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Retrô vai à final do Pernambucano 2025

Na semifinal do Estadual, o Retrô venceu o Maguary na Arena e na Ilha. Foto: Retrô/Instagram.

Ao ganhar os dois jogos da semifinal por 2 x 1, o Retrô se credenciou à decisão do Campeonato Pernambucano de 2025. O clube havia entrado na reta final em 6º lugar, com a última vaga. Porém, cresceu de produção no mata-mata e vai disputar a terceira final em quatro anos, ainda em busca do primeiro título de âmbito local. Independentemente do desfecho do confronto contra o Sport, o clube-empresa de Camaragibe já garantiu, pelo quarto ano consecutivo, o título de “campeão do interior” em PE.

Se o Retrô é sediado em Camaragibe, como pode ser o “campeão do interior”? Afinal, o município de 156 mil moradoras faz parte da Região Metropolitana do Recife e está localizado a apenas 16 quilômetros do Marco Zero. De fato, é um cenário questionável, mas que, ao menos no futebol brasileiro, segue uma linha lógica: o título do interior, seja ele oficial ou simbólico, costuma ser dado aos clubes que não são da capital propriamente dita. Mesmo que isso signifique a presença em municípios vizinhos.

Exemplo cearense tem troféu oficial

No Campeonato Cearense, por exemplo, a FCF instituiu há alguns anos a “Taça Padre Cícero”, oferecida ao melhor colocado do interior na classificação geral do Estadual. A taça do interior cearense de 2025 foi erguida pelo Maracanã, cuja sede fica na Grande Fortaleza. O time representa o município de Maracanaú, a apenas 22 quilômetros da capital. E nem foi o primeiro time das redondezas a conseguir isso. Em 2022, o Caucaia, da cidade de mesmo nome e também pertencente à região metropolitana, ganhou a Taça Padre Cícero.

Portanto, é um critério adotado na maioria dos estados e que resolvi aplicar em Pernambuco, já que não há um reconhecimento oficial por parte da FPF. O levantamento do blog considerou o melhor colocado de todas as edições com clubes de fora do Recife. Mais de 30 times sediados em outros municípios pernambucanos já participaram da Série A1. Na era profissional, essa lista parte do pioneiro Central de Caruaru, em 1937.

Interior de PE se faz presente desde 1961

Até o fim da década de 1930, a competição local também era chamada de “campeonato citadino”, pois apenas times recifenses competiam. A única exceção foi o extinto Paulista Football Club, em 1916 e 1917. Apesar do nome, o time representava a cidade de Olinda, pois o município de Paulista, que era um bairro olindense, só foi emancipado em 1935. A presença à parte da capital do estado se tornou ininterrupta a partir de 1961, no retorno do Central. Ao todo, 68 edições do PE estão neste contexto, com doze clubes diferentes obtendo o simbólico título de “campeão do interior”, sendo dois da RMR – veja o ranking abaixo.

O Retrô foi o melhor colocado fora do Recife nos últimos quatro anos. Com isso, já figura em 4º lugar entre os times que mais vezes conseguiram isso. Nesta temporada, empatou com o Vitória, cuja última campanha do tipo foi em 1999, ainda na época da “Desportiva Vitória”. Hoje é a “Acadêmica Vitória”. Caso alguém desconsidere por completo clubes da região metropolitana, os melhores nos últimos quatro anos teriam sido Salgueiro em 2022, Petrolina em 2023, Central em 2024 e Maguary 2025. Como você enxerga isso?

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1º) Central (Caruaru)

37 vezes: 1937 (5º), 1961 (4º), 1962 (4º), 1963 (4º), 1964 (3º), 1965 (5º), 1966 (4º), 1967 (4º), 1968 (4º), 1969 (4º), 1970 (4º), 1971 (4º), 1972 (4º), 1973 (6º), 1974 (6º), 1975 (4º), 1976 (4º), 1977 (4º), 1979 (4º), 1980 (4º), 1981 (4º), 1982 (4º), 1983 (4º), 1984 (4º), 1985 (4º), 1986 (3º), 1987 (4º), 1988 (5º), 1989 (4º), 1990 (4º), 1993 (4º), 2001 (4º), 2002 (4º), 2007 (vice), 2008 (3º), 2010 (4º) e 2018 (vice)

2º) Salgueiro (Salgueiro)

8 vezes: 2009 (4º), 2012 (3º), 2014 (3º), 2015 (vice), 2016 (4º), 2017 (vice), 2020 (campeão) e 2021 (3º)

3º) Porto (Caruaru)

6 vezes: 1994 (4º), 1995 (4º), 1997 (vice), 1998 (vice), 2000 (4º) e 2011 (4º)

4º) Vitória (Vitória de Santo Antão)

4 vezes: 1991 (3º), 1992 (4º), 1996 (4º) e 1999 (4º)

4º) Retrô (Camaragibe)

4 vezes: 2022 (vice), 2023 (vice), 2024 (3º) e 2025 (finalista)

6º) Paulista (Olinda)

2 vezes: 1916 (7º) e 1917 (9º)

6º) Ypiranga (Santa Cruz do Capibaribe)

2 vezes: 2006 (3º) e 2013 (4º)

8º) Atlético (Caruaru)

1 vez: 1978 (6º)

8º) AGA (Garanhuns)

1 vez: 2003 (4º)

8º) Itacuruba (Itacuruba)

1 vez: 2004 (4º)

8º) Serrano (Serra Talhada)

1 vez: 2005 (4º)

8º) Afogados (Afogados da Ingazeira)

1 vez: 2019 (3º)

Observação: nessas 68 edições do Pernambucano, 16 tiveram só um representante do interior, sendo 14 vezes com o Central e 2 com o extinto Paulista. Eis os anos com o alvinegro caruaruense sozinho: 37, 61, 62, 65, 66, 67, 68, 69, 70, 71, 72, 73, 75 e 76. Considerando apenas os torneios com mais de um clube “interiorano”, a patativa teria então 23 títulos simbólicos.


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