O trecho do ato assinado pelo presidente da FPF, Evandro Carvalho. Imagem: reprodução.
A FPF homologou o documento com os valores das suas 76 taxas administrativas para 2023 em 30 de dezembro, através do ato nº 22/2022. Entretanto, a direção da Federação Pernambucana de Futebol divulgou um novo ato, agora o de nº 02/2023, fazendo uma retificação. E justamente no maior valor presente. Com um aumento de 94,5%, válido desde 4 de abril, a taxa de filiação de clube profissional subiu de R$ 950 mil para R$ 1,85 milhão.
Há cinco anos essa taxa custava R$ 750 mil e já era fora da realidade local. O curioso é que o período de lá pra cá foi marcado pela escalada de filiações no estado, com cinco novos clubes. Além disso, o próprio mandatário da entidade comentou o plano de elevar o número de times profissionais, projetando até 50 – ainda faltam 12. Pagando quase R$ 2 milhões?! Nos casos anteriores, entre as cifras divulgadas, vale lembrar que a execução acabou sendo de cerca de 50% do valor-base, mas sem detalhes específicos sobre o desconto.
O perfil dos interessados em PE
Não havendo desconto, não é razoável imaginar o surgimento de um clube que não esteja atrelado ao perfil de um grande empresário ou de um projeto político de alguma prefeitura do interior. Ainda assim, Evandro afirmou, em entrevista ao blog, em janeiro, que dois clubes já haviam feito o pedido de profissionalização. Ao todo, existem seis taxas administrativas acima de R$ 100 mil – veja as maiores abaixo. A última deste porte foi criada recentemente, com a cobrança de R$ 120 mil em caso de conversão do clube em “SAF”.
Neste momento, Náutico, Santa Cruz e Sport se articulam para seguir este caminho, com a mudança da “associação civil”, o formato adotado pela imensa maioria dos clubes do Brasil, em “sociedade anônima do futebol”, o modelo que vem ganhando força. Em tese, isso representaria R$ 360 mil à FPF. E olhe que está “barato”, pois o dirigente adiantou que essa taxa, que na verdade foi uma “imposição da CBF” às 27 federações estaduais, deverá subir para R$ 1 milhão a partir de 2024. Caso se confirme, o ato da FPF sobre as taxas da próxima temporada terá não um, mas dois boletos com sete dígitos. Surreal…
As 10 taxas mais caras cobradas pela FPF
1º) R$ 1.850.000 – Filiação de clube profissional
2º) R$ 385.875 – Mudança de sede para outro município
3º) R$ 251.370 – Filiação de liga à FPF
4º) R$ 157.500 – Licença ou afastamento da Série A1
5º) R$ 120.000 – Conversão em SAF
6º) R$ 115.900 – Filiação de clube amador
7º) R$ 26.250 – Licença ou afastamento da Série A2
8º) R$ 15.750 – Licença ou afastamento da Série A3
9º) R$ 10.500 – Licença ou afastamento de competição não profissional
10º) R$ 8.820 – Registro de atleta que ganhe mais de 50 salários mínimos
Os últimos clubes profissionais filiados à FPF
12/2018 – Retrô de Camaragibe (pagou R$ 395 mil)
02/2021 – Caruaru City de Caruaru (pagou R$ 375 mil)
02/2022 – Santa Fé do Recife (valor n/d)
04/2022 – Torres do Recife (valor n/d)
01/2023 – Águia de Cumaru (valor n/d)
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