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O clube do Barradão carimbou o passaporte para a Série A. Arte: Série B/Twitter.

Com uma defesa extremamente sólida e um ataque eficiente, mantendo a regularidade desde a estreia, o Vitória confirmou o acesso na Série B de 2023 de forma antecipada, na 36ª rodada. Num ano iniciado de forma claudicante, indo mal no Baiano, no Nordestão e na Copa do Brasil, o leão baiano conseguiu uma remontagem precisa no elenco para o Campeonato Brasileiro, com o técnico Léo Condé armando o melhor time em anos. A vitória sobre o Novorizontino por 2 x 1, virando aos 52 do 2º tempo, transformou algo que já parecia certo, pois os matemáticos apontavam 99,9% de chance há duas semanas.

Líder desde a 24ª rodada, o rubro-negro de Salvador retorna à elite do Brasileirão após cinco anos, período no qual chegou a cair até para a terceira divisão. Com dois acessos seguidos, reagindo de forma surpreendente em 2022 (da C pra B) e liderando com autoridade em 2023 (da B pra A), o Vitória participará da principal competição do país pela 40ª vez. Com 986 partidas disputados, chegará à milésima apresentação, outro número que justifica a tradição de quem passou muito mais tempo na Série A do que fora dela.

Dinheiro da TV será multiplicado

Este retorno do Vitória, que acabou o seu maior hiato, irá impactar bastante na situação econômica. Há uma estimativa inicial de uma faturamento na casa de R$ 200 milhões na próxima temporada. O montante foi dito pelo próprio presidente do clube, Fábio Mota, numa entrevista ao canal Resenha Leão, do YouTube, no dia 26 de outubro. Isso significa mais que a triplicação do orçamento aprovado neste ano, de R$ 61 mi. O novo orçamento ainda está sendo finalizado pela direção executiva para ser votado no Conselho Deliberativo.

Para essa visão mais otimista, que foi dita antes do acesso, diga-se, o dirigente citou algumas mudanças, com a principal sendo a nova cota de transmissão, que sai de R$ 10 milhões na Série B para “100 milhões” na Série A. Pois é, dez vezes mais. Isso soma todas os contratos, com TV aberta, TV fechada, pay-per-view e até premiação, paga só em caso de permanência na próxima edição. Além disso, o quadro de sócios ganhou força, subindo desde janeiro de 14 mil para 27 mil adimplentes, a maior marca do clube.

Vitória já tem meta internacional para 2025

Caso a projeção da receita total seja alcançada, será, com bastante folga, a maior na história do clube. Até hoje, em valores nominais, só uma temporada passou de R$ 100 milhões. Em 2016, num ano impulsionado pelas “luvas” da assinatura com a Rede Globo, o rubro-negro arrecadou R$ 111.976.212. Também estava na primeira divisão. A correção daquele valor, através da calculadora online do Banco Central, daria R$ 166.556.093. Portanto, a diferença real deve passar de R$ 30 milhões – abaixo, veja as receitas dos últimos dez anos.

Com o maior objetivo esportivo conquistado, mas ainda querendo confirmar o inédito título nacional na Segundona, o Vitória já projeta o próximo passo no Brasileirão. Quer buscar a vaga na Copa Sul-Americana de 2025. Para não depender de vagas extras abertas por campeões de outros torneios, como Copa do Brasil, Libertadores e a própria Sula, o time terá que ficar entre os 12 melhores colocados do Brasileirão. Aquele Vitória ainda vivo na memória, na minha pelo menos, seria um candidato natural a uma campanha deste porte. Assim, um dos maiores clubes do Nordeste projeta a volta ao seu patamar. Parabéns!

Receita anual do Vitória

2015 (Série B): R$ 52,2 milhões
2016 (Série A): R$ 111,9 milhões
2017 (Série A): R$ 88,0 milhões
2018 (Série A): R$ 87,0 milhões
2019 (Série B): R$ 53,0 milhões
2020 (Série B): R$ 39,5 milhões
2021 (Série B): R$ 61,1 milhões
2022 (Série C): R$ 42,6 milhões
2023 (Série B): R$ 61,0 milhões (orçamento)
2024 (Série A): R$ 200,0 milhões (previsão)

O 5º acesso do Vitória e o 36º do Nordeste

Em 44 anos, o Nordeste chegou a 36 acessos à divisão principal, com onze times diferentes, sendo a 5ª vez do Vitória. Vale dizer que o sistema de acesso e descenso como conhecemos hoje em dia, com as mudanças de divisão na edição seguinte, começou em 1988.

Antes, entre 1980 e 1986, época na qual as participações eram obtidas nos campeonatos estaduais, o Brasileirão era bem inchado e o “acesso” podia acontecer na mesma temporada! Portanto, considerando apenas o período a partir de 1988, com o sistema tradicional, foi o 30º da região. Já na era dos pontos corridos, iniciada em 2006, foi a 19º vez. Por sinal, quatro acessos do leão baiano ocorreram no formato atual. Cabe a você escolher o recorte.

1992: 2º lugar de 32 times; 12 vagas (14V, 9E e 7D)
2007: 4º lugar de 20 times; 4 vagas (18V, 5E e 15D), 59 pontos
2012: 4º lugar de 20 times; 4 vagas (21V, 8E e 9D), 71 pontos
2015: 3º lugar de 20 times; 4 vagas (19V, 9E e 10D), 66 pontos
2023: 1º lugar de 20 times; 4 vagas (21V, 6E e 9D), 69 pontos*
* O clube subiu com duas rodadas de antecedência

Acessos do NE à Série A por clube (1980-2023)

1º) 6 vezes – Sport (1980, 1990, 2006, 2011, 2013 e 2019)
2º) 5 vezes – Vitória (1992, 2007, 2012, 2015 e 2023)
3º) 4 vezes – Náutico (1981, 1988, 2006 e 2011), Santa Cruz (1992, 1999, 2005 e 2015), Fortaleza (1992, 2002, 2004 e 2018) e Bahia (1981, 2010, 2016 e 2022)
7º) 3 vezes – Ceará (1992, 2009 e 2017)
8º) 2 vezes – América-RN (1996 e 2006) e CSA (1980 e 2018)
10º) 1 vez – Central (1986) e Treze (1986)

Acessos do NE à Série A por estado (1980-2023)

1º) 15 vezes – Pernambuco (4 clubes)
2º) 9 vezes – Bahia (2 clubes)
3º) 7 vezes – Ceará (2 clubes)
4º) 2 vezes – Alagoas (1 clube) e Rio Grande do Norte (1 clube)
6º) 1 vez – Paraíba (1 clube)

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Abaixo, veja a publicação do Vitória sobre o “acesso colossal”.


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