Alguns dos exemplares históricos que circularam nas capitais nordestinas após o tri em 70.
Em 21 de junho de 1970, a Seleção Brasileira goleou a Itália por 4 x 1, diante de 107 mil torcedores no Estádio Azteca, no México. Ali ocorreu a consagração da geração de Pelé, com o tricampeonato mundial, obtendo em definitivo a Taça Jules Rimet, a antecessora da atual Taça Fifa, o maior objeto de desejo no futebol. Aquele feito, numa campanha com seis vitórias em seis jogos, completou 50 anos. Período no qual o futebol se transformou bastante, mas com a história preservada.
Aqui, então, relembro capas históricas de jornais da região após a vitória sobre a Azzura, a primeira final exibida ao vivo na tevê no país. Para isso, consultei o acervo digital da Biblioteca Nacional, além dos próprios arquivos dos jornais à disposição dos jornais, e de colecionadores, caso do jornal baiano. Entre as curiosidades, o fato de o jornal O Imparcial, de São Luís, ter circulado no mesmo dia da final, um domingo, numa edição extra. O Diario de Pernambuco com a cobertura do título chegou às bancas na segunda, mas de maneira excepcional, pois o periódico não rodava nas segundas-feiras – e não encontrei o JC, que já circulava na época.
Já o Diario de Natal só voltou a circular na quarta-feira, de acordo com a hemeroteca da Biblioteca Nacional. E isso ajudar a explicar a manchete focando o Rio de Janeiro. No caso, já abordando a chegada dos campeões da Copa do Mundo, com o desembarque no Aeroporto do Galeão. Nesta publicação, ficaram faltando as versões da Paraíba, Piauí e Sergipe.
A seguir, seis capas após o tri, todas numa estética bem diferente. Qual foi a versão mais legal?
O Imparcial (MA), em 21/06/1970 (edição extra)
“A Copa é nossa: 4 x 1”
Logo abaixo da manchete o texto destaca que a vitória sobre a Itália “vingou” a eliminação na semifinal do Mundial de 1938, na França. Na ocasião, a seleção italiana venceu por 2 x 1.
Diario de Pernambuco (PE), em 22/06/1970 (edição especial)
“A Taça é nossa! É nossa para sempre!”
Na capa, o capitão Carlos Alberto Torres em uma das fotos icônicas do torneio e a diagramação com os rostos de todos os jogadores convocados pelo técnico Zagallo para o torneio.
A Tarde (BA), em 22/06/1970
“A Taça para sempre”
Na capa, chama a atenção a arte colorida com um jogador da Seleção erguendo a Jules Rimet. Uma edição em cores era algo raríssimo no jornalismo impresso naquela época, devido ao custo elevado.
O Povo (CE), em 22/06/1970
“Turbilhão de alegria: A Taça é nossa”
A edição do jornal cearense trouxe um brinde curioso. A primeira página anuncia um “diploma de campeão” para os leitores dentro da edição.
Gazeta de Alagoas (AL), em 22/06/1970
“O Caneco é nosso: O Brasil acabou de enlouquecer”
O jornal, ainda com o nome Gazeta da Tarde, também trouxe um trecho colorido, destacando a manchete em verde. Achei esse título o único fora do lugar comum, com bom humor.
Diário de Natal (RN), em 24/06/1970
“Rio delirou com campeões”
Na capa, que já funcionava para a publicação de notícias, o jornal deu uma bajulada no presidente Emílio Médici, o terceiro da ditadura militar no país: “Presidente, a taça é sua”.