Encerrada a temporada 2018, vamos ao balanço econômico (e, claro, técnico) dos principais clubes do Nordeste, considerando o desempenho nas competições oficiais. Ao todo, em calendários de 40 (Santa) a 75 jogos (Bahia), o “G7” apurou R$ 227.476.815, com um aumento de R$ 38,9 mi em relação ao ano anterior – devido ao recorde de participantes na Série A (4).
Neste contexto, se aplicam as premiações recebidas por fases e/ou títulos, além dos recursos recebidos pela transmissão na tevê de cada torneio, sem a bilheteria.
Apesar da tradição dos clubes, há de se considerar a distância interna, pois os três cotistas da televisão na região (Bahia, Sport e Vitória) concentraram 77,7% do montante, com R$ 176 milhões de reais. Porém, o cenário mudará em 2019, pois os dois rubro-negros caíram de divisão e a distribuição da receita na Série B terá um novo formato, sem a cláusula “para-quedas”, que garantia à integralidade aos cotistas há 20 anos. Voltando à análise sobre 2018, o grande salto foi dado pela dupla cearense.
A seguir, dados do G7 e análise esportiva/financeira. Na sequência, outros times da região.
Bahia (R$ 69,9 milhões)
– Estadual (BA): R$ 850.000 (campeão; 13 jogos, 9V, 3E e 1D)
– Nordestão: R$ 2.600.000 (vice; 12 jogos, 6V, 3E e 3D)
– Copa do Brasil: R$ 5.400.000 (quartas de final; 4 jogos, 1V, 1E e 2D)
– Brasileiro (Série A): R$ 55.881.770 (11º lugar; 38 jogos, 12V, 12E e 14D)
– Sul-Americana: R$ 5.204.725 (quartas de final; 8 jogos, 4V, 1E e 3D)
– Cotas (participação, premiação e tv): R$ 69.936.495 (R$ 932.486/jogo)
– Variação financeira sobre 2017: +R$ 12.244.160 (+21,2%)
– Desempenho: 75 jogos, com 32 vitórias, 20 empates e 23 derrotas. Índice de 51,5%
– Em 2019 jogará Estadual, Nordestão, Copa do Brasil, Série A e Sula
Sem dúvida alguma, o Baêa teve o melhor desempenho do G7 nesta temporada, tendo como único revés, de fato, a final da Copa do Nordeste, com o tetracampeonato adiado pelo Sampaio em plena Fonte Nova. Nas demais frentes, foi o melhor time considerando os adversários da região – incluindo uma nova vaga para a Sula. Na arrecadação, o clube correspondeu a 30% do G7.
Vitória (R$ 60,9 milhões)
– Estadual (BA): R$ 850.000 (vice; 13 jogos, 8V, 2E e 3D)
– Nordestão: R$ 1.450.000 (quartas de final; 8 jogos, 4V, 2E e 2D)
– Copa do Brasil: R$ 7.430.000 (oitavas de final; 8 jogos, 4V, 1E e 3D)
– Brasileiro (Série A): R$ 51.250.000 (19º lugar; 38 jogos, 9V, 10E e 19D)
– Cotas (participação, premiação e tv): R$ 60.980.000 (R$ 910.149/jogo)
– Variação financeira sobre 2017: +R$ 9.605.970 (+18,6%)
– Desempenho: 67 jogos, com 25 vitórias, 15 empates e 27 derrotas. Índice de 44,7%
– Em 2019 jogará Estadual, Nordestão, Copa do Brasil e Série B
A campanha na Copa do Brasil, até a 5ª fase, “salvou” o ano do rubro-negro baiano, esportiva e financeiramente. Nos demais torneios, só frustração, sobretudo com o rebaixamento, após três anos na elite. Em relação ao faturamento, foi beneficiado, neste ano, pelo cálculo do pay-per-view, que garantiu ao clube R$ 16 milhões – com o novo cálculo do PPV, deve perder metade do valor.
Sport (R$ 45,9 milhões)
– Estadual (PE): R$ 950.000 (semifinal; 13 jogos, 6V, 5E e 2D)
– Nordestão: não participou
– Copa do Brasil: R$ 2.200.000 (2ª fase; 2 jogos, 1V e 1E)
– Brasileiro (Série A): R$ 42.800.000 (17º lugar; 38 jogos, 11V, 9E e 18D)
– Cotas (participação, premiação e tv): R$ 45.950.000 (R$ 866.981/jogo)
– Variação financeira sobre 2017: -R$ 8.080.320 (-14,9%)
– Desempenho: 53 jogos, com 18 vitórias, 15 empates e 20 derrotas. Índice de 43,3%
– Em 2019 jogará Estadual, Copa do Brasil e Série B
Em 2017 o leão disputou 80 partidas, sendo um dos que mais atuaram no país. Desta vez foram 53, com queda de 33%. E isso sequer representou uma melhora técnica, pois o clube fracassou nas três frentes, eliminado por um time do interior no PE, eliminado em casa na copa nacional (após abrir 3 x 0) e rebaixado. Por não querer jogar o Nordestão, deixou de ganhar R$ 1 mi, a cota da 1ª fase.
