O novo balanço do Centro só tem 2 páginas. Feito em 02/03 e publicado no site da FPF em 05/04.
Desde a intervenção administrativa, executada pela FPF em 2013, o Centro Limoeirense vem publicando de forma regular o seu balanço financeiro, sendo sempre um dos primeiros do estado a divulgá-lo oficialmente, caso do documento referente a 2021. Entretanto, chama bastante atenção a “precisão” dos demonstrativos contábeis do clube alvirrubro. São oito anos seguidos tendo a mesma receita e a mesma despesa, até os centavos. Desta vez, R$ 152.020,00 vs R$ 152.020,00.
Esta não é a primeira vez que abordo o assunto no blog. Na verdade, devido à relevância do Centro, o clube mais antigo do interior, fundado em 1913, a análise deste balanço passou a ser corriqueira aqui, acompanhando as mudanças desde a intervenção. Em tese, um clube de futebol no modelo tradicional (ou seja, sem ser “SAF”) não precisa dar lucro, mas, sim, gerar resultados de forma responsável. Por este prima, a sequência do clube de Limoeiro é excelente. Só que os seus documentos são protocolares, carecendo de mais informações.
Sobre as receitas, o clube costuma contar com patrocínios (R$ 65,5 mil, ou 43,0% do total), aluguéis na sede (R$ 21 mil, o dobro do ano anterior), sócios (R$ 15 mil, com aumento de R$ 1.800) e bilheteria (novamente zerada devido à pandemia). A soma disso deu R$ 101,5 mil. E aí vem o fator recorrente para se equipar às despesas, com a “contribuição de terceiros”, presente nos últimos quatro balanços. Foram R$ 25,5 mil em 2018, R$ 35,9 mil em 2019, R$ 45,0 mil em 2020 e R$ 50,5 mil em 2021, sempre no limite pra fechar o caixa – detalhes abaixo.
Receita recorde, mesmo na pandemia
Não há detalhamento sobre as contribuições, apenas o valor bruto. Desta forma, apesar da pandemia da Covid-19, o Centro conseguiu a maior receita de sua história, sendo a 3ª vez seguida acima de R$ 100 mil, montante bem acima da média dos participantes da Série A2 do Campeonato Pernambucano, que costuma durar de 3 a 4 meses, contando a preparação. Sobre as despesas, foram quatro frentes, pois a FPF “aliviou” na cobrança da taxa de anuidade.
Eis os percentuais das despesas do Centro: 38,8% nos custos dos jogos (R$ 59,0 mil), 30,7% em salários (R$ 46,8 mil), 25,1% com a regularização de atletas (R$ 38,2 mil) e 5,2% com a alimentação dos atletas (R$ 8,0 mil). Descontando a burocracia, com a regularização, o custo do time na Série A2 foi de R$ 113,8 mil, o maior investimento no período pós-intervenção – quando problemas como mesas de baralho a dinheiro dentro da sede foram sanados.
Calendário mínimo e má campanha
Apesar da receita no último ano, o Centro Limoeirense decepcionou em campo. O time fez apenas seis jogos profissionais na temporada de 2021, cinco a menos que na edição anterior, quando o acesso ficou a um triz. O dragão só foi a campo entre 05/09 e 12/10, sendo eliminado ainda na primeira fase da segundona local, com 2 vitórias, 1 empate e 3 derrotas.
A evolução da receita total do Centro Limoeirense*
2014 – R$ 45.675
2015 – R$ 37.271 (-8.404 reais; -18,3%)
2016 – R$ 44.439 (+7.168 reais; +19,2%)
2017 – R$ 48.080 (+3.641 reais; +8,1%)
2018 – R$ 91.528 (+43.448 reais; +90,3%)
2019 – R$ 108.024 (+16.496 reais; +18,0%)
2020 – R$ 105.224 (-2.800 reais; -2,5%)
2021 – R$ 152.020 (+46.796 reais; +44,4%)
* Em todos os anos a despesa teve o mesmo valor
Os recursos próprios do clube (aluguéis, sócios e bilheteria)
2014 – R$ 675
2015 – R$ 18.271 (+17.596 reais; +2.606,8%)
2016 – R$ 25.439 (+7.168 reais; +39,2%)
2017 – R$ 24.080 (-1.359 reais; -5,3%)
2018 – R$ 38.383 (+14.303 reais; +59,3%)
2019 – R$ 34.224 (-4.159 reais; -10,8%)
2020 – R$ 22.200 (-12.024 reais; -35,1%)
2021 – R$ 36.000 (+13.800 reais; +62,1%)
Os patrocínios recebidos
2014 – R$ 45.000 (Prefeitura de Limoeiro)
2015 – R$ 19.000 (Prefeitura de Limoeiro)
2016 – R$ 19.000 (Prefeitura de Limoeiro)
2017 – R$ 24.000 (Tintas Iquine, 15 mil; ONG Pedra D’Água 9 mil)
2018 – R$ 27.500 (investidores não detalhados)
2019 – R$ 37.900 (investidores não detalhados)
2020 – R$ 38.000 (investidores não detalhados)
2021 – R$ 65.500 (investidores não detalhados)
Abaixo, os poucos detalhes presentes no demonstrativo contábil do Centro Limoeirense.
Os balanços do Centro Limoeirense: 2014, 2015, 2016, 2017, 2018, 2019, 2020 e 2021
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