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CT do Náutico, no Recife

A área arrendada já está novamente sob posse do Náutico. Foto: Thiago Lemos/Náutico.

O Náutico comunicou oficialmente a rescisão unilateral do Grupo Mateus sobre o aluguel de 20 anos de uma área de três hectares dentro do CT Wilson Campos, na Guabiraba. O terreno estava às margens da rodovia BR-101, onde a empresa visava a construção de um mercado varejista. Contudo, a abertura de unidades de concorrentes nas proximidades, antes da obra, acabou mudando a ideia da empresa, como noticiou o site NE45. Ocorre que o arrendamento já estava assinado com o clube desde o dia 3 de fevereiro de 2023.

E era um contrato longo, com a cessão do espaço por 20 anos, com a possibilidade de renovação por mais 20 anos. O acordo previa um aluguel de R$ 130 mil por mês. Sem correção, o montante pelo aluguel até 2043 seria de R$ 31,2 milhões. Projetando com a correção monetária, o timbu receberia cerca de R$ 56 milhões. Seria um bom dinheiro, sem dúvida. Como também parece ter sido nesta multa rescisória, com o Grupo Mateus pagando R$ 4,2 milhões ao clube. Deste valor, R$ 1,2 milhão já havia entrado como adiantamento.

Abatimento do passivo ou novos reforços?

De acordo com a nota do Náutico, “os R$ 3 milhões restantes serão pagos até julho de 2025, sendo a primeira parcela já depositada na assinatura da rescisão”. Portanto, a área, que segue valorizada, volta ao clube, que inclusive já pode repassá-la a outro investidor. Até porque o projeto de reforma do CT, incluindo um novo acesso, já vinha sendo feito pelo clube, sem a necessidade de utilizar aquela área – ao todo, o CT tem 54 hectares. Agora, fica a grande dúvida sobre a utilização desse “bônus” de R$ 3 milhões.

Originalmente, o dinheiro oriundo do aluguel seria utilizado para o abatimento do passivo, então na casa de R$ 166 milhões, sendo peça importante para o futuro parcelamento via Recuperação Judicial. Por outro lado, a direção executiva do Náutico precisa de recursos para qualificar o time visando o acesso à Série B, que parece ser o limite de viabilidade técnica e econômica para clubes tradicionais do país. Mais uma temporada na Série C pode trazer consequências graves, até mesmo na negociação da futura SAF. Não por acaso, a resposta desta dúvida, que chegará ao Conselho Deliberativo, tende a ser imediata. O que você faria?

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Abaixo, a publicação do Náutico sobre a rescisão solicitada pela empresa varejista.


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