Em termos absolutos, é a maior torcida já projetada sobre um clube do NE. Foto: Bahia/Facebook.
O Instituto Datatempo, ligado ao jornal mineiro O Tempo, realizou a sua primeira pesquisa nacional de torcida. O levantamento listou as 13 maiores do país, com o Bahia sendo o único clube nordestino presente.
O quadro chamou a atenção pela presença de um dígito no Corinthians, com 9% (na última do Datafolha, por exemplo, o alvinegro teve 14%) e também pelo elevado percentual de pessoas sem clube do coração, com 34%. No mesmo comparativo com o instituto ligado ao jornal Folha de S. Paulo, este dado foi de 22%, mais próximo ao histórico de pesquisas.
No blog, porém, o foco é mesmo no Bahia, que obteve um dos resultados mais expressivos da região em estudos do tipo, divulgados com certa regularidade há quatro décadas. Análise válida sobre a colocação geral, sobre o percentual e sobre a torcida absoluta. Vamos lá.
O tricolor de Salvador aparece em 9º lugar no Datatempo, à frente de Internacional, Santos, Fluminense e Botafogo. Desses times, não era comum a superioridade sobre colorados e santistas. A última aparição do clube no “G10” havia sido há nove anos, através da pesquisa da Ipsos Marpan. Na ocasião, o Baêa ficou em 8º lugar, mas empatado com seis times – incluindo os quatro que agora ficaram para trás. Além disso, o clube voltou a alcançar a casa de 2%.
Para se ter ideia do que isso significa, esta é apenas a 5ª vez em 32 pesquisas de abrangência nacional que o clube passa da casa de 1%. Com 2,2%, esta projeção é a 3ª maior da história de um clube do Nordeste, empatada com o número do Sport em 1993, no Ibope. À frente disso, outras duas projeções do tricolor baiano, em 1983 (3,0% na Gallup) e 1993 (2,5% no Ibope).
Se nos dois quesitos anteriores o recorde passou perto, neste último, sobre a torcida absoluta, a marca é inédita. Calculando o percentual do Datatempo com a atual população nacional, via IBGE, o dado colhido em 2021 torna-se o maior já visto no NE, com 4,69 milhões de tricolores. Superior ao dobro da supracitada pesquisa do Datafolha em 2019, quando teve 2,10 milhões.
As cinco maiores estimativas de torcida do Bahia (e a população do Brasil)
1º) 4,692 milhões – 09/2021, Datatempo (2,2% de 213,3 mi)
2º) 3,986 milhões – 10/2012, Ipsos (2,0% de 199,3 mi)
3º) 3,920 milhões – 10/1993, Ibope (2,5% de 156,8 mi)
4º) 3,882 milhões – 06/1983, Gallup (3,0% de 129,4 mi)
5º) 3,764 milhões – 10/2006, Ipsos (2,0% de 188,2 mi)
A seguir, confira os números da pesquisa de torcida do Datatempo e as respectivas projeções sobre a última estimativa da população brasileira, com 213 milhões de habitantes – neste caso, num cálculo do blog. Na sequência, confira o histórico completo do Bahia nas pesquisas.
Pesquisa de torcida no Brasil em 2021, via Datatempo
Período: de 9 a 15 de setembro
Público: 2.025 entrevistados (nº municípios não divulgado)
Margem de erro: 2,18%
População estimada: 213.317.639 habitantes (IBGE/2021)
1º) Flamengo – 16,3% (34.770.775)
2º) Corinthians – 9,0% (19.198.587)
3º) São Paulo – 5,2% (11.092.517)
4º) Palmeiras – 5,0% (10.665.881)
5º) Vasco – 3,3% (7.039.482)
6º) Cruzeiro – 3,1% (6.612.846)
7º) Grêmio – 2,8% (5.972.893)
8º) Atlético-MG – 2,5% (5.332.940)
9º) Bahia – 2,2% (4.692.988)
10º) Internacional – 1,5% (3.199.764)
11º) Santos – 1,4% (2.986.446)
12º) Fluminense – 1,1% (2.346.494)
13º) Botafogo – 0,9% (1.919.858)
Outros times – 10,8% (23.038.305)
Sem clube – 34,9% (74.447.856)
Agora, eis a cronologia dos percentuais do Bahia nas pesquisas de torcida, além das suas colocações em cada estudo, considerando os levantamentos realizados (e divulgados) nos últimos 40 anos. Ao todo, foram 32 pesquisas com metodologias semelhantes, apesar da variação na amostragem, de 2 mil a 12 mil entrevistados, e da margem de erro. Embora o primeiro dado desta nova década pareça fora da curva, note a proximidade em relação aos demais dados, com 31 deles partindo já de 1%. Talvez, a distorção esteja mesmo nos dados reduzidos de Inter e Santos, mas não especificamente no número do Bahia. O que você acha?
De 1981 a 1990 (1 pesquisa)
06/1983 – 3,0% (Gallup), 8º
De 1991 a 2000 (4 pesquisas)
10/1993 – 2,5% (Ibope), 13º
12/1993 – 1,0% (Datafolha), 14º
10/1998 – 0,9% (Ibope), 14º
07/2000 – 1,0% (Datafolha), 12º
De 2001 a 2010 (14 pesquisas)
04/2001 – 1,1% (Ibope), 13º
06/2001 – 1,0% (Datafolha), 12º
06/2002 – 1,0% (Datafolha), 13º
08/2002 – 1,6% (Datafolha), 13º
12/2002 – 1,0% (Datafolha), 11º
01/2004 – 1,0% (Ibope), 13º
10/2004 – 1,1% (Ibope), 13º
05/2006 – 1,0% (Datafolha), 12º
10/2006 – 2,0% (Ipsos), 12º
05/2007 – 1,0% (Datafolha), 12º
01/2008 – 1,0% (Datafolha), 13º
01/2010 – 1,0% (Datafolha), 12º
04/2010 – 1,0% (Datafolha), 11º
06/2010 – 1,6% (Ibope), 11º
De 2011 a 2020 (12 pesquisas)
02/2012 – 1,2% (Pluri Consultoria), 13º
10/2012 – 2,0% (Ipsos), 8º
12/2012 – 1,1% (Datafolha), 13º
03/2013 – 1,2% (Pluri Consultoria), 14º
01/2014 – 1,7% (Paraná Pesquisas), 13º
08/2014 – 1,0% (Datafolha), 14º
08/2014 – 1,7% (Ibope), 12º
04/2016 – 1,8% (Paraná Pesquisas), 11º
04/2018 – 1,0% (Datafolha), 11º
05/2018 – 1,1% (Ibope), 13º
08/2019 – 1,3% (Datafolha), 12º
01/2020 – 1,2% (Pluri Consultoria), 13º
De 2021 a 2030 (1 pesquisa)
09/2021 – 2,2% (Datatempo), 9º