A comemoração no finzinho do jogo. Gol decisivo e histórico. Foto: Felipe Oliveira/Bahia.
O meia Danielzinho foi acionado por Roger aos 41 minutos do segundo tempo. Pelo futebol desenvolvido pelo Bahia até então, parecia claro que o treinador deveria ter mexido bem antes. Mesmo com quase 70% de posse de bola, o tricolor fez uma partida ruim diante do Confiança. Sem ideias, passou longe de exercer o favoritismo natural – a sua folha era quase 16 vezes maior que a do time sergipano. Ali, com o jogo truncado, com Élber sendo o único gás no ataque, a definição em Pituaçu parecia caminhar para as penalidades, com o improvável empate sem gols. Até a jogada de Élber pela esquerda, com a bola rolando para a meia-lua, para Danielzinho.
Em seu primeiro toque na bola, o jogador de 24 anos bateu firme, no canto direito do goleiro Rafael Santos. Certeiro. O gol da classificação do Bahia, evitando uma zebra daquelas e colocando o tricolor mais uma vez na final da Copa do Nordeste. Em 17 edições, esta é a 8ª decisão do clube, agora recordista absoluto. Superou o arquirrival Vitória, com 7. O curioso é que o leão baiano chegou à final pela última vez em 2010. Na ocasião, o Bahia tinha apenas 4. Entretanto, a volta oficial da competição, em 2013, também serviu para acomodar o tricolor num sarrafo mais alto em relação ao torneio no qual sempre é um favorito natural.
Não por acaso, o time soteropolitano tentará o tetracampeonato regional na decisão diante do Ceará (dias 1 e 4 de agosto). Será a segunda tentativa. Falhou em 2018, também em Salvador. Caso consiga a taça desta vez, chegará a outro o recorde. Agora, o de maior campeão, feito ainda exclusivo do rival, que vem olhando há tempos a evolução dos números…
Nº de finais na Copa do Nordeste 1994-2020 (entre parênteses, os títulos)
8x – Bahia (3)
7x – Vitória (4)
5x – Sport (3)
3x – Ceará (1)
2x – Campinense (1)
1x – América-RN (1), Fortaleza (1), Sampaio Corrêa (1), Santa Cruz (1), ABC, ASA, Botafogo-PB, CRB e Fluminense-BA
Escalação do Bahia (melhores: 1 Danielzinho, 2 Elber; pior: Clayson)
Anderson; João Pedro, Lucas Fonseca, Juninho e Juninho Capixaba; Flávio, Gregore (Danielzinho, 41/2T) e Rodriguinho; Élber (Ronaldo, 44/2T), Fernandão e Clayson (Alesson, 24/2T). Técnico: Roger
Escalação do Confiança (melhores: Mancini e Nirley; pior: Ari)
Rafael Santos; Thiago Ennes, Nirley, Mancini e Silva; Jefferson, Amaral (Madison, 33/2T) e Moritz (Mikael, 12/2T); Ari (Villa, 24/2T), Reis e Ítalo (Marcelinho, 33/2T). Técnico: Matheus Costa
Histórico geral de Bahia x Confiança (todos os mandos)
29 jogos
21 triunfos do tricolor baiano (72,4%)
4 empates (13,7%)
4 vitórias do time proletário (13,7%)
Curiosidade 1
Com a vaga na decisão, o Bahia já tem a garantia de mais R$ 500 mil, pela segunda colocação. Em caso de título, R$ 1 milhão. Como já havia somado R$ 2,875 milhões, terminará a edição com R$ 3,375 mi (vice) ou R$ 3,875 mi (campeão). Já o Confiança deixa o torneio com R$ 1,45 mi.
Curiosidade 2
Com a final entre Bahia e Ceará, teremos o primeiro clube com dois títulos desde a volta oficial. Na sete edições anteriores foram sete campeões diferentes. O tricolor ganhou em 2017, enquanto o vozão ganhou sua única taça em 2015, justamente diante do Baêa, com o repeteco agora.
A análise do Podcast 45 Minutos (Celso Ishigami, Cáscio Cardoso e Fred Figueiroa):
Abaixo, assista aos melhores momentos da partida, num vídeo do perfil da Copa do Nordeste.