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Sport na Série A 2025

O Leão chega a 40 participações na elite desde 1971, ou 72% do total. Foto Paulo Paiva/Sport.

Foram três anos fora da Série A, tempo suficiente para uma revolução econômica no futebol brasileiro, com a proliferação de SAFs e receitas cada vez maiores, em patrocínios de bets, em bilheterias com tíquete médio de “arena” e, agora, na renovação dos direitos de transmissão. O Sport retorna ao Brasileirão obrigado a se aproximar deste patamar para ser competitivo na temporada. Sem surpresa, o clube pernambucano terá o maior orçamento de sua história. O recorde nominal até então era de R$ 108 milhões, em 2018. A ultrapassagem era esperada. Mas e com a correção? Aquele valor daria hoje R$ 157 milhões. Também ficou pra trás. Para 2025, a direção rubro-negra estima um faturamento de R$ 183 milhões.

Rivais regionais passam de R$ 200 milhões

O novo número representa um aumento de R$ 113,7 milhões em relação ao ano passado, quando estava na Série B. A previsão do Leão, adiantada pelo repórter Daniel Leal, do site Globo Esporte, é uma marca significativa na Ilha do Retiro. Mas, basicamente, só na Ilha do Retiro. Dentro da primeira divisão, deverá ser um dos menores orçamentos entre os 20 participantes desta temporada. No recorte do Nordeste, será o menor. Dos cinco times presentes, o recorde da região nos pontos corridos, quatro já revelaram as suas projeções.

O maior valor do NE é o do Fortaleza, mais que o dobro. O Laion, que está na Libertadores, prevê R$ 387 milhões. Depois vem o Vitória, com R$ 288 milhões. O time baiano está na Sul-Americana. Na sequência, o Ceará, com R$ 229 milhões. Embora tenha subido junto com o Sport, o alvinegro cearense deverá arrecadar R$ 46 milhões a mais. Haja diferença. E o Bahia? Com a SAF junto ao Grupo City, a abertura de dados ficou mais restrita. Dito isso, o Baêa estimou R$ 320 milhões no ano passado e neste ano já investiu cerca de R$ 100 milhões em contratações. É um tanto óbvio que o valor será maior que o do Sport.

Transmissão pode representar mais de 50%

Feito o comparativo, como fica a composição da receita do Sport em 2025? Após o acesso obtido na última rodada da Segundona, o clube montou o orçamento com o novo cenário, com destaque para a verba da televisão. Após três edições na Série B tendo cotas entre R$ 8 mi e R$ 11 mi, o clube poderá receber até R$ 100 milhões na Série A – numa estimativa dada pelo próprio presidente leonino, Yuri Romão. Chegando a tanto, a TV representaria 54% do faturamento. Este Brasileirão marca o início de um novo contrato, válido por três edições. Filiado à Liga Forte União (LFU), o Leão da Ilha assinou com Record, Prime Video e YouTube.

Ainda sem o detalhamento das outras fontes de receita, dá para imaginar alguns cenários a partir da torcida. No quadro associativo, o clube tem 22 mil sócios titulares adimplentes – na reta final da Série B chegou a ter 26 mil. O Sport deve lançar a nova campanha até março, com expectativa de alcançar 30 mil sócios em dia até a estreia no Brasileirão. Além disso, o clube está perto de concluir as obras de acessibilidade para ampliar a capacidade da Ilha do Retiro, de 26,3 mil para 32,5 mil torcedores. Isso seria basicamente o máximo sem restrições

Folha maior e compras milionárias

Com o caixa reforçado, dentro da sua realidade, o Sport irá aumentar consideravelmente a folha do futebol. Na reta final da campanha que valeu o acesso, o gasto estava em R$ 4,3 milhões mensais. Segundo o presidente do clube, a folha começa a temporada em R$ 6 milhões, podendo chegar até R$ 9 milhões na primeira divisão. Além disso, o bicampeão pernambucano já vem investindo em direitos econômicos. Antes do réveillon já houve a aquisição de Fabricio Domínguez por R$ 4,5 milhões. Depois, em janeiro, trouxe Matheus Alexandre (9 mi) e ainda avançou por Rodrigo Atencio (12 mi) e Carlos Alberto (15 mi).

Ou seja, mais de R$ 40 milhões em direitos econômicos. Isso daria 22% do orçamento anual, o que seria algo bem difícil de pagar. Porém, o clube fez as compras de forma parcelada. De toda forma, precisará seguir na elite para ter um orçamento compatível em 2026. Essa (re) montagem é voltada para o Brasileirão, tanto que o rubro-negro começou o Estadual utilizando o Sub 20, com o grupo principal mantendo a pré-temporada. Ao todo, o clube terá quatro torneios em 2025, tendo ainda o Nordestão e a Copa do Brasil. Num levantamento do blog, este orçamento do Sport é o 9º maior da história do futebol nordestino – os dez maiores foram em anos de Série A. No ranking abaixo, o rubro-negro só aparece esta vez.

Maiores orçamentos da história do Nordeste

1º) R$ 387,3 milhões: Fortaleza (2025)
2º) R$ 320,0 milhões: Bahia (2024)
3º) R$ 288,0 milhões: Vitória (2025)
4º) R$ 258,5 milhões: Fortaleza (2024)
5º) R$ 240,1 milhões: Vitória (2024)
6º) R$ 230,0 milhões: Bahia (2023)
7º) R$ 229,4 milhões: Ceará (2025)
8º) R$ 208,6 milhões: Fortaleza (2023)
9º) R$ 183,0 milhões: Sport (2025)
10º) R$ 179,0 milhões: Bahia (2020)
* Dados atualizados até 17/01/2025; falta o do Bahia

A seguir, veja os últimos oito orçamentos do Sport, com o valor de 2025 sendo apenas o segundo acima de R$ 100 milhões. Em 2020 e 2021, quando também esteve na primeira divisão, o cálculo foi afetado pela pandemia da Covid-19. Na lista seguinte, a receita que o clube efetivamente contabilizou de 1º de janeiro a 31 dezembro, com a maior em 2023, devido ao acordo com a LFU.

Previsão de orçamento do Sport

2018 (Série A): R$ 108,3 milhões
2019 (Série B): R$ 60,0 milhões (-44%)
2020 (Série A): R$ 77,5 milhões (+29%)
2021 (Série A): R$ 79,5 milhões (+2%)
2022 (Série B): R$ 59,4 milhões (-25%)
2023 (Série B): R$ 56,9 milhões (-4%)
2024 (Série B): R$ 69,3 milhões (+21%)
2025 (Série A): R$ 183,0 milhões (+164%)

Receita total realizada pelo Sport

2018 (Série A): R$ 104,0 milhões
2019 (Série B): R$ 39,2 milhões (-62%)
2020 (Série A): R$ 54,5 milhões (+39%)
2021 (Série A): R$ 94,1 milhões (+72%)
2022 (Série B): R$ 77,5 milhões (-17%)
2023 (Série B): R$ 206,2 milhões (+165%)
2024 (Série B): Clube pode divulgar até 30/04/2025

Saldo entre receita realizada e orçamento

2018 (Série A): -4,3 milhões
2019 (Série B): -20,8 milhões
2020 (Série A): -23,0 milhões
2021 (Série A): +14,6 milhões
2022 (Série B): +18,1 milhões
2023 (Série B): +149,3 milhões
* Subtração da receita total no ano pelo orçamento previsto

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