A volta do Náutico aos Aflitos acontecerá em 2018. Inicialmente estava programada para maio, mas o prazo foi adiado. No contexto deste cenário, com direito à campanha de arrecadação, a volta às origens. Não só estruturais, mas de personagens que dão vida ao dia a dia do clube.
Através do seu perfil no instagram, o campeão estadual vem apresentando algumas dessas pessoas, com a tag “Coração Alvirrubro”. Os três primeiros são conhecidos até pelos rivais.
No caso, o dono do bar, Americano, o sorveteiro, Vevete, e o vendedor de laranjas, Barulho. São alguns dos nomes que se afastaram da convivência da torcida nos últimos cinco anos, com o mando de campo na Arena Pernambuco. E o segredo da memória afetiva parece ser justamente a simplicidade.
Obs. Já lanchei em Americano, já tomei sorvete de Vevete e já comprei a laranja de Barulho…
Americano
O “Bar do Americano” é um ponto clássico dentro da sede alvirrubra. A localização, no meio do fluxo, transformou o local num esquenta para os jogos e, dependendo dos resultados, na parada para a ‘saideira’. A instalação ocorreu há 21 anos, através de Normar Bortoletti, cujo nome incomum é a explicação do apelido – dado por um garçom para facilitar a comunicação. Sobre a movimentação, o próprio dono explica: “Desde 1997, muita gente já passou por aqui. Jogador famoso, técnico que adora um pãozinho na chapa, torcedor comemorando, torcedor brigando…”
Vevete
Samuel Santos, de 61 anos, trabalha nos Aflitos desde 1974. Chegou junto com o pai, de quem herdou o apelido de Vevete. Ambos sempre venderam sorvete no estádio timbu – com o produto passando até no meio do alambrado! Era sempre assim: o pai nas cadeiras e o filho nas sociais. O filho também virou pai e assumiu a ordem, embora sejam cinco anos circulando apenas na sede social. Mas Vevete voltará ao novo Eládio de Barros Carvalho. “Agora que ele (o pai) se foi, eu estou sempre por aqui. Volto porque me sinto em casa. Sou alvirrubro de nascença”.
Barulho
Sentado e encostado numa parede no corredor de acesso às sociais dos Aflitos, Barulho batia o ponto de segunda a segunda – jogos e treinos. Vendendo laranjas descascadas a torcedores, dirigentes e jogadores, Feliciano da Silva, 64 anos, tornou-se figura recorrente no clube. Barulho – cujo apelido também veio do pai, um padeiro que acordava a clientela – acabou se mudando para o CT após o fim dos jogos no Eládio. A volta é certa.