Rodrigão e Tarcísio festejando os seus gols no 2T. Fotos: Paulo Paiva/Sport e Rafael Melo/Santa.
A análise de “dois tempos distintos” é bem batida no futebol, mas no primeiro Clássico das Multidões de 2022, e talvez o único no Pernambucano, isso define a partida numa escala impressionante. O 1T foi excessivamente frio, embora tenha tido um time mais organizado em campo, e mais técnico também. O Sport se fez presente no campo ofensivo, usando bastante as laterais e a mobilidade de Everton Felipe – apesar disso, o novo camisa 10 do leão pecou no “último passe”.
Entretanto, o domínio territorial rendeu poucas finalizações, com Klever trabalhando pouco, até mesmo porque Parraguez falhou na função de “9”. Já Maílson, nem isso – naquele momento. Precavido demais e sem variação ofensiva (só bola pra Walter, bem marcado), o Santa simplesmente não chutou na barra. O centroavante coral foi para o intervalo cobrando a necessidade de uma postura diferente no 2T. Afinal, precisava jogar. Ocorre que o leão também voltou mais incisivo, acelerando e enfim pisando na área com perigo. Tanto que até o primeiro gol, com Juba pegando um rebote, Klever já havia feito duas ótimas defesas.
Considerando o clássico visto até ali, já com 63 minutos de bola rolando, a vantagem mínima parecia suficiente para encaminhar um resultado positivo do rubro-negro. Só que o gol sofrido acabou sendo a ignição dos corais, que inverteram o panorama, circulando a bola com mais tranquilidade, inclusive para detectar o caminho para a reação. Através de cruzamentos na área, sobretudo a partir da péssima partida de Chico, que falhou nos dois gols tricolores, com Tarcísio de cabeça (tem 1,71m) e Rafael Furtando girando sobre o marcador. A virada veio aos 43 minutos. Entre os lances, o visitante ainda teve um gol anulado de Alex Alves, impedido.
Já no caso do Sport de Florentín, que enfim jogou com uma formação próxima da ideal à disposição no elenco, a desvantagem no placar não mudou o ritmo time, cansado àquela altura. Ainda assim, foi suficiente para conseguir achar Rodrigão na área, aos 46 minutos. Marcou o seu primeiro gol pelo leão e fechou o empate em 2 x 2, que deve ter feito muita gente desligar a tevê no intervalo e se arrepender disso no apito final de Deborah Cecília…
Curiosidade
Com o Sport na Série B e o Santa na Série D, e fora das copas, o Clássico das Multidões só voltará ocorrer neste ano em caso de mata-mata no PE, nas quartas (1 jogo), semifinal (1 jogo) ou final (2 jogos). Ambos estão na zona de classificação, Santa com 13 pontos (em 1º) e Sport com 9 (em 5º).
Escalação do Sport (melhores: Everton Felipe e Blas; piores: Chico e Parraguez)
Maílson; Ezequiel (Fábio Alemão), Rafael Thyere, Chico e Sander; Blas Cáceres, William Oliveira e Everton Felipe; Jaderson (Rodrigão), Luciano Juba (Paulinho) e Javier Parraguez (Pedro Naressi). Técnico: César Lucena (interino)
Escalação do Santa Cruz (melhores: Furtado e Klever; piores: Ratinho e Elyeser)
Klever; Edson Ratinho, Júnior Sergipano, Alex Alves e Ítalo Silva; Gilberto, Elyeser (Esquerdinha) e Rodrigo Yuri; Tarcísio (Dudu Mandai), Matheusinho (João Cardoso) e Walter (Rafael Furtado). Técnico: Leston Júnior
Histórico de Sport x Santa Cruz na Ilha do Retiro
274 jogos
124 vitórias rubro-negras (45,2%)
73 empates (26,6%)
77 vitórias tricolores (28,1%)
Geral: 564 jogos, 234V do Sport, 161E e 169V do Santa
Abaixo, assista aos gols do jogo, num vídeo do perfil da FPF.
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