O Timbu não vencia o Sport fora de casa desde 2019. Veja os gols abaixo. Foto: Rafael Vieira/FPF.
A estratégia do Náutico foi clara desde os primeiros instantes. Povoou o meio-campo, um setor carente no adversário em termos de combate, e jogou seguindo o script do início ao fim. Preciso em suas oportunidades, o Timbu fez 2 x 1 e arrancou uma vitória importantíssima no Campeonato Pernambucano. Obediente taticamente, o time soube suportar momentos de pressão e conseguiu gerar desafogo num jogo pegado. Ou seja, os alvirrubros foram até a Ilha do Retiro conscientes do que enfrentariam e estudaram os detalhes para contornar isso. Bastava isso para vencer? Obviamente não. Futebol não é só isso, não mesmo. Era preciso transpirar, tirar o rival da zona de conforto num estádio com torcida única. As falhas precisariam ser mínimas. E o Náutico praticamente não falhou.
Timbu não deu brecha. Já o Sport…
Nem no viés defensivo, com o goleiro Muriel trazendo segurança a um problema crônico, e nem no viés ofensivo, aproveitando as chances desta vez. Diante da Juazeirense, pelo Nordestão, o time foi inconstante, voltando a aumentar a intensidade somente nos minutos finais, quando desperdiçou as melhores chances da noite. Na Ilha, num clássico que começou sob sol forte, Sousa deu pouco espaço, Auremir e Marco Antônio cumpriram os seus papéis no encaixe e Igor Pereira, que entrou no decorrer, foi decisivo. Isso só para citar o meio-campo, o coração do time, que pulsou tendo apenas 31% de posse.
Enquanto isso, o Sport falhou feio. A pisada na bola de Antônio Carlos, logo aos 15 minutos, deixou o nigeriano Samuel Otusanya com toda a tranquilidade para abrir o placar. O plano de jogo do visitante, que já tinha travado a largada rubro-negra, acabou pesando ainda mais. O “cinturão” de alvirrubros à frente da construção ofensiva do Leão evitou a oportunidades mais incisivas. Até porque chutar o Sport chutou – mesmo após a saída de Lucas Lima logo cedo, por questão física. Ao todo, o scout de finalizações apontou 23 x 4 para os rubro-negros. Porém, 11 chutes do Sport foram pra fora. Na barra, apenas sete, com Muriel sendo vazado só na última tentativa do mandante, através de Paciência. Ali, o jogo já estava 2 x 0.
Náutico pavimentou a vaga direta na semifinal
Sim, porque pouco antes houve um contragolpe fatal, no qual Antônio Carlos errou de novo e Igor avançou até a finalização com muita categoria, encobrindo Thiago Couto. Dos quatro chutes do Náutico nos 90 minutos, três foram na barra e dois resultaram em gol. Essa eficiência diante de um dado enxuto não transforma essa partida numa reviravolta. Na verdade, é mais um elemento de um jogo preciso do primeiro ao último minuto. Se o Sport perdeu os três grandes jogos que disputou neste início de temporada, contra Santa Cruz, Fortaleza e Náutico, o Timbu venceu os três grandes jogos que fez, contra Ceará, Santa e Leão. Não pode ser só coincidência a conexão com esses jogos – nem de um nem de outro.
Ainda que o desempenho do Náutico em outros jogos em 2025 tenha sido questionável, nos principais embates a resposta vem sendo muito boa. Lá na casa do Sport, o Náutico voltou a triunfar após seis anos. Beneficiado ainda pelo empate do Maguary, também neste sábado, o time de Rosa e Silva terminará a penúltima rodada do Estadual na vice-liderança. Com 16 pontos, sendo seis em clássicos, está a um triz da passagem direta para a semifinal. Um vitória simples sobre o Decisão, em Sertânia, deve ser suficiente para confirmar a vaga. Com 12 pontos, o Sport não tem mais chances de ir diretamente à semifinal. Hoje, briga para ao menos ter o mando nas quartas. E até isso já ficou difícil.
Escalação do Sport, 1 (piores: Antônio Carlos e Matheus Alexandre)
Thiago Couto; Matheus Alexandre (Di Plácido), Antônio Carlos, Chico e Dalbert; Zé Lucas, Hyoran (Fabrício Domínguez) e Lucas Lima (Chrystian Barletta); Lenny Lobato (Rodrigo Atencio), Carlos Alberto (Pablo) e Gonçalo Paciência. Técnico: Pepa
Escalação do Náutico, 2 (melhores: Felipe Santana, Muriel e Sousa)
Muriel; Marcos Ytalo, Felipe Santana (Índio), Odivan e Igor Fernandes; Sousa, Auremir e Marco Antônio; Wenderson (Igor Pereira), Patrick Allan (Kayon) e Samuel Otusanya (Hélio Borges). Técnico: André Caldas (interino)
Histórico geral do Clássico dos Clássicos
568 jogos (todos os mandos
218 vitórias do Sport (38,3%)
164 empates (28,8%)
185 vitórias do Náutico (32,5%)
1 placar desconhecido (em 1931)
Maiores públicos do Sport em 2025
1º) 13.023 pessoas: Sport 1 x 2 Náutico (Estadual, 15/02)
2º) 11.200 pessoas: Sport 0 x 2 Fortaleza (Nordestão, 04/02)
3º) 10.014 pessoas: Sport 4 x 1 Jaguar (Estadual, 29/01)
4º) 9.938 pessoas: Sport 5 x 0 Maguary (Estadual, 08/02)
5º) 9.524 pessoas: Sport 1 x 1 Retrô (Estadual, 18/01)
6º) 9.302 pessoas: Sport 1 x 1 Decisão (Estadual, 14/01)
* Dados até 15 de fevereiro
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Abaixo, veja o gol do atacante Samuel Otusanya aos 15 minutos do 1º tempo.
SAMUEL OTUSANYA abre o placar para o @nauticope no Clássico dos Clássicos! ⚽️✅ pic.twitter.com/oTqhMlPLeW
— Federação Pernambucana de Futebol (@fpfpe) February 15, 2025
Agora veja o segundo gol, o golaço de Igor Pereira nos acréscimos do 2º tempo.
Golaço de Igor Pereira para o @nauticope! ⚽️✅
O volante Igor Pereira marca o segundo gol do Náutico no Clássico dos Clássicos, já na reta final do segundo tempo. Confira!
Fim de jogo: Sport 1 x 2 Náutico | 8ª Rodada | Pernambucano BetNacional 2025 pic.twitter.com/tpvAzYqnHS
— Federação Pernambucana de Futebol (@fpfpe) February 15, 2025