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Politicamente, o Vitória vive um de seus momentos mais conturbados. O balanço sobre 2018 foi o primeiro e último da gestão de Ricardo David, cujo biênio foi antecipado, com a renúncia sucedida de novas eleições, com a volta de Paulo Carneiro em abril de 2019 – teve 67% dos votos no pleito extraordinário. E o último ano do leão baiano foi, de fato, alarmante nos gramados, com o rebaixamento como consequência de um time caro e mal montado.

No futebol profissional, as despesas com salários e encargos chegaram a R$ 34,6 milhões – na base, um dos focos do clube, o investimento foi de R$ 4,8 milhões.

Porém, segundo o balanço oficial divulgado pelo clube, o departamento deixou um buraco de R$ 7,2 milhões entre salários, 13º, férias e rescisões, além de atrasos no recolhimento de FGTS e INSS. Considerando todos os departamentos do clube, são 320 funcionários, ou “colaboradores”, como destaca o relatório.

A grande bronca para fechar esta conta é a inevitável queda de receita em 2019, a partir da mudança no contrato com a Rede Globo. Até 2018, o clube tinha direito à cota integral da Série A em seu primeiro ano após o descenso à Série B. Justamente agora, não há mais a “cláusula para-quedas”. Nos últimos dois anos, o Vitória teve R$ 50 mi e R$ 48 mi de receita de televisão, que corresponderam a 57% e 55% da receita declarada, respectivamente. Pesa. Para a Série B, a cota é de apenas R$ 6 mi, a mesma para os 20 clubes participantes.

No triênio 2016-2018, jogando na elite, a receita total foi de R$ 287 milhões, com média de R$ 95 mi/ano. Para 2019, o orçamento é de R$ 45 mi. Nova realidade com implantação imediata, até para evitar outro déficit – o último foi de quase R$ 4 mi. Inclusive, o relatório já traz as medidas necessárias: “negociação de atletas para recomposição, bem como geração de novas receitas/permutas” e “redução de custos em todas as áreas, especialmente, futebol profissional”. Em 2018 o leão da barra arrecadou R$ 16 mi em transações, mas não deu conta. Sobre essas benesses, aliás, há um crédito de R$ 2 mi junto ao São Paulo, pela venda de Tréllez, e de R$ 560 mil junto ao Valencia da Espanha. Se não houver atraso, ajudará bastante.

Abaixo, um comparativo sobre quatro frentes importantes para a composição da receita no futebol profissional, considerando os últimos dois balanços do Vitória – e as respectivas séries nacionais.

Direitos de transmissão na TV
2017 (A) – R$ 50.678.045
2018 (A) – R$ 48.563.000 (-4,1%; -2,11 mi)

Quadro de sócios-torcedores
2017 (A) – R$ 5.557.847
2018 (A) – ainda não divulgado*
* No demonstrativo, o clube somou esta receita às premiações e loterias. Ao todo, R$ 11,7 mi

Renda nos jogos
2017 (A) – R$ 4.270.159
2018 (A) – R$ 3.394.000 (-20,5%; -0,87 mi)

Patrocínio/Marketing
2017 (A) – R$ 5.689.619
2018 (A) – R$ 6.469.000 (+13,6%; +0,77 mi)

A seguir, o histórico de receitas do Vitória nesta década, com um salto de R$ 52,8 milhões em oito anos, embora o auge tenha sido em 2016, ano da assinatura do contrato anterior com a Globo – com direito a uma antecipação de R$ 18 mi, a ser paga entre 2019 e 2023.

Faturamento do clube (receita total)
2011 (B) – R$ 34.200.000
2012 (B) – R$ 52.303.000 (+52,9%; +18,10 mi)
2013 (A) – R$ 65.101.000 (+24,4%; +12,79 mi)
2014 (A) – R$ 61.835.000 (-5,0%; -3,26 mi)
2015 (B) – R$ 52.280.000 (-15,4%; -9,55 mi)
2016 (A) – R$ 111.976.212 (+114,1%; +59,69 mi)
2017 (A) – R$ 88.071.107 (-21,3%; -23,90 mi)
2018 (A) – R$ 87.013.000 (-1,2%; -1,05 mi)

Resultado do exercício (superávit/déficit)
2011 (B): +229.000
2012 (B): +204.000
2013 (A): +531.000
2014 (A): +268.000
2015 (B): -7.607.000
2016 (A): +25.912.546
2017 (A): -59.845.190
2018 (A): -3.982.000

Evolução do passivo do clube (circulante + não circulante)
2011 (B) – R$ 10.441.000
2012 (B) – R$ 57.809.000 (+453,6%; +47,36 mi)
2013 (A) – R$ 59.376.000 (+2,7%; +1,56 mi)
2014 (A) – R$ 64.612.000 (+8,8%; +5,23 mi)
2015 (B) – R$ 76.475.687 (+18,3%; +11,86 mi)
2016 (A) – R$ 66.734.271 (-12,7%; -9,74 mi)
2017 (A) – R$ 109.221.000 (+63,6%; +42,48)
2018 (A) – R$ 105.097.000 (-3,7%; -4,12 mi)

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