Vinícius Júnior foi eleito o craque na final no Marrocos. Foto: Fifa/divulgação.
Controlando as ações e sofrendo pouco, o Real Madrid cumpriu o protocolo em Rabat e conquistou o título mundial pela 8ª vez. Recorde absoluto, tendo agora o dobro de taças do segundo maior vencedor na contagem desde 1960. Na “Copa do Mundo de Clubes” da Fifa, especificamente, este foi o 5º troféu do clube merengue, todos conquistados durante o maior domínio já estabelecido pela Europa, com o decacampeonato mundial. Pois é. São dez triunfos seguidos desde 2013. Desde o título do Corinthians no Japão, o roteiro não mudou mais. Até porque as vitórias foram quase todas construídas numa intensidade bem abaixo daquele futebol visto nas campanhas da concorrida Champions League.
Em Rabat, valendo ainda pela edição de 2022, que atrasou, o Real goleou Al-Ahly do Egito na semifinal, por 4 x 1, e depois bateu o Al-Hilal da Arábia Saudita na final, por 5 x 3, com cara de amistoso – o vice foi sempre diminuindo o placar e só. Assim, sequer houve a medição de forças com o campeão da Libertadores, com o Flamengo eliminado ainda na semi. Há uns 15 anos isso seria inconcebível. Hoje, a estatística de insucessos dos sul-americanos mostra que a classificação à decisão já virou um “feito” – embora a queda ainda seja vista como vexame.
Considerando o formato atual do Mundial de Clubes da Fifa, com europeus e sul-americanos estreando só na semifinal, os campeões da Champions avançaram todas as 18 vezes desde 2005, com 15 títulos. Na final, foram 12 jogos contra os campeões da Libertadores, que venceram apenas 3. Ou seja, os representantes da Conmebol caíram em 6 semifinais, sendo 3 contra asiáticos (caso do Al-Hilal), 2 contra africanos e 1 contra o time da Concacaf.
O futuro do Mundial de Clubes
Quem será capaz de quebrar esta sequência? Em campo, a diferença técnica vem aumentando. Fora de campo, a iminente mudança no torneio deverá deixar a missão ainda mais difícil, tanto pela quantidade de adversários quanto pelo tempo entre as edições. Segundo o presidente próprio da Fifa, Gianni Infantino, a entidade planeja ampliar o Mundial de Clubes de 7 para 32 clubes, contando com 8 europeus e 6 sul-americanos. Neste caso, chegar na semifinal realmente passará a ser algo grande. O plano foi revelado em 16 de dezembro de 2022, com a intenção de começar em 2025, com disputas a cada quatro anos.
Entretanto, esta não é a primeira vez que a Fifa pensa nisso. Após a pioneira edição de 2000, no Brasil, haveria um torneio de 12 clubes na Espanha, em 2001. Acabou cancelado. Desde então, já foram mais de vinte anos e esse papo vai e volta. Veremos se o formato atual continuará por mais 1 ou 2 anos. Caso sim, serão as maiores chances de mudar a fila de taças. No geral, contando a Copa Intercontinental, reconhecida oficialmente como título mundial, a Europa já abriu dez títulos (36 x 26). Justamente o deca…
O decacampeonato mundial da Europa
2013 – Bayern de Munique (ALE) 2 x 0 Raja Casablanca (MAR)
2014 – Real Madrid (ESP) 2 x 0 San Lorenzo (ARG)
2015 – Barcelona (ESP) 3 x 0 River Plate (ARG)
2016 – Real Madrid (ESP) 4 x 2 Kashima Antlers (JAP)*
2017 – Real Madrid (ESP) 1 x 0 Grêmio (BRA)
2018 – Real Madrid (ESP) 4 x 1 Al Ain (EAU)
2019 – Liverpool (ING) 1 x 0 Flamengo (BRA)*
2020 – Bayern de Munique (ALE) 1 x 0 Tigres (MEX)
2021 – Chelsea (ING) 2 x 1 Palmeiras (BRA)*
2022 – Real Madrid (ESP) 5 x 3 Al-Hilal (SAU)
* Na prorrogação
Ranking de títulos mundiais de 1960 a 2022
8 vezes – Real Madrid (ESP)
4 vezes – Bayern de Munique (ALE) e Milan (ITA)
3 vezes – Barcelona (ESP), Boca Juniors (ARG), Internazionale (ITA), Nacional (URU), Peñarol (URU) e São Paulo (BRA)
2 vezes – Ajax (HOL), Corinthians (BRA), Independiente (ARG), Juventus (ITA), Manchester United (ING), Porto (POR) e Santos (BRA)
1 vez – Atlético de Madrid (ESP), Borussia Dortmund (ALE), Chelsea (ING) Estrela Vermelha (SRV), Estudiantes (ARG), Feyenoord (HOL), Flamengo (BRA), Grêmio (BRA), Internacional (BRA), Liverpool (ING), Olimpia (PAR), Racing (ARG), River Plate (ARG) e Vélez Sarsfield (ARG)
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