão-MA
Após passar bastante aperreio nas Eliminatórias, a Seleção chegou à última rodada precisando de uma vitória para ir ao Mundial da Ásia. Como em outras oportunidades, a CBF marcou o jogo para o Nordeste em busca de apoio popular. Teve, com 63 mil maranhenses presentes . E o povo festejou os três gols logo no início, sendo dois de Luizão e um de Rivaldo. Naquele qualificatório, o Brasil perdeu 6 vezes e teve 4 técnicos. O último foi Felipão. Dali para o penta.

Principal // Brasil 2 x 1 Colômbia, em 04/07/2014, no Castelão-CE
O Castelão, já modernizado, recebeu dois jogos da Seleção na Copa do Mundo de 2014, sendo o único da região. A segunda partida foi o ponto alto, valendo pelas quartas de final, com hino à capela e vitória verde e amarela. O ponto triste foi a lesão de Neymar, após entrada de Zuniga.

Feminina // Brasil 6 x 0 México, em 13/12/2015, na Arena das Dunas
Embora pouca gente tenha visto, o jogo válido pelo Torneio Internacional de Natal ficou marcado pelo 100º gol de Marta com a camisa da canarinha. Assim, a Rainha se tornou a primeira pessoa, em qualquer categoria da Seleção Brasileira, a atingir a marca centenária.

Os 5 maiores públicos da Seleção Principal

1º) 118.496 – Brasil 1 x 0 Uruguai (Castelão-CE, 1980)
2º) 96.990 – Brasil 6 x 0 Bolívia (Arruda, 1993)
3º) 90.400 – Brasil 2 x 0 Argentina (Arruda, 1994)
4º) 85.933 – Brasil 1 x 1 Uruguai (Fonte Nova, 1983)
5º) 77.258 – Brasil 2 x 1 Argentina (Fonte Nova, 1985)

Os 5 maiores públicos da Seleção Olímpica

1º) 41.067 – Brasil 4 x 0 Dinamarca (Fonte Nova, 2016)
2º) 22.426 – Brasil 0 x 1 Santa Cruz (Arruda, 1972)
3º) 12.926 – Brasil 1 x 1 Uruguai (Arruda, 1976)
4º) 10.838 – Brasil 0 x 0 México (Castelão-MA, 2015)
5º) 9.439 – Brasil 4 x 0 Colômbia (Arruda, 1976)

Os 5 maiores públicos da Seleção Feminina

1º) 10.643 – Brasil 3 x 1 Canadá (Arena das Dunas, 2015)
2º) 10.000 – Brasil 10 x 0 Portugal (Ilha do Retiro, 1995)
3º) 8.197 – Brasil 3 x 1 Austrália (Presidente Vargas, 2016)
4º) 6.225 – Brasil 6 x 0 México (Arena das Dunas, 2015)
5º) 5.891 – Brasil 2 x 1 Canadá (Arena das Dunas, 2015)

Divisão geral por estádio (94x; 18 estádios)
1º) 18 jogos – Arruda (Recife-PE)
2º) 16 jogos – Fonte Nova (Salvador-BA)
3º) 11 jogos – Castelão (Fortaleza-CE)
4º) 6 jogos – Graça* (Salvador-BA) e Rei Pelé (Maceió-AL)
6º) 5 jogos – Arena das Dunas (Natal-RN), Avenida Malaquias* (Recife-PE) e Castelão (São Luís-MA)
9º) 4 jogos – Ilha do Retiro (Recife-PE)
10º) 3 jogos – Albertão (Teresina-PI), Arena Pernambuco (São Lourenço-PE) e Machadão* (Natal-RN)
13º) 2 jogos – Almeidão (João Pessoa-PB), Amigão (Campina Grande-PB) e Batistão (Aracaju-SE)
16º) 1 jogo – Aflitos (Recife-PE), Pituaçu (Salvador-BA) e Presidente Vargas (Fortaleza-CE)
* Campos extintos

Abaixo, um quadro com todos os jogos listados e os públicos de cada um – entre os dados revelados. Você pode clicar no topo de cada coluna para detalhar a informação, por categoria, estádio, estado ou público. Além disso, também há a opção de visualização de cada estado.


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