Pipico foi uma peça nula no setor ofensivo da cobra coral. Foto: Santa Cruz/divulgação.
Numa noite de pouquíssima inspiração ofensiva, o Santa Cruz não pressionou o Cianorte, tomou um gol e não reagiu. Assim, o tricolor pernambucano foi eliminado na 2ª fase da Copa do Brasil. O revés pelo placar mínimo no interior do Paraná custou uma cota de R$ 1,7 milhão, uma receita que teria sido essencial para o decorrer desta temporada, tanto na busca por reforços quanto na segurança em relação aos salários. Ao Cianorte, a verba será utilizada na Série D.
Apesar do placar de 1 x 0, o jogo não foi equilibrado. Comandando o time de forma interina, Roberto de Jesus acabou adotando a mesma escalação vista diante do Vera Cruz – quando o tricolor goleou, embora tenha sido pressionado durante boa parte da partida. Com três volantes no Estádio Albino Turbay, o visitante limitou-se à marcação. Parecia focado na busca pela disputa de pênaltis desde a largada. Até marcou bem, mas sempre atrás da linha da bola, quase sem incomodar o mandante. Uma situação que tornou-se basicamente irreversível após a expulsão de Augusto Potiguar, com vermelho direto aos 31, deixando o braço num lance. Se já não havia ataque, passou a existir brecha para o adversário.
Mesmo presente no campo ofensivo, o Cianorte encontrava alguma dificuldade para infiltrar, mas foi quem buscou o gol, que efetivamente saiu aos 20 da segunda etapa, com o zagueiro Maurício escorando uma cobrança de escanteio. Àquela altura, o scout de finalizações apontava 10 x 3 para o Cianorte. Aos 34, o Santa fez três mudanças e foi pro tudo ou nada. Dali até o apito final, contudo, o scout subiu para 16 x 4! O revés tende a impactar no clube pernambucano, mas, pela absoluta falta de futebol, é difícil imaginar que seria diferente…
Curiosidade histórica
Num confronto inédito, o Cianorte do Paraná foi o 431º adversário diferente enfrentado pelo Santa desde 1914, considerando as 5.263 partidas realizadas pelo time principal do tricolor.
Escalação do Cianorte (melhores: Morelli e Maurício)
Bruno Pianissolla; Michel, Eduardo Doma, Maurício e Rael; Zé Vítor (Sávio, intervalo), Morelli e Gabriel Calabres; Buba (Vitor, 48/2T), Grafite (Wilson Júnior, 16/2T) e Pachu (Tales, 36/2T). Técnico: João Burse
Escalação do Santa Cruz (melhor: Jordan; piores: Augusto, Pipico e Marcos Vinícius)
Jordan; Augusto Potiguar, William Alves, Célio Santos e Alan Cardoso (Eduardo, 34/2T); Caetano (Ítalo, Henrique, 34/2, Karl (Ítalo Melo, intervalo), Derley (Marcos Vinícius, 25/2T) e Chiquinho (Péricles, 34/2T); Madson e Pipico. Técnico: Roberto de Jesus
Retrospecto do Santa na Copa do Brasil (1989-2021)
96 jogos em 27 participações
Desempenho: 38V, 22E e 36D
54 confrontos: 27 classificações e 27 eliminações
Pernambuco fora da Copa do Brasil
Com a eliminação do Santa Cruz, o futebol pernambucano já se despediu da Copa do Brasil de 2021. Foram duas eliminações na primeira fase, com Sport (vs Juazeirense) e Salgueiro (vs Corinthians), e duas na segunda fase, com Retrô (vs Corinthians) e Santa (vs Cianorte). O estado não saía tão cedo do mata-mata nacional desde 2012, quando Sport e Náutico foram os últimos eliminados, caindo na segunda fase. No entanto, aquela edição teve 64 clubes, com a etapa correspondendo aos “16 avos de final”. Em 2021, na ampliação para 92 participantes, a fase corresponde aos “32 avos de final”. Ou seja, esta temporada foi bem pior. Foi vexatória.
Os clubes de PE que foram mais longe na Copa do Brasil
2012 – Náutico e Sport (2ª fase)
2013 – Salgueiro (oitavas)
2014 – Santa Cruz (3ª fase)
2015 – Náutico e Sport (3ª fase)
2016 – Santa Cruz (3ª fase)
2017 – Santa Cruz e Sport (oitavas)
2018 – Náutico (4ª fase)
2019 – Santa Cruz (4ª fase)
2020 – Afogados (3ª fase)
2021 – Retrô e Santa Cruz (2ª fase)
* Nas últimas 10 edições
A análise do Podcast 45 Minutos (Cassio Zirpoli, Filipe Assis e Lucas Liausu):