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Sport x Santa Cruz pelo Pernambucano

A festa no gol que valeu a 1ª vitória num clássico desde 2020. Foto: Evelyn Victoria/Santa Cruz.

A disparidade financeira era enorme e a disparidade técnica também era evidente, com três divisões entre os times, mas ainda assim há o elemento de sempre. Que é um diferencial considerável no futebol. O peso da rivalidade num jogo tradicional, ainda mais no Clássico das Multidões, sempre vai existir. O Santa Cruz tem um tricampeonato estadual diante do Sport bem vivo na memória, sempre figurando em divisões inferiores, com menos dinheiro, com menos isso e menos aquilo. Mas ganhou, ganhou e ganhou. Neste sábado, o time foi a campo num comparativo até pior, sem contar o retrospecto recente nos clássicos.

Tricolor teve menos posse e mais intensidade

Eram 16 partidas sem vitória, sendo oito contra Náutico e oito contra o Sport. Ao todo, nove empates e sete derrotas. Quase cinco anos desde o último triunfo coral. Incomodava. Mas o tabu acabou com a emoção necessária em uma partida que atraiu a atenção de 1,6 milhão de telespectadores no Grande Recife. Foi a maior audiência do ano, sem surpresa. Essa gente toda ficou parada diante da teve durante os 90 minutos, numa tarde na qual o time de Itamar Schulle marcou bem e até conseguiu criar boas chances no início do jogo, com Vini Moura e Thiaguinho desperdiçando bons cruzamentos da esquerda.

Depois, o Sport controlou a bola. Ao todo, teve 62% de posse. Entretanto, num ritmo cadenciado, estudado e excessivamente distante do calor de uma partida diferente. Ainda assim, o rubro-negro conseguiu acertar a traves três vezes no clássico, sendo dois chutes de fora da área de Barletta e uma cabeçada de Antônio Carlos. Também exigiu duas boas defesas de Rokenedy em cobranças de falta, uma no ângulo com Ortiz, no 1º tempo, e outra no cantinho com Lucas Lima, no 2º tempo. E assim o empate sem gols seguiu até a reta final no Arruda. No caso, com o Sport trocando passes na saída de bola, buscando algum espaço para uma jogada mais trabalhada, e o Santa louco para para encaixar alguma jogada veloz.

Banco de reservas foi decisivo no gol

Aos 39 minutos, Pepa fez duas alterações mais defensivas, com lateral por lateral e volante por volante, para dar mais gás. Zé Lucas, de 16 anos, teve grande atuação, mas cansou. Enquanto isso, o Santa seguia pensando no bote final, mesmo que o banco, em tese, proporcionasse menos ajuda. Pouco antes, o time havia acionado o atacante Douglas Skilo, vindo do Volta Redonda, e o meia Rafinha, que estava no futebol boliviano e fez a sua estreia. Pois é, a jogada da partida, já à noite, saiu com esses dois. No minuto seguinte à mexida do adversário, numa jogada rápida pela direita, Rafinha cruzou e Skilo subiu livre para cabecear com muita força – veja abaixo. O gol foi bem em frente à torcida tricolor.

Foi um grito de vibração de intensidade realmente diferente, consciente do peso. Com 13 x 8 no scout de finalizações, sendo 4 x 3 nas certas, o Santa mostrou mesmo mais apetite. Após estabelecer a vantagem de 1 x 0 no placar, o nível de concentração do Santa até o apito final, aos 52 minutos, mostrou que esse início de temporada parece mesmo marcar o reinício de tudo. E para ser “tudo”, precisa vencer o clássico, precisa vencer o maior rival. Ou seja, precisa triunfar no Clássico das Multidões, com ou sem disparidade. Dito isso, deu Santa. Ainda há tempo de dizer que o time coral se manteve na liderança, agora com 13 pontos em seis jogos, e tirou a invencibilidade leonina no Campeonato Pernambucano…

Os 10 maiores públicos do Pernambucano 2025

1º) 27.506 pessoas: Santa Cruz 1 x 0 Sport (6ª rodada)
2º) 26.284 pessoas: Santa Cruz 2 x 0 Afogados (3ª rodada)
3º) 24.001 pessoas: Santa Cruz 2 x 0 Petrolina (2ª rodada)
4º) 19.512 pessoas: Santa Cruz 1 x 0 Retrô (5ª rodada)
5º) 13.128 pessoas: Náutico 2 x 1 Santa Cruz (4ª rodada)
6º) 10.014 pessoas: Sport 4 x 1 Jaguar (5ª rodada)
7º) 9.524 pessoas: Sport 1 x 1 Retrô (3ª rodada)
8º) 9.302 pessoas: Sport 1 x 1 Decisão (2ª rodada)
9º) 9.164 pessoas: Náutico 1 x 1 Petrolina (1ª rodada)
10º) 6.693 pessoas: Náutico 2 x 0 Maguary (5ª rodada)
* Dados até 1º de fevereiro

Escalação do Santa Cruz, 1 (melhores: Rokenedy, Lucas e Skilo; pior: Toty)
Rokenedy; Toty, Matheus Vinicius, William Alves e Rodrigues (Vinicius Silva); Lucas Siqueira, Balotelli e João Pedro (Rafinha); Vini Moura (Douglas Skilo), Thiaguinho (Henrique Lordelo) e Israel (Jhonatan Ribeiro). Técnico: Itamar Schull

Escalação do Sport, 0 (melhor: Zé Lucas; piores: Matheus e Paciência)
Caique França; Matheus Alexander, Chico, Antônio Carlos e Dalbert (Igor Cariús); Zé Lucas (Marcelo Ajul), Fabrício Domínguez (Hyoran) e Lucas Lima; Tití Ortiz (Gustavo Maia), Barletta e Gonçalo Paciência (Gustavo Coutinho). Técnico: Pepa

Histórico do Clássico das Multidões no Arruda

171 jogos
52 vitórias do Santa Cruz (30,4%)
66 empates (38,5%)
53 vitórias do Sport (30,9%)
Geral: 570 jogos, com 236V do Sport, 164E e 170V do Santa

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Abaixo, assista ao gol da vitória do Santa Cruz sobre o Sport no Mundão.


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