Anúncio da Betnacional
Compartilhe!

A planta do Recife em 1875. O bairro do Arruda era deserto. O Santa chegou lá 68 anos depois.

A identidade do bairro do Arruda está intimamente ligada ao Santa Cruz Futebol Clube, presente com clube social e estádio no local desde 1943. Não por acaso, o sinônimo de Estádio José do Rego Maciel é “Arruda”, onde a cobra coral já atuou mais de 1,5 mil vezes.

Neste post, trago alguns dados construídos em décadas de futebol praticado na casa tricolor, incluindo projetos deixados de lado ao longo dos anos – além de imagens históricas. Da vida nômade nas primeiras décadas até a construção do maior estádio particular do Nordeste, suficiente para abrigar o povão.

Informações gerais do Arruda
Primeiro jogo: Santa Cruz 6 x 2 Íris (15/11/1943)
Maior goleada: Santa Cruz 15 x 2 Santo Amaro (09/03/1969)
Maior artilheiro: Baiano, com 128 gols (Náutico 70x, Santa 56x, Sport 1x e Central 1x, nos anos 80)
Maior público: 96.990 pessoas, Brasil 6 x 0 Bolívia (29/08/1993)
Número de finais: 19 (Estadual 16x, Série C 2x e Série D 1x)

Abaixo, tópicos com detalhes históricos de períodos distintos da casa do Santa.

2 - Campo de Afogados, a 1ª casa

O Santa Cruz perambulou bastante na cidade até chegar ao bairro do Arruda, em 1943. Bem antes do “Alçapão do Arruda”, o avô do Mundão, existiu o Campo de Afogados, no bairro de mesmo nome. O primeiro campo da história coral, onde o time de fato disputou jogos, ficava na Rua São Miguel, ao lado de sua antiga sede social. Na inauguração, em 8 de dezembro de 1928, o tricolor realizou um torneio com times suburbanos, num evento com muita gente presente, com ingressos disponibilizados para “cavalheiros”, “crianças” e “carros ocupados” – sim, a turma estacionava na beira do campo. No fim da festa, registrada nos jornais do Recife, o Santa venceu o Marvelo por 2 x 1, como relata o livro “História do Futebol em Pernambuco”, de Givanildo Alves. Em Afogados, o clube chegou a disputar um Clássico das Multidões.

2 - Alçapão do Arruda

Dos três grandes clubes da capital, o Santa foi o último a chegar ao seu bairro definitivo. Isso aconteceu em 1943, após arrendar o terreno onde hoje existe o estádio do Arruda – naquele mesmo ano, o tricolor inaugurou o seu campo, goleando o Íris (não confunda com o Íbis) por 6 x 2, num amistoso. A posse veio 12 anos depois, quando José do Rego Maciel, então prefeito do Recife, comprou a área em nome do município e doou ao clube. Antes da construção do primeiro lance de arquibancada, em 1965, as arquibancadas eram de madeira, com capacidade bem modesta. Além disso, as direções das traves eram diferentes. Em vez de Norte/Sul, como hoje, Oeste/Leste.

3 - Colosso do Arruda

Em 5 de abril de 1955, após uma reunião no Pina, a direção do Santa Cruz criou a “Comissão Pró-Estádio Tricolor”, já definindo o nome do futuro palco como “José do Rego Maciel”. Entre 1963 e 1964, o arquiteto Reginaldo Esteves elaborou ajustes na planta. No primeiro projeto oficial, seriam 30 mil lugares. Era bem parecido com o projeto final, com um anel de arquibancadas ondulado. Em 30 de agosto de 1964 veio o projeto que efetivamente brotaria do chão, bem maior, com 64 mil lugares. A obra foi viabilizada após a decisão do governador Eraldo Gueiros, que quis transformar o Recife em subsede da Copa da Independência de 1972, a “Minicopa”, com a participação de 20 seleções – o que ocorreu. Assim, liberou um empréstimo de US$ 850 mil através do Bandepe – curiosamente, os corais ganharam um título lá antes da finalização da obra, em 1970. No início da década de 1980 veio a ideia de ampliar o estádio, com dois projetos elaborados, um com o aumento do anel inferior (chegando a 110 mil pessoas) e outro com a construção de um anel superior (chegando a 100 mil). Só o segundo foi autorizado pela Prefeitura do Recife, com as obras seguindo até 1982, transformando o antigo “Alçapão” em “Colosso”. Não por acaso, o estádio recebeu dez jogos da Seleção entre 1978 e 2012, com 8 vitórias e 2 empates – além do recorde de quase 97 mil torcedores, nas Eliminatórias da Copa, em 1993. Hoje, por questão de segurança, o Arruda pode receber até 55.582 pessoas, ainda assim o maior palco do estado.

