Dados atualizado até 10/05/2018
O primeiro jogador a ser convocado para a Seleção Brasileira atuando em um clube do Nordeste foi Alfredo Pereira de Mello, o Mica. Nada de Bahia, Náutico, Santa Cruz, Sport ou Vitória. O defensor, então com 19 anos, atuava no Botafogo de Salvador, o diabo-rubro.
O clube era uma potência na época. Sim, estamos falando de 1923. Bicampeão estadual, Mica também atuava na seleção baiana, que disputou a primeira edição do hoje extinto campeonato brasileiro de seleções. Com a boa campanha no Rio de Janeiro, acabou sendo chamado pelo técnico do escrete nacional, Chico Netto. Dali, foi direto para o Sul-Americano, em Montevidéu, e para alguns amistosos. Ao todo, um pioneirismo marcado por sete jogos com a equipe principal.
Desde então, a presença de atletas oriundos de clubes nordestinos é bem espaçada na Seleção. O retrospecto seguiu em dois momentos no fim da década de 50, com a CBD, a precursora da CBF, convidando as seleções estaduais da Bahia e de Pernambuco para representar o país em 1957 e 1959, respectivamente. Os baianos jogaram a Taça Bernardo O’Higgins, uma antiga disputa contra o Chile. Foram dois jogos em Santiago, 0 x 1 e 1 x 1. Ao todo, 18 atletas de seis clubes da Boa Terra foram convocados para as partidas no exterior.
Já os pernambucanos disputaram a edição extra do Campeonato Sul-Americano, no Equador. Com um amistoso e quatro jogos pelo torneio, o time venceu 3 vezes e perdeu 2. No fim, um honroso 3º lugar para a Cacareco, o apelido dado pejorativo dado pela imprensa carioca ao grupo formado por 22 atletas do trio de ferro – o apelido foi adotado pelos pernambucanos.
A seleção baiana representando o país em 1957, no Chile
A seleção pernambucana representando o país em 1959, no Equador
Somente a partir de 1966, com o ponta alvirrubro Nado sendo pré-convocado à Copa do Mundo, as convocações à seleção principal voltaram a ser abertas, sem qualquer restrição regional – e ainda que, posteriormente, alguns times tenham sido formados apenas por jogadores que atuavam no país. No período, 22 nomes da região foram lembrados, sendo 8 do Sport, 5 de Bahia, 4 do Vitória, 3 do Santa Cruz e 2 do Náutico. Nenhum outro estado emplacou. Entre todos jogadores com a camisa verde e amarela, o melhor desempenho é, até hoje, o de Nunes, atacante do tricolor pernambucano. Foi quem mais jogou (11), quem mais marcou gols (7) e o único chamado na lista final do Mundial, em 1978. Só não foi à Argentina porque se lesionou pouco antes, sendo substituído por Roberto Dinamite, do Vasco.
Anos com convocações no Nordeste: 1923 (1 jogador), 1957 (19), 1959 (22), 1966 (1), 1974 (1), 1976 (1), 1978 (1), 1979 (1), 1981 (1), 1983 (1), 1989 (3), 1990 (2), 1991 (1), 1995 (2), 1996 (1), 1997 (2), 1998 (2), 1999 (1), 2000 (1), 2001 (1), 2003 (2), 2013 (1) e 2017 (1)
Maiores séries com convocações: 1995-2001 (7 anos) e 1989-1991 (3 anos)
Maiores hiatos sem convocação: 1923-1957 (33 anos) e 2003-2013 (9 anos)
Dados de convocações e atuações de jogadores na seleção principal do país:
Nordeste (1923-2017)
49 atletas de 9 clubes jogaram
63 atletas de 9 clubes convocados
165 participações em 77 jogos
27 gols
Pernambuco (1959-2017)
27 atletas de 3 clubes jogaram
35 atletas de 3 clubes convocados
103 participações em 43 jogos
19 gols
Bahia (1923-2003)
22 atletas de 6 clubes jogaram
28 atletas de 6 clubes convocados
62 participações em 34 jogos
8 gols
Lista ordenada por número de atletas que jogaram, participações e convocados:
Santa Cruz: Biu (5 jogos), Clóvis (4 j), Geroldo (1 j), Goiano (3 j), Servílio (1 j), Tião (3 j), Zé de Mello (5 j e 2 gols), Dodô (0 j ), Valter Serafim (0 j) e Moacir (0 j), 1959; Givanildo Oliveira (5 j), 1976; Nunes (11 j e 7 gols), 1978; Carlos Alberto Barbosa (1 j), 1979
10 atletas jogaram
13 atletas convocados
39 participações em 22 jogos
9 gols
Sport : Édson (5 jogos), Elcy (1 j), Traçaia (5 j e 1 gol), Zé Maria (3 j) e Bria (0 j), 1959; Roberto Coração de Leão (2 j e 1 gol), 1981; Betão (2 j), 1983; Adriano (2 j), 1995; Chiquinho (0 j), 1996; Jackson (3 j), 1998; Bosco (0 j), 1999/2000; Leomar (6 j), 2001; Diego Souza (5 j e 2 gols), 2017
10 atletas jogaram
13 atletas convocados
34 participações em 25 jogos
4 gols
Vitória: Albertino (1 jogo), Boquinha (1 j), Pinguela (2 j), Ceninho (1 j), Matos (2 j e 1 gol), Teotônio (2 j) e Lia (0 j), 1957; Rodrigo (0 j), 1995; Russo (5 j), 1997/1998; Nádson (2 j) e Dudu Cearense (0 j), 2003
8 atletas jogaram
11 atletas convocados
16 participações em 9 jogos
1 gol
Bahia: Henrique (2 jogos), Zé Alves (1 j), Otoney (2 j), Wassil (2 j) e Vicente Arenari (0 j), 1957; Baiaco ( 0 j), 1974; Zé Carlos (3 j) e Bobô (0 j), 1989; Charles (9 j e 3 gols), 1989/1990; Luis Henrique (10 j e 4 gols), 1990/1991
7 atletas jogaram
10 atletas convocados
29 participações em 20 jogos
7 gols
Náutico: Elias (5 jogos), Geraldo José (5 j e 2 gols), Givaldo (5 j), Paulo Pisaneschi (4 j e 4 gols), Waldemar (5 j), Zequinha (5 j) e Fernando Florêncio (0 j), 1959; Nado (1 j), 1966; Douglas Santos (0 j), 2013
7 atletas jogaram
9 atletas convocados
30 participações em 6 jogos
6 gols
Botafogo-BA: Mica (7 jogos), 1923; Nelinho (2 j), 1957
2 atletas jogaram
2 atletas convocados
9 participações em 9 jogos
Fluminense de Feira: Periperi (2 jogos) e Raimundinho (2 j), 1957
2 atletas jogaram
2 atletas convocados
4 participações em 2 jogos
Ypiranga-BA: Pequeno (2 jogos) e Hamilton (1 jogo), 1957
2 atletas jogaram
2 atletas convocados
3 participações em 2 jogos
Galícia: Walder (1 jogo), 1957
1 atleta jogou
1 atleta convocado
1 participação em 1 jogo