Borel feliz, segundos antes de ser expulso. Porém, o seu gol foi decisivo. Foto: Bahia/Twitter.
O roteiro do triunfo do Bahia foi daqueles. Preparado para ser reativo, o visitante tricolor já levou o primeiro amarelo na defesa com 2 minutos, com o lateral-direito Douglas Borel sendo advertido. Ali, já valeu o alerta para a contenção das investidas do Náutico. Só que o time de Guto, que enfim vai jogando com a cara do técnico após o inicio de temporada bem abaixo, abriu o placar aos 12 minutos, numa enfiada de bola para Borel, que apareceu de elemento-surpresa e marcou, num dos únicos chutes contra a meta de Perri. Na comemoração, o jogador de 20 anos vacilou feio, tirando a camisa. Tomou o segundo amarelo e mudou qualquer estratégia traçada.
Ocorre que, para um imenso alívio de Borel, o plano de jogo do Bahia seguiu anulando o campeão pernambucano, restrito a alguns chutes de fora da área – três de Jean Carlos, sendo dois em cobrança de falta, e um de Leandro Carvalho, todos defendidos por Danilo. À parte disso, uma concentração de bola infrutífera. Inclusive, o scout dessa partida diz pouco sobre o que realmente aconteceu, e olhe que utilizo bastante os números para as análises no blog.
Na posse de bola, Náutico 77% x 23%. Nas finalizações, Náutico 18 x 5. Entretanto, refinando este segundo dado o cenário fica mais condizente, com apenas 4 x 2 em chances certas. E o Bahia ainda poderia ter tido um segundo gol, mesmo com um a menos, mas o árbitro foi precipitado ao cravar o impedimento assinalado pela assistente (não estava e ainda havia o VAR à disposição). Ao vencer o clássico nordestino por 1 x 0, o Bahia voltou a ganhar nos Aflitos depois de 40 anos! Eram oito jogos de jejum, com 5 derrotas, justamente nos últimos 5 jogos, e 3 empates. O Bâea não triunfava em Rosa e Silva desde a única edição do Torneio dos Campeões, em 1982. Porém, vale a ressalva de que venceu em 2013 na Arena Pernambuco.
Tricolor na ponta e Timbu sem técnico
Com o resultado, o time de Salvador se mantém na ponta da Série B, com seis pontos conquistados em seis disputados. Num levantamento preciso do perfil ECBahia Números, esta é a 3ª vez em 11 participações em que o clube larga com 2V na segunda divisão. As anteriores foram 1999 e 2010. Quanto ao timbu, o inverso. Se em 2021 a arrancada foi a maior da história da competição nos pontos corridos, invicto durante 14 rodadas, com 8V e 6D, agora o início é o pior possível, zerado em seis pontos disputados. Ainda sem treinador, após a saída de Felipe Conceição, o alvirrubro terá que administrar duas semanas de muita pressão, tendo ainda a final do Campeonato Pernambucano de forma paralela a esta campanha.
Escalação do Náutico (melhor: Jean Carlos; piores: Kieza, Djavan e Pedro Vitor)
Lucas Perri; Hereda, Bruno Bispo, Camutanga e Júnior Tavares; Djavan, Rhaldney (Ralph), Eduardo Teixeira (Pedro Vitor) e Jean Carlos; Ewandro (Leandro Carvalho) e Kieza (Léo Passos). Técnico: Dudu Capixaba (interino)
Escalação do Bahia (melhores: Rezende, Luís Otávio e Danilo Fenandes)
Danilo Fernandes; Douglas Borel, Ignácio, Luiz Otávio e Luiz Henrique; Patrick de Lucca (Emerson Santos), Rezende e Daniel (Jonathan, e depois Didi); Raí, Marco Antônio (Rildo) e Jacaré (Ronaldo). Técnico: Guto Ferreira
Histórico geral de Náutico x Bahia (todos os mandos)
73 jogos
20 vitórias alvirrubras (27,3%)
20 empates (27,3%)
33 triunfos tricolores (45,2%)
Leia mais sobre o assunto
A tabela de jogos do Náutico no Campeonato Brasileiro da Série B de 2022
A tabela de jogos do Bahia no Campeonato Brasileiro da Série B de 2022
Abaixo, assista ao único gol da partida, através do perfil oficial da Série B no Twitter.
O gol de mais um triunfo do Bahêa na minha competição! #NAUxBAH
⚽ Douglas Borel (BAH)
🎥 @canalpremiere pic.twitter.com/xEndSEcntF
— Brasileirão SportingBet – Série B (@BrasileiraoB) April 16, 2022