4 - Ideia de arena para a Copa de 2014, em 2007

Um mês após o lançamento da Arena Recife-Olinda, mais precisamente em 28 de junho de 2007, o Santa Cruz apresentou uma alternativa local para a Copa do Mundo de 2014, com o plano de modernização do Arruda, 43% mais barato (R$ 335 milhões x R$ 190 milhões). Com a capacidade estipulada em 68.500 cadeiras, o palco poderia receber qualquer jogo do Mundial – a partir da semifinal, a Fifa exige ao menos 60 mil lugares. O custo da obra seria dividido entre a reforma (R$ 150 mi) e a construção de um prédio de serviço, sede e estacionamento (R$ 40 mi). ”O melhor é que o clube não vai precisar gastar nada. Todo o dinheiro virá da iniciativa privada. Hoje, já temos contatos com quatro investidores interessados no projeto”, garantiu na época David Fratel, diretor da Engipar, a empresa paulista que firmou uma parceria com o Tricolor, ficando responsável pela captação de recursos. Os recursos jamais foram captados.

Agora, o passo a passo sobre as principais marcas do local, entre público e futebol.

Evolução da capacidade de público do Arruda*
1972 – 66.040
1982 – 110.000 (+43.960), após a construção do anel superior
1993 – 85.000 (-25.000**)
2001 – 75.000 (-10.000**)
2005 – 65.000 (-10.000**)
2012 – 60.044 (-4.956**)
2015 – 55.582 (-4.462**), em vigor
* Após a conclusão do anel inferior
** Redução por medida de segurança, por orientação dos bombeiros

Os 10 maiores públicos no Arruda
1º) 96.990 – Brasil 6 x 0 Bolívia (29/08/1993, Eliminatórias)
2º) 90.400 – Brasil 2 x 0 Argentina (23/03/1994, Amistoso)
3º) 80.203 – Náutico 0 x 2 Sport (15/03/1998, Estadual)
4º) 78.391 – Santa Cruz 1 x 1 Sport (21/02/1999, Estadual)
5º) 76.800 – Brasil 2 x 0 Paraguai (09/07/1989, Copa América)
6º) 76.636 – Santa Cruz (6) 1 x 1 (5) Náutico (18/12/1983, Estadual*)
7º) 75.135 – Santa Cruz 1 x 2 Sport (03/05/1998, Estadual)
8º) 74.280 – Santa Cruz 2 x 0 Sport (18/07/1993, Estadual)
9º) 71.243 – Santa Cruz 2 x 1 Náutico (28/07/1993, Estadual*)
10º) 70.003 – Santa Cruz 0 x 2 Náutico (11/07/2001, Estadual*)

A evolução do recorde de público do Arruda*
62.185 – Santa Cruz 0 x 0 Flamengo (04/06/1972, amistoso)
62.711 – Santa Cruz 2 x 0 Náutico (01/08/1976, Estadual)
76.636 – Santa Cruz 1 x 1 Náutico (18/12/1983, Estadual)
76.800 – Brasil 2 x 0 Paraguai (09/07/1989, Copa América)
96.990 – Brasil 6 x 0 Bolívia (29/08/1993, Eliminatórias)
* A partir da conclusão do anel inferior, em 1972

Santa Cruz no Arruda (1943-2019*)
1.529 jogos
909 vitórias (59,4%)
365 empates (23,8%)
255 derrotas (16,6%)
* Competições oficiais e amistosos

Primeiro: Santa Cruz 6 x 2 Íris (15/11/1943, amistoso)
Último: Santa Cruz 1 x 1 Botafogo-PB (14/07/2019, Série C)

16 decisões do Campeonato Pernambucano
8 títulos – Santa Cruz (1970, 76, 83, 90, 93, 95, 2011 e 15)
6 títulos – Náutico (1984, 85, 89, 2001, 02 e 04)
2 títulos – Sport (1977 e 80)

A seguir, um álbum com a evolução a evolução da casa tricolor, antes mesmo de ser no Arruda – imagens do Google Maps, do Diario de Pernambuco, via Biblioteca Nacional, e do próprio Santa. Para uma melhor visualização, caso esteja num celular, basta virar a tela na horizontal.

[Best_Wordpress_Gallery id=”85″ gal_title=”A evolução do estádio do Arruda”]


Compartilhe!