Nunca o Sport teve tanto dinheiro quanto no período entre 2015 e 2018, com R$ 431 milhões de receita operacional, considerando a projeção do último ano, cujo balanço ainda não foi fechado. No entanto, no mesmo período, a despesa do clube chegou a R$ 492 milhões – com déficit de 61 mi. Sem dúvida, também, nunca se gastou tanto. Daí, a promessa na última eleição presidencial sobre a realização de uma auditoria para elucidar todo o cenário.
A primeira reunião aconteceu em 22/01, com o novo vice do leão, Carlos Frederico, e representantes da BDO RCS Auditores Independentes, Mário Fernandes e Paula Alves. Também estiveram na mesa o o assessor da presidência, Bruno Veloso, e o CEO do clube, Fernando Halinsk – o mesmo da gestão anterior. Embora o texto no site rubro-negro aponte o status da consultoria, a quinta maior do Brasil, com mercado internacional e contratada pela CBF para a padronização contábil das demonstrações das federações, o fato não é exatamente uma novidade. Afinal, a BDO foi a empresa responsável pelo relatório independente dos últimos balanços do clube – nos quais fez ressalvas. O trabalho deve começar em 18/02. Até lá, segue em discussão o escopo.
De Carlos Frederico:
“Essas reuniões preliminares são muito importantes para que fique definido o escopo da auditoria e do detalhamento das contas no balanço. Vamos fechar as contas de dezembro do ano passado e aí que entra o trabalho da BDO, uma das maiores empresas que auditam clubes de futebol do Brasil”
No balanço de 2018, o passivo do Sport chegou a R$ 258 milhões, no 5º aumento seguido.
Receitas dos biênios executivos entre 2001 e 2018
Abaixo, o comparativo entre os biênios executivos neste século, sendo que dois deles (2001-2002 e 2013-2014) tiveram dois presidentes devido ao afastamento da cabeça da chapa – em ambos, Luciano Bivar. O quadro considera a receita líquida de cada gestão, o dado apresentado por Arnaldo Barros – em 2017, por exemplo, isso dá R$ 105.471.747. Considerando o orçamento estimado para 2018, o agora ex-presidente somou uma receita operacional superior ao da década passada (213 mi x 203 mi). Idem com despesa (247 mi x 236 mi) e resultado dos exercícios (-33 mi x -32 mi). Dos 9 biênios, só um teve superávit, o de Dubeux – mas, por outro lado, o desempenho no campo foi pífio, sem títulos estaduais e com o descenso à Série B. Também chama a atenção o descontrole no gasto a partir de 2015. A receita praticamente dobrou, mas a despesa subiu numa proporção ainda maior. Embora tenha estado presente na elite nacional nesses 4 anos, no cenário local o leão só conseguiu um título. Pra completar, no fim deste período, o rebaixamento.
Em 18 anos neste século, considerando os valores nominais, uma receita acumulada de R$ 873.564.716, com despesa de R$ 957.013.198. Logo, um déficit de R$ 83.448.482. Haja conta.