O novo contrato prevê jogos na Globo, SporTV e Premiere (PPV). Imagem: Globo/reprodução.
Criada em 3 de maio de 2022, a Libra firmou o seu primeiro de transmissão na tevê. No caso, acertou com a Rede Globo sobre a exibição dos jogos dos seus filiados, como mandantes, no Brasileirão de 2025 a 2029. O aporte pode chegar a R$ 1,3 bilhão, fora a receita via pay-per-view, estimada em R$ 200 mi. O atual contrato da Série A, envolvendo todos os clubes, foi firmado em 2019 e acaba nesta temporada, com a distribuição de R$ 1,1 bilhão a cada ano. Com isso, as negociações sobre o novo período já vinham esquentando, até mesmo pelo surgimento de ligas paralelas. Apesar dos nomes, ainda são apenas “blocos comerciais”.
Mudanças no tabuleiro das ligas
Nesses quase dois anos, alguns clubes já viraram até a casaca. O Atlético Mineiro, por exemplo, deixou a Liga Forte Futebol (LFF) e assinou com a Libra. Por outro lado, Botafogo, Cruzeiro e Vasco deixaram a Libra e criaram o “Grupo União”, que hoje atua ao lado da LFF – inclusive, já utilizam até o nome “Liga Forte União”. Por fim, o Corinthians, que nos últimos dias se desentendeu com a Libra e saiu da negociação coletiva. Assim, o Timão virou um “player” independente. No Nordeste, este anúncio com a Globo contemplou quatro clubes.
Embora nenhum nordestino tenha feito parte da fundação da Libra, aos poucos foram sendo adicionados, e por diferentes caminhos. Vitória e Bahia, hoje presentes na primeira divisão, não estavam em liga alguma quando foram convidados. O rubro-negro baiano entrou em 11/2022, logo após o acesso à Série B. Já o tricolor entrou em 01/2023, num momento em que já estava na Série A – naquela ocasião, observando a elite, apenas Bahia e Grêmio não estavam em ligas. Também houve troca de endereço. Sampaio Corrêa, em 12/2022, e ABC, em 08/2023, aceitaram os termos do concorrente e saíram da Forte Futebol para a Libra.
Contrato válido por 5 edições
Hoje, a Libra é o único grupo com direitos firmados na televisão para o Brasileirão de 2025 a 2029. O bloco tem oito clubes ativos na Série A de 2024. O Globo Esporte confirmou a conclusão do negócio com a Libra, com direito ao seguinte trecho no seu site: “o contrato prevê transmissão com exclusividade nas diferentes plataformas da empresa das partidas como mandantes de Atlético-MG, Bahia, Flamengo, Grêmio, Palmeiras, Red Bull Bragantino, Santos, São Paulo, Vitória e outras equipes que possam aderir à Libra no futuro”.
No cenário atual, 45 clubes já anunciaram a adesão em alguma liga de futebol, incluindo o Corinthians, que ficou de fora do novo contrato de transmissão – mas ainda não deixou oficialmente a Libra. Por enquanto, o caminho para uma liga unificada parece difícil. A Forte Futebol, por exemplo, já vendeu 20% dos direitos comerciais dos clubes, por 50 anos (!), mesmo sem firmar um acordo de transmissão – o dinheiro repassado aos filiados veio de investidores. Vale lembrar que só uma liga dominante pode organizar o Campeonato Brasileiro. Num cenário com várias ligas, a CBF continuaria sendo a organizadora.
19 clubes na Libra
9 na Série A de 2024: Atlético (MG), Bahia (BA), Bragantino (SP), Corinthians (SP), Flamengo (RJ), Grêmio (RS), Palmeiras (SP), São Paulo (SP) e Vitória (BA); 8 na Série B: Brusque (SC), Guarani (SP), Ituano (SP), Mirassol (SP), Novorizontino (SP), Paysandu (PA), Ponte Preta (SP) e Santos (SP); 2 na Série C: ABC (RN) e Sampaio Corrêa (MA)
22 clubes na Liga Forte Futebol
8 na Série A de 2024: Athletico (PR), Atlético (GO), Criciúma (SC), Cuiabá (MT), Fluminense (RJ), Fortaleza (CE), Internacional (RS) e Juventude (RS); 9 na Série B: América (MG), Avaí (SC), Chapecoense (SC), Ceará (CE), CRB (AL), Goiás (GO), Operário (PR), Sport (PE) e Vila Nova (GO); 5 na Série C: CSA (AL), Figueirense (SC), Londrina (PR), Náutico (PE) e Tombense (MG)
4 clubes no Grupo União
3 na Série A de 2024: Botafogo (RJ), Cruzeiro (MG) e Vasco (RJ); 1 na Série B: Coritiba (PR)
Atuando de forma independente
2 na Série B de 2024: Amazonas (AM) e Botafogo (SP)
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