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O mandato de Alírio Moraes, o primeiro com três anos após a reforma estatutária do Santa Cruz, teve uma receita total de R$ 67.812.673 no período de 2015 a 2017, com um ano na Série A e dois anos na Série B. Na média, um faturamento de 22,6 milhões de reais, bem acima do histórico do clube – obviamente, a passagem na elite nacional foi determinante. Entretanto, a despesa também foi enorme. Nunca se gastou tanto dinheiro pelas bandas do Arruda, com R$ 79.667.567 no triênio (índice de 26,5 mi). Ou seja, um déficit acumulado de R$ 11.854.894, com rescaldo imediato para a gestão do novo presidente, o sucessor Constantino Júnior.

O balanço financeiro em relação a 2017, publicado no site da FPF em 28/04, traz dados interessantes. Para começar, é o mais detalhado desde que passei tocar no assunto – no início desta década. Além das cifras, estão presentes as notas explicativas (no fim do post, a íntegra do documento). À parte do trabalho geral de Alírio, com o maior título do clube (Nordestão 2016) e dois rebaixamentos seguidos, vamos focar no último ano, que registrou uma receita de 15,8 milhões de reais.

Vale lembrar que o tricolor não é um ‘cotista da TV’, expressão utilizada para aqueles clubes que recebem na segundona divisão a mesma cota que receberiam na Série A. Dito isso, o repasse da Rede Globo caiu de R$ 23 milhões para R$ 6,2 milhões. Só que, na prática, a queda foi ainda mais sentida. Analisando a divisão do faturamento, num gráfico feito pelo próprio clube, a participação da televisão não chega a R$ 3,5 milhões – ou seja, haja adiantamentos.

Assim, sem a integralidade do dinheiro da televisão para o Nacional e com a bilheteria sofrendo uma grande baixa (de R$ 6,0 mi para R$ 2,2 milhões de renda bruta, com média de 8.481 torcedores), a receita operacional do Santa Cruz caiu 57% – de forma bruta, R$ 21 mi. Foi, disparada, a maior redução na década. Ainda que um número menor não fosse surpresa, fica claro que o clube voltou de forma imediata ao patamar pré-título regional.

Outro ponto a ser analisado no relatório do Santa Cruz é a soma dos passivos circulante e não circulante, o que indica o ‘endividamento’. Após uma ótima redução de 15,1 milhões em 2016, o passivo voltou a subir. Sendo preciso: R$ 3.312.962. Entre os principais tópicos para isso, o aumento de 7,7 milhões de reais nas obrigações sociais trabalhistas. Ao menos o volume de empréstimos diminuiu 1,8 milhão – de 10,9 mi para 9,0 mi, ainda alto. O próximo balanço oficial o clube terá como cenário a passagem na Série C, cujo faturamento variou entre 13 e 16 mi nas últimas participações (2012/2013). Logo, o dinheiro deve seguir curto no Arruda.

Últimas receitas operacionais do Santa Cruz
2011 – R$ 17.185.073
2012 – R$ 13.133.535 (-23%)
2013 – R$ 16.955.711 (+29%)
2014 – R$ 16.504.362 (-2%)
2015 – R$ 15.110.061 (-8%)
2016 – R$ 36.854.071 (+143%)
2017 – R$ 15.848.541 (-57%)

Passivo
2011 – R$ 69.775.333
2012 – R$ 71.536.863 (+2%)
2013 – R$ 71.377.478 (-0,2%)
2014 – R$ 72.727.047 (+1%)
2015 – R$ 77.728.805 (+6%)
2016 – R$ 62.604.879 (-19%)
2017 – R$ 65.917.841 (+5%)

Superávit/déficit
2011 (+1.443.869)
2012 (-692.408)
2013 (+453.996)
2014 (-1.766.461)
2015 (-3.388.522)
2016 (-3.861.281)
2017 (-4.605.091)


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