Anúncio da Betnacional
Compartilhe!

Sampaio Corrêa campeão da Série B de 1972

O time da Bolívia Querida na final realizada na capital do MA. Foto: Sampaio Corrêa/Twitter.

Adianto que o placar está correto. O Sampaio Corrêa venceu mesmo uma disputa de pênaltis por 5 x 1. Este resultado não é mais possível nas regras atuais, mas o curioso formato aplicado há exatamente 50 anos permitiu a goleada que consagrou o clube maranhense como campeão brasileiro da Série B de 1972. Aquele foi o primeiro título nacional definido nas penalidades, até então usadas em disputas festivas como o extinto Torneio Início, com jogos de 20 minutos. A partir dali, passou a ser o desempate clássico em mata-matas, incluindo três edições da Série A (1977, 1985 e 1986) e duas da Copa do Mundo (1994 e 2006).

Por muito tempo vimos os treinadores escolherem logo os cinco batedores, que precisavam seguir a ordem. Hoje não há mais isso, com a escolha feita a cada cobrança. Só é preciso evitar a repetição, liberada apenas caso todos os jogadores em campo cobrem. E aí está o início da explicação sobre a final entre Sampaio e Campinense, na segunda edição da história da 2ª Divisão, cujo nome oficial foi, curiosamente, “Campeonato Nacional da 1ª Divisão”. A elite de fato foi chamada de “Divisão Extra”. Aquela competição contou com 23 clubes, todos eles do Nordeste. A competição seria regionalizada, mas só a versão do NE saiu do papel.

Modelo único nas cobranças

Após avançar duas fases na liderança do BR, o Sampaio se credenciou à final em jogo único, com a partida marcada para o Estádio Nhozinho Santos. Na época, a divulgação do borderô focava na renda, com muitos públicos desconhecidos. O apurado na tarde daquele domingo, em 17 de dezembro de 1972, foi de 39.105 cruzeiros, com casa cheia. O jogo terminou empatado em 1 x 1. O clube paraibano vencia por 1 x 0, gol de Wolmir, até os 45 do segundo tempo, quando Pelezinho empatou. Foi o 8º gol do atacante, o artilheiro isolado. Veio a prorrogação, com mais 30 minutos em pé de igualdade, agora sem gols. Enfim, a novidade em campeonatos profissionais no país, com a disputa de pênaltis.

Na época houve um sorteio prévio para decidir se seriam cinco cobradores diferentes ou apenas um, opção que seria extinta pouco depois. Na moedinha, o Campinense escolheu o modelo utilizado no Torneio Início, com apenas um batedor – a diferença seria o nº de chutes, com cinco em vez de três. No Sampaio, a responsabilidade ficou com o zagueiro Neguinho, enquanto o também zagueiro Ivan Lopes, que havia escolhido o formato, seria o nome dos visitantes. Agora, o desfecho da charada: as cobranças não eram alternadas! Também via sorteio, o Paio cobrou primeiro, com Neguinho chutando cinco vezes seguidas. Converteu todas, abrindo 5 x 0. Ou seja, Ivan precisaria ter 100% de aproveitamento na sua série para forçar a continuidade. Converteu a primeira, mas errou a segunda.

De tão estranho, parece erro

Segundo o Diario de Pernambuco, com o maior relato sobre o jogo em pesquisa no site da Biblioteca Nacional, a bola foi na trave. Assim, o árbitro Ronald Monassa encerrou a decisão com o placar de 5 x 1, tão incomum que por vezes é confundido como erro de digitação, com 5 x 4 em algumas publicações. Dali saiu o primeiro dos três títulos nacionais do clube de São Luís, que também venceu a Série C de 1997 e a Série D de 2012. Na primeira estrela, viveu uma história que provavelmente nunca mais acontecerá no futebol…

Campanha do Sampaio na Série B de 1972

17 jogos (19 GP e 8 GC; +11 SG)
8 vitórias
4 empates
5 derrotas

A escalação do Sampaio na final
Jurandir; Célio Rodrigues, Neguinho, Nivaldo e Valdecy Lima; Gojoba e Edmilson Leite (Airton); Lima, Djalma, Pelezinho e Jaldemir (Prado). Técnico: Marçal Tolentino

Eis a publicação da Bolívia Querida celebrando o cinquentenário do seu 1º título nacional.

Leia mais sobre o assunto
Liga: Sampaio Corrêa é o primeiro nordestino a trocar a Forte Futebol pela Libra


Compartilhe!