Ceará (R$ 34,8 milhões)
– Estadual (CE): R$ 800.000 (campeão; 18 jogos, 12V, 3E e 3D)
– Nordestão: R$ 2.000.000 (semifinal; 10 jogos, 4V, 4E e 2D)
– Copa do Brasil: R$ 3.230.000 (3ª fase; 4 jogos, 2V e 2E)
– Brasileiro (Série A): R$ 28.850.320 (15º lugar; 38 jogos, 10V, 14E e 14D)
– Cotas (participação, premiação e tv): R$ 34.880.320 (R$ 498.290/jogo)
– Variação financeira sobre 2017: +R$ 28.569.209 (+452,6%)
– Desempenho: 70 jogos, com 28 vitórias, 23 empates e 19 derrotas. Índice de 50,9%
– Em 2019 jogará Estadual, Nordestão, Copa do Brasil e Série A
Ao seu alcance, o vozão teve uma boa média de arrecadação – no estadual, embora não tenha premiação alguma (com os outros estaduais citados, ficou com a taça. Na Série A, além da incrível recuperação na tabela, ainda ganhou um bônus de 850 mil reais pela permanência. Ficou a um triz de voltar a disputar a Sul-Americana, que renderia ao menos R$ 1 milhão em 2019.
Fortaleza (R$ 6,8 milhões)
– Estadual (CE): R$ 800.000 (vice; 18 jogos, 12V, 1E e 5D)
– Nordestão: não participou
– Copa do Brasil: não participou
– Brasileiro (Série B): R$ 6.030.000 (campeão; 38 jogos, 21V, 8E e 9D)
– Cotas (participação, premiação e tv): R$ 6.830.000 (R$ 121.964/jogo)
– Variação financeira sobre 2017: +R$ 5.130.000 (+301,7%)
– Desempenho: 56 jogos, com 33 vitórias, 9 empates e 14 derrotas. Índice de 64,2%
– Em 2019 jogará Estadual, Nordestão, Copa do Brasil (oitavas) e Série A
O ano tinha tudo para ser complicado, com o leão do pici fora de duas competições – de forma incrível, perdeu as vagas locais no Nordestão e na Copa do Brasil. Contudo, a campanha na Série B foi histórica, ficando no G4 em todas as rodadas, terminando com o título inédito. Na média, teve o melhor aproveitamento do G7, mesmo com um apurado de cotas baixo.
Náutico (R$ 6,0 milhões)
– Estadual (PE): R$ 950.000 (campeão; 14 jogos, 8V, 5E e 1D)
– Nordestão: R$ 750.000 (fase de grupos; 8 jogos, 2V, 4E e 2D)
– Copa do Brasil: R$ 4.300.000 (4ª fase; 6 jogos, 4V, 1E e 1D)
– Brasileiro (Série C): sem cota (quartas de final; 20 jogos, 9V, 5E e 6D)
– Cotas (participação, premiação e tv): R$ 6.000.000 (R$ 125.000/jogo)
– Variação financeira sobre 2017: -R$ 1.656.66 (-21,6%)
– Desempenho: 48 jogos, com 23 vitórias, 15 empates e 10 derrotas. Índice de 58,3%
– Em 2019 jogará Estadual, Nordestão, Copa do Brasil e Série C
A temporada do timbu foi bancada pela boa campanha na Copa do Brasil, na qual obteve três classificações, recebendo a maior premiação de sua história. Com isso, equilibrou as finanças até dezembro. Sem contar o fim do jejum estadual, com o título após 13 anos. Só faltou o acesso, com a eliminação na Arena Pernambuco, num empate com o Bragantino. Em 2019, jogará nos Aflitos.
Santa Cruz (R$ 2,9 milhões)
– Estadual (PE): R$ 950.000 (quartas de final; 11 jogos, 2V, 7E e 2D)
– Nordestão: R$ 1.450.000 (quartas de final; 8 jogos, 3V, 3E e 2D)
– Copa do Brasil: R$ 500.000 (1ª fase; 1 jogo, 1D)
– Brasileiro (Série C): sem cota (quartas de final; 20 jogos, 8V, 7E e 5D)
– Cotas (participação, premiação e tv): R$ 2.900.000 (R$ 72.500/jogo)
– Variação financeira sobre 2017: -R$ 6.903.703 (-70,4%)
– Desempenho: 40 jogos, com 13 vitórias, 17 empates e 10 derrotas. Índice de 46,6%
– Em 2019 jogará Estadual, Nordestão, Copa do Brasil e Série C
Em relação ao cenário cobra coral, péssimo, basta dizer que o clube teve mais empates do que vitórias e quatro eliminações em quatro mata-matas disputados no ano. À parte do Campeonato Pernambucano, onde valia apenas pela rivalidade, nos demais valia bastante dinheiro e até acesso (no Brasileiro). O apurado do Santa com cotas representou apenas 1,2% do G7.
