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Brigatti antes da estreia oficial. De lá pra cá, não rendeu. Foto: Rafael Melo/Santa Cruz.

Do anúncio da contratação, em 17 de fevereiro, ao comunicado da demissão, em 11 de abril, foram apenas 54 dias da “Era Brigatti”, o primeiro técnico da gestão de Joaquim Bezerra. O treinador havia sido escolhido por atender ao perfil desejado pela nova direção, com três pilares: liderança, trabalho com a base e experiência em divisões de acesso. Na prática, pouco fez.

A base do Santa Cruz foi utilizada de fato, com a utilização de peças como Marcel, Léo Gaúcho e, sobretudo, Jordan – embora, neste caso, tenha sido por falta de condições físicas do goleiro principal, vindo o surpreendente desempenho do goleiro de 23 anos. Dito isso, vamos ao ponto: faltou conjunto. O elenco é limitado, sendo inferior ao de 2020, na minha visão, apesar do fiasco em termos de resultado final. Contudo, essa muleta caberia à João Brigatti caso ele tivesse extraído o máximo do time. E isso não aconteceu. Não mesmo.

O técnico se queixou publicamente da má preparação do clube, mas não fez a sua parte para ganhar no discurso. Brigatti insistiu além da conta com o esquema de três zagueiros, mesmo com o time sem mostrar sequer segurança defensiva, quanto mais precisão ofensiva. Errou feio algumas vezes na escalação – como exemplo, cito Célio Santos na lateral-esquerda diante do Salgueiro, pelo NE, mesmo com um lateral de ofício no banco (na prática, seguiu com três zagueiros, mudando só no intervalo). Em 2020 faltou resultado, mas o time conseguiu demonstrar futebol em alguns momentos, tanto com Itamar Schulle quanto com Martelotte.

Com Brigatti, exceção feita à vitória sobre o Fortaleza no Castelão, com reservas, faltou bola. Mesmo quando venceu. Mesmo quando goleou, caso do 4 x 1 sobre o Vera Cruz, num placar enganoso, pois a partida seguia em 1 x 1 até os 38 do segundo tempo, com pressão do lanterna do Estadual. Falando em lanterna, o Santa Cruz acabou em 16º lugar na Copa do Nordeste, a sua pior campanha em 15 participações. Na prática, o único resultado importante nesta passagem foi a vitória sobre o Ypiranga (AP), pela Copa do Brasil. Porém, foi diante de um time “semiprofissional”. Ao todo, o ex-goleiro comandou o Santa em apenas 13 jogos, com 4 vitórias, 2 empates e 7 derrotas, todas pelo Nordestão. O aproveitamento foi de 35,8%, abaixo da tolerância sobre alguém que ainda não tinha lastro algum no trabalho.

Por convicção, a direção tende a manter o mesmo perfil para o próximo técnico. Embora, na prática, exista um quarto pilar, com a óbvia necessidade de ser minimamente competitivo.

Torcedor, o que você achou da saída de Brigatti? Qual deve ser o estilo do novo técnico do Santa?

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