A A3 é a única com a garantia de participação de todos os estados, como a Série D masculina.
A CBF anunciou a criação de mais uma divisão para o Campeonato Brasileiro Feminino, que a partir de 2022 terá as séries A1, A2 e A3. Com isso, o calendário, ainda com poucos jogos, já frisando, irá movimentar 64 clubes. É o recorde na história da categoria no país, dobrando a quantidade de 2007, quando o futebol feminino passou a ser organizado de fato pela Confederação Brasileira de Futebol.
Na ocasião, com a criação da Copa do Brasil Feminina, iniciada um mês após o vice-campeonato mundial da Seleção Brasileira, cuja campanha pressionou a entidade sobre o assunto. Já o Campeonato Brasileiro só foi criado em 2013, com a copa nacional sendo descontinuada três anos depois, justamente para a criação da divisão de acesso. Fazendo uma “interseção” entre os participantes dos torneios, levantei o número de clubes diferentes que competiram nacionalmente nos últimos 15 anos, já comparando com a próxima temporada, cujo aumento absoluto será de doze clubes, indo 52 para 64.
Em relação ao Nordeste, a evolução da estrutura divisional acabou, coincidentemente, enxugando o número de representantes no BR Feminino. A região chegou a ter sete clubes na 1ª divisão em 2014, no cenário com apenas uma divisão. Com duas divisões, o número foi caindo até um, casos de 2020 (Vitória) e 2021 (Bahia). Sobre 2021, então, vale pontuar que os 12 times nordestinos presentes na 2ª divisão brigam não só pelo acesso como pela própria permanência na próxima A2 – casos de Ceará, Fortaleza, Náutico, Sport e Vitória, entre os nomes mais tradicionais. No caso, é preciso passar ao menos da 1ª fase, que tem seis chaves – avançam os dois melhores e os quatro melhores terceiros, totalizando 16 times no mata-mata.
O Grupo C da A2 é formado só por nordestinos, o que já garante ao menos 2 permanências. A presença automática via Estadual agora irá começar na 3ª divisão. Logo, os 32 clubes acima já garantem o calendário a partir do desempenho nos torneios nacionais. Antes, eram só 16.
Nº de times femininos diferentes nas competições nacionais*
2007 – 32 clubes (Copa; 32), com 9 do NE
2008 – 32 clubes (Copa; 32), com 9 do NE
2009 – 32 clubes (Copa; 32), com 9 do NE
2010 – 32 clubes (Copa; 32), com 9 do NE
2011 – 32 clubes (Copa; 32), com 9 do NE
2012 – 32 clubes (Copa; 32), com 9 do NE
2013 – 40 clubes (1 divisão e Copa; 20/31), com 11 do NE (6/9)*
2014 – 41 clubes (1 divisão e Copa; 20/32), com 11 do NE (7/10)*
2015 – 42 clubes (1 divisão e Copa; 20/32), com 13 do NE (6/10)*
2016 – 43 clubes (1 divisão e Copa; 20/32), com 12 do NE (6/10)*
2017 – 32 clubes (2 divisões; 16/16), com 11 do NE (4/7)
2018 – 45 clubes (2 divisões; 16/29), com 14 do NE (3/11)
2019 – 52 clubes (2 divisões; 16/36), com 13 do NE (4/9)
2020 – 52 clubes (2 divisões; 16/36), com 12 do NE (1/11)
2021 – 52 clubes (2 divisões; 16/36), com 13 do NE (1/12)
2022 – 64 clubes (3 divisões; 16/16/32)
* Com Brasileiro e Copa, alguns times jogaram os 2 torneio; só contei 1 vez para a lista geral
A seguir, a nova estrutura do Campeonato Brasileiro Feminino a partir de 2022.
Série A1 (1ª divisão feminina)
– 16 clubes participantes (134 jogos)
– Calendário por clube: de 15 a 21 jogos
– 2 rebaixados (A2)
A próxima edição da elite feminina será composta pelos 12 times remanescentes da A1 de 2021 e pelos 4 times promovidos da A2 de 2021. O regulamento vai manter o perfil turno único, com 15 rodadas, avançando os 8 melhores. Depois, mata-mata em ida e volta, com quartas, semi e final.
Série A2 (2ª divisão feminina)
– 16 clubes participantes (62 jogos)
– Calendário por clube: de 6 a 12 jogos
– 2 acessos (A1)
– 4 rebaixados (A3)
A segundona será remodelada, com a redução de 36 para 16 clubes. A nova composição terá os 4 rebaixados da A1 de 2021 e os 12 times classificados às oitavas da A2 de 2021. Sobre o regulamento, serão 4 grupos com 4 clubes, com jogos dentro das chaves em ida e volta. Avançam os dois melhores de cada uma, seguindo com mata-mata em ida e volta, com quartas, semi e final.
Série A3 (3ª divisão feminina)
– 32 clubes participantes (46 jogos)
– Calendário por clube: de 1 a 9 jogos
– 4 acessos (A2)
Em vez da A2, os campeões estaduais – sem divisão – entram agora na A3. A terceirona será formada pelos 27 campeões estaduais de 2021, pelo os 4 melhores no ranking masculino de 2022 e por 1 representante da melhor federação no ranking feminino de 2022. Sobre o regulamento, o sistema será eliminatório desde a primeira fase, com jogos de ida e volta.