Agora, números dos demais clubes do Nordeste que participaram ao menos da Série B…
Sampaio Corrêa (R$ 11,8 milhões)
– Estadual (MA): sem cota (5º lugar; 7 jogos, 3V, 1E e 3D)
– Nordestão: R$ 3.350.000 (campeão; 12 jogos, 5V, 6E e 1D)
– Copa do Brasil: R$ 2.500.000 (3ª fase; 4 jogos, 2V e 2E)
– Brasileiro (Série B): R$ 6.030.000 (18º lugar; 38 jogos, 10V, 8E e 20D)
– Cotas (participação, premiação e tv): R$ 11.880.000 (R$ 194.754/jogo)
– Desempenho: 61 jogos, com 20 vitórias, 17 empates e 24 derrotas. Índice de 42,0%
– Em 2019 jogará Estadual, Nordestão, Copa do Brasil (oitavas) e Série C
No começo do ano, o Sampaio foi mal no Estadual, mas na outra frente paralela ganhou um título histórico, com a primeira taça dourada da Lampions – com ganhos diretos e indiretos. Também foi bem na copa nacional, mas o rebaixamento à Série C foi uma pancada grande nas finanças.
CSA (R$ 7,8 milhões)
– Estadual (AL): sem cota (campeão; 12 jogos, 7V, 2E e 3D)
– Nordestão: R$ 750.000 (fase de grupos; 8 jogos, 2V, 5E e 1D)
– Copa do Brasil: R$ 1.100.000 (2ª fase; 2 jogos, 1E e 1D)
– Brasileiro (Série B): R$ 6.030.000 (vice; 38 jogos, 17V, 11E e 10D)
– Cotas (participação, premiação e tv): R$ 7.880.000 (R$ 131.333/jogo)
– Desempenho: 60 jogos, com 26 vitórias, 19 empates e 15 derrotas. Índice de 53,8%
– Em 2019 jogará Estadual, Nordestão, Copa do Brasil e Série A
Ano espetacular do alviceleste. No cenário local, foi campeão alagoano após dez anos. No Brasileiro, conquistou o terceiro acesso seguido, desta vez à elite nacional, de onde estava ausente desde 1987. Em 2019, o salto econômico será o maior da história do clube, de longe.
CRB (R$ 9,8 milhões)
– Estadual (AL): sem cota (vice; 12 jogos, 9V, 1E e 2D)
– Nordestão: R$ 1.300.000 (quartas de final; 8 jogos, 3V, 4E e 1D)
– Copa do Brasil: R$ 2.500.000 (3ª fase; 4 jogos, 1V, 1E e 2D)
– Brasileiro (Série B): R$ 6.030.000 (12º lugar; 38 jogos, 12V, 12E e 14D)
– Cotas (participação, premiação e tv): R$ 9.830.000 (R$ 158.548/jogo)
– Desempenho: 62 jogos, com 25 vitórias, 18 empates e 19 derrotas. Índice de 50,0%
– Em 2019 jogará Estadual, Nordestão, Copa do Brasil e Série B
O alvirrubro de Maceió faturou mais do que o rival na temporada, mas a campanha mediana na Série B, na qual chegou a ser ameaçado de rebaixamento, irá inverter a situação no próximo ano. Ao CRB, em 2019, cabe, no mínimo, manter o patamar econômico de 2018.
Por fim, os rankings de faturamento nas cotas considerando os dez clubes presentes neste levantamento. O destaque positivo vai para o Fortaleza, campeão da segundona mesmo tendo apenas a 8ª maior soma – contudo, conseguiu outras receitas como renda dos jogos e mensalidades de sócios. E o destaque negativo fica por conta do Sampaio. Apesar do título regional, foi rebaixado à terceira divisão mesmo com a 5ª maior captação na temporada.
As maiores arrecadações em cotas/premiações em 2018 (R$)
1º) 69,9 mi – Bahia
2º) 60,9 mi – Vitória
3º) 45,9 mi – Sport
4º) 34,8 mi – Ceará
5º) 11,8 mi – Sampaio Corrêa
6º) 9,8 mi – CRB
7º) 7,8 mi – CSA
8º) 6,8 mi – Fortaleza
9º) 6,0 mi – Náutico
10º) 2,9 mi – Santa Cruz
As maiores médias de cota por jogo oficial em 2018 (R$)
1º) 932.486 – Bahia
2º) 910.149 – Vitória
3º) 866.981 – Sport
4º) 498.290 – Ceará
5º) 194.754 – Sampaio Corrêa
6º) 158.548 – CRB
7º) 131.333 – CSA
8º) 125.000 – Náutico
9º) 121.964 – Fortaleza
10º) 72.500 – Santa Cruz