Lançada em agosto de 2022, a camisa preta custa R$ 349,90. Foto: Joilson Marconne/CBF.
Com 109 anos de história, a Seleção Brasileira já disputou 1.031 jogos oficiais. Até hoje, 1.148 jogadores diferentes já entraram em campo para defender o país. Muitos vestiram a camisa branca, que durou até o fim de 1953, com a imensa maioria, ou 885 sendo preciso, atuando com a tradicional, a “canarinho”, a partir da vitória por 2 x 0 sobre o Chile, em 28 de fevereiro de 1954, com o modelo feito pelo gaúcho Aldyr Schlee, que venceu um concurso de criação. Neste período, o time também fez algumas partidas com o uniforme reserva, azul. E só.
Entretanto, num país continental e miscigenado como o nosso, com um negro sendo o maior de todos os atletas e símbolo das maiores glórias alcançadas, é um contrassenso que tenha passado tanto tempo e tantos atos condenáveis para que o Brasil encampasse uma campanha antirracista nesta escala. À parte de placas na beira do campo e slogans pontuais, o simbolismo deste amistoso contra Guiné, em 17 de junho, talvez seja mesmo o maior.
A força da cor
Afinal, a Seleção jogará com um uniforme preto pela primeira vez. Camisa, calção e meiões. O jogo será em Estádio Cornellà-El Prat, em Barcelona. Lá na Espanha, há menos de um mês, o atacante Vinícius Júnior, do Real Madrid, foi alvo de racismo, num jogo no qual foi expulso e a sua atitude de se contrapor é que foi inicialmente criticada. Portanto, jogar lá – embora o local tenha sido coincidência – dá peso à ideia da CBF. Sobre a camisa preta, ela já existia.
Muito bonita, a camisa preta tem marcas de onça-pintada e faz parte da coleção da temporada 2022/2023 – veja abaixo. Inclusive, a primeira remessa do uniforme produzido pela Nike esgotou rapidamente na época do lançamento. Originalmente, era uma camisa de goleiro, mas será utilizada pelos jogadores de linha no 1º tempo, com o padrão amarelo e verde voltando no 2º tempo. Na minha visão, não só caberia o uso integral como poderia passar a fazer parte da linha como o 2º uniforme alternativo oficial. Como justificativa, a utilização do esporte como meio de política social, integração e respeito. Apesar do jejum de títulos mundiais desde 2002, a Seleção segue sendo um dos maiores meios para isso.
Seleção sem técnico
Ainda sob o comando interino de Ramon Menezes, o Brasil fará dois amistosos na Data Fifa, enfrentando ainda o Senegal em Lisboa, no dia 20. O ciclo visando a Copa do Mundo de 2026 só teve um jogo, com a derrota para o Marrocos, 4º lugar no Catar, em 25 de março. Considerando que a eliminação diante da Croácia aconteceu há seis meses, a espera pelo técnico italiano Carlo Ancelotti já passou do ponto – mesmo sendo um ótimo nome.
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Abaixo, veja a primeira versão da camisa preta a ser utilizada pela Seleção Brasileira.