O encontro com os gestores da UFPE aconteceu em 8 de maio. Foto: Unibol/divulgação.
O “Unibol Pernambuco Futebol Clube S/C Ltda” foi o primeiro clube-empresa do estado. Criado pelo Grupo Moura, o time teve o CNPJ aberto em 14 de novembro de 1996. O projeto inicial não durou tanto, com a marca sendo vendida dois anos depois à extinta loja Via Sports. Por R$ 50 mil, sem posse alguma, o Unibol foi das mãos de Ivo Moura para Jaildo Dantas. Foi quando alçou voos mais altos no futebol profissional, com o título da Série A2 em 1998 e duas participações na elite local, ficando em 6º lugar em 1999 e em 7º em 2000. Apesar da sede localizada em Paulista, o time mandava os seus jogos no município de Goiana. Ao todo, fez 53 jogos na Série A1, com 14 vitórias, 15 empates e 24 derrotas. Trata-se de uma estatística congelada há 25 anos, apesar do pionerismo.
Afinal, o clube não quis disputar o Estadual de 2001 e, assim, acabou relegado à segunda divisão estadual, aparecendo pela última vez em 2004. Desde então, paralisou as atividades. No máximo, escolinhas no modesto centro de treinamento em Paulista, que tem dois campos. Passados 21 anos do último jogo oficial, o Unibol retorna como Sociedade Anônima do Futebol (SAF). Volta num modelo gestão bem diferente. O foco deve ser na formação de atletas, algo que a versão original teve destaque, com os títulos pernambucanos no Sub 15 (1999) e Sub 17 (1999), e um vice no Sub 20 (1999), sem contar a revelação do meia Hernanes, que participou da Copa do Mundo de 2014, quando já defendia a Inter de Milão.
Universidade Federal deverá ser o “CT”
Em sua nova fase empresarial, como destacou um texto da FPF sobre a reativação do antigo filiado, o “Unibol pretende revelar atletas com alto potencial competitivo ao mesmo tempo em que promove uma formação cidadã. O foco principal está nas categorias de base, encaradas não apenas como fonte de novos talentos para o futebol nacional, mas também como ferramentas de transformação social”. Para isso, o clube firmou uma parceria com a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), o que até faz sentido, já que o nome do Unibol quer dizer “Universidade do Futebol”.
Num encontro recente na reitoria da UFPE, o Unibol foi apresentado como “primeira startup voltada ao universo do futebol”. No caso, a SAF deverá utilizar os campos da faculdade, às margens da BR-101, além do conhecimento acadêmico e científico por meio de cursos, pesquisas e acompanhamento multidisciplinar. Em contato com o blog, a direção do Unibol disse que os treinos também serão realizados em outros espaços. Além disso, a ideia é manter o projeto nas categorias de base. Portanto, uma volta à pirâmide profissional de PE, cuja base hoje é a Série A3, não deve acontecer tão cedo. É uma filiação semelhante ao clube “Tubarões de Boa Viagem”, apenas com os “Subs”.
O estádio que sumiu junto com o Unibol
A história do Unibol tem uma ligação curiosa com o Estádio Ademir Cunha que vale ser relembrada. Em 2000, o arquiteto Múcio Jucá chegou a realizar um estudo preliminar sobre a ampliação e modernização do Ademir Cunha, em Paulista. Curiosamente, o projeto foi batizado de “Estádio Unibol”, que seria atrelado ao primeiro clube-empresa. Com a reforma, o Ademir Cunha teria 3,5 mil lugares a mais, com capacidade chegando a 16 mil.
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