A exatamente um mês da abertura da Copa do Mundo de 2018, o técnico Tite divulgou a lista com os 23 jogadores convocados para defender a Seleção Brasileira. Nesta quarta tentativa para a conquista do hexa, Neymar aparece outra vez como principal nome. Só não era o nome ‘aguardado’ no dia, pois já havia sido confirmado há tempos – na prática, 15 eram certos.
Portanto, as dúvidas eram pontuais, como o terceiro goleiro, o novo lateral-direito, após o corte de Daniel Alves, o quarto zagueiro – não de posição, mas de ordem mesmo – e o último atacante.
Em 21 meses de trabalho na canarinha, com 12V, 2E e 0D, o treinador testou 64 jogadores. Ou seja, precisou refinar a lista com apenas 35% dos convocados. Para a formação, Tite descreveu o grupo como capaz de fazer ‘triangulações e transições rápidas”. Vale destacar que além dos 23 que vão à Rússia, ele selecionou mais 12 (não revelados), que entram numa lista reserva, com a possibilidade de mudanças em caso de lesão (até 4 de junho).
O início da preparação está agendado para 21 de maio, com a chegada do time ao CT da Seleção, em Teresópolis. Lá, seis dias de treinos até a viagem para a Europa, com dois amistosos antes da estreia: Croácia (em Liverpool, 03/06) e Áustria (em Viena, 10/06).
A análise do Podcast 45 Minutos (Cassio Zirpoli, Fred Figueiroa e Rafael Brasileiro):
Abaixo, a lista completa – entre parênteses, o número de jogos de cada um com Tite no comando. Dos 23 jogadores, apenas três atuam no futebol brasileiro e apenas seis jogaram em 2014. Faltou alguém? Quem foi a maior surpresa? Qual será o time titular? Comente!
Goleiros (3): Alisson (Roma, 25 anos e 15 jogos), Ederson (Manchester City, 24 anos e 1 jogo) e Cássio (Corinthians, 30 anos e 1 jogo),
Alisson foi o goleiro mais testado na ‘Era Tite’. Iniciou sob desconfiança, mas ganhou a posição no embalo da temporada na Itália – apesar dos sete gols sofridos nas quartas da Champions. Ederson, de contrato renovado até 2025 (!), também era nome certo e justo. Para a camisa ’22’, Cássio entrou pela confiança na época do Timão.
Laterais-direitos (2): Danilo (Manchester City, 26 anos e 1 jogo) e Fágner (Corinthians, 28 anos e 4 jogos)
O corte de Daniel Alves foi um duro golpe na composição de Tite, pois o veterano e campeoníssimo ala era cotado até mesmo para a faixa de capitão. Com isso, ficaram quatro nomes para duas vagas no setor. Enquanto Danilo larga na frente pela titularidade, Fágner foi o ‘beneficiado’ com o corte, sendo outro nome que trabalhou com Tite no Timão.
Laterais-esquerdos (2): Marcelo (Real Madrid, 30 anos e 10 jogos) e Filipe Luís (Atlético de Madrid, 32 anos e 5 jogos)
A titularidade de Marcelo, reafirmada após a saída de Dunga, jamais deu espaço para dúvida. Somente para o reserva, com outro brazuca na capital espanhola ganhando oportunidade. Recuperado de uma fratura na fíbula, Filipe tem um perfil mais defensivo.
Zagueiros (4): Miranda (Internazionale, 33 anos e 14 jogos), Marquinhos (PSG, 24 anos e 13 jogos), Thiago Silva (PSG, 33 anos e 10 jogos) e Geromel (Grêmio, 32 anos e 2 jogos)
Tite pode apostar na experiência (Thiago/Miranda, ambos acima de 30 anos) ou no conjunto (Thiago/Marquinhos, ambos do Paris Saint-Germain). O último nome lembrado, Geromel, foi justificado pela temporada excepcional no Grêmio, o atual campeão da Libertadores – na final do Mundial, apesar da derrota para o Real Madrid, foi o destaque.
Volantes (4): Casemiro (Real Madrid, 26 anos e 11 jogos), Fernandinho (Manchester City, 33 anos e 13 jogos), Paulinho (Barcelona, 29 anos e 16 jogos) e Fred (Shakhtar Donetsk, 25 anos e 1 jogo)
Meias (4): Renato Augusto (Beijing Guoan, 30 anos e 17 jogos), Philippe Coutinho (Barcelona, 25 anos e 17 jogos), Willian (Chelsea, 29 anos e 17 jogos) e Douglas Costa (Juventus, 27 anos e 7 jogos)
O meio-campo era o único setor virtualmente completo, com seis confirmações prévias. Concordo com os nomes, inclusive com os dois que entraram de última hora, Fred e Douglas Costa – este também poderia ter sido chamado como atacante.
Atacantes (4): Neymar (PSG, 26 anos e 13 jogos), Gabriel Jesus (Manchester City, 21 anos e 15 jogos), Roberto Firmino (Liverpool, 26 anos e 8 jogos) e Taison (Shakhtar Donetsk, 30 anos e 6 jogos)
No ataque, a recuperação de Neymar era vital para a composição – do time como um todo, diga-se. Consumada a volta, a escalação se mantém com os pontas. Pela temporada na Inglaterra, com direito à final da Champions League, Firmino cravou o seu nome sem aperreio. Já Taison ganhou a mais ferrenha disputa da lista – na minha visão, o único questionável.