O Santa Cruz quebrou o recorde de público e renda na Série D. Faltou o gol. Foto: Klisman Gama/NE45.
O Arruda não recebia mais de 40 mil pessoas há quatro anos, desde Santa x Operário, pelo mata-mata da Série C. Veio a pandemia, os insucessos tricolores no gramado e a necessidade de recomeçar tudo de novo. Neste domingo, abrindo a 3ª fase da Série D, o clube conseguiu ampliar a capacidade do Mundão junto ao Corpo de Bombeiros, de 20 mil para 42 mil, e o povão atendeu ao chamado.
Foram 40.496 pessoas, o recorde nesta edição da 4ª divisão, um número que fez a média coral subir de 15,0 mil para 17,8 mil torcedores. Em relação ao time, empolgado pela emocionante classificação sobre o Retrô, restava responder novamente, agora contra o Tocantinópolis, nas oitavas. O bicampeão tocantinense chegou com a 12ª campanha, somando 26 pontos e tendo 7V, 5E e 4D, enquanto o Santa Cruz veio com a 16ª, com 23 pontos, tendo 6V, 5E e 5D. Ou seja, ao contrário da fase anterior, os números desta vez mostravam um certo equilíbrio, com o “fator casa” podendo ser determinante.
E pelo scout até foi, com o time de Martelotte tendo mais de posse de bola, com 66% x 34%, e muito mais finalizações, com 12 x 2, num volume constante. Porém, foi impiedosamente ineficiente nas conclusões. Artilheiro da equipe com 7 gols, Hugo Cabral tentou bastante, mas não teve “a” chance” na tarde. As duas melhores oportunidades foram nos pés de Matheuzinho, ambas incríveis, ambas finalizadas pra fora. A falta de pontaria foi mesmo crucial, com apenas dois chutes na barra em 90 min. Ao menos o Tocantinópolis mal atacou, apesar do susto aos 47/2T, com o gol anulado de Hiltinho, impedido.
Assim, mais uma vez o Santa larga com um empate em 0 x 0 em casa, tendo que buscar fora. No próximo domingo irá ao município de Tocantinópolis, de apenas 22.820 moradores, basicamente a metade do que se viu hoje no Arruda. Em campo, o desempenho tricolor deixou a disputa aberta, mas é inegável que ficou mais difícil, necessitando outra atuação como aquela diante do Retrô, a melhor do clube em 2022.
2ª maior renda da história coral
Com 96,4% de ocupação sobre os 42 mil lugares liberados no Arruda, o Santa Cruz registrou uma renda de R$ 1,21 milhão. Foi a sexta bilheteria milionária na história do clube tricolor, e a 79ª do Nordeste. Em relação ao ranking particular do Santa, a cifra só ficou abaixo de um borderô no Mundão em jogos de clubes. Em 2013, Santa x Betim, valendo o acesso à Série B, gerou uma renda bruta de R$ 1,39 milhão. No NE, esta agora foi a 40ª maior bilheteria.
Adversário inédito
Num confronto inédito, o Tocantinópolis foi o 437º adversário diferente enfrentado pelo Santa Cruz desde 1914, considerando as 5.321 partidas do time principal do tricolor.
Escalação do Santa Cruz (melhor: Hugo; piores: Matheuzinho, Macena e Daniel)
Jefferson; Jefferson Feijão, Luan Bueno, Alemão e Ítalo Silva (Dudu Mandai); João Erick (Chiquinho), Daniel Pereira e Anderson Ceará (Elyeser); Matheuzinho (Lucas Silva), Hugo Cabral e Raphael Macena (Rafael Furtado). Técnico: Marcelo Martelotte
Escalação do Tocantinópolis (melhor: Hiltinho; piores; Betão e Alan)
Jeferson; Marcinho, Betão, Wanderson e Chico Bala; Alan Maia (Azul), Tiago Bagagem (Bidely) e Hiltinho; Bambelo (Jheimy), Everson Bilal e Gustavo Gomes. Técnico: Jairo Nascimento
Maiores públicos do Santa Cruz na Série D de 2022 (e as rendas)
1º) 40.496 – Santa Cruz 0 x 0 Tocantinópolis, 07/08 (R$ 1.214.645)
2º) 20.000 – Santa Cruz 0 x 2 Jacuipense, 19/06 (R$ 412.350)
3º) 19.999 – Santa Cruz 1 x 0 Sergipe, 05/06 (R$ 372.155)
4º) 19.811 – Santa Cruz 0 x 0 Retrô, 24/07 (R$ 436.990)
5º) 19.491 – Santa Cruz 1 x 2 ASA, 23/04 (R$ 359.955)
6º) 14.896 – Santa Cruz 1 x 0 Juazeirense, 03/07 (R$ 292.780)
7º) 14.275 – Santa Cruz 1 x 1 Lagarto, 16/07 (R$ 267.150)
8º) 7.036 – Santa Cruz 2 x 1 CSE, 22/05 (R$ 115.975)
9º) 4.951 – Santa Cruz 3 x 2 Atlético de Alagoinhas, 08/05 (R$ 66.650)
Total em 9 jogos: 160.955 pessoas, com média de 17.883, e renda de R$ 3.538.650
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A tabela de jogos do Santa Cruz no Campeonato Brasileiro da Série D de 2022