Anúncio da Betnacional
Compartilhe!

Balanço financeiro do Fortaleza em 2023

O gráfico com a evolução das receitas e das dívidas do leão cearense nos últimos 6 anos.

Em 2017, quando saiu da Série C após oito anos de calvário, o Fortaleza teve uma receita de R$ 24 milhões. Hoje, aquela cifra é algo bem distante da realidade. Nos seis anos seguintes, com a passagem direta na Série B, como campeão, e as cinco temporadas na Série A, a arrecadação do clube disparou. Foi proporcional ao desempenho em campo. Em 2023, quando ficou no “G10” da primeira divisão pela 3ª vez seguida e acabou como vice da Copa Sul-Americana, o Laion teve um faturamento histórico. Não só do clube, mas de toda região.

R$ 38 milhões pelo bom desempenho esportivo

De 2020 para 2021 o aumento da receita foi de R$ 88 milhões. De 2021 para 2022, já sem efeitos da pandemia, foi de R$ 92 milhões. Agora, de 2022 para 2023, o salto foi de R$ 113 milhões! Com o fechamento do balanço de 1º de janeiro a 31 de dezembro de 2023, o Fortaleza teve R$ 381.656.000 de receita total, num documento auditado pela consultoria BDO. Esse valor soma a receita operacional, receitas excepcionais e impostos deduzidos.

O faturamento do clube cearense segue sendo impulsionado em frentes como tevê (50 mi), mensalidade de sócios (34 mi), negociação de jogadores (34 mi), patrocínios (31 mi), bilheteria (20 mi) e venda de produtos oficiais (13 mi). Já em campo, através dos resultados obtidos nas competições, com direito à presença tanto na Libertadores quanto na Sula, o Fortaleza ganhou R$ 38,5 milhões. Caso tivesse vencido a disputa de pênaltis contra a LDU, na decisão continental, teria recebido mais 3 milhões de dólares, ou cerca de R$ 15 milhões. Indo além, há outro fator que deu ainda mais peso à contabilidade recorde do clube.

Acordo com a Liga representou 31% da receita

O demonstrativo divulgado em 30 de abril, apesar de o site informar a publicação desde o dia 24, traz o repasse da Liga Forte União. Pelo acordo com a LFU, o Fortaleza vendeu 20% dos seus direitos comerciais pelo Campeonato Brasileiro pelos próximos 50 anos, a partir de 2025 – outros filiados fizeram o mesmo, como Ceará e Sport. Por esta movimentação, o FEC recebeu R$ 120 milhões, ou 31% da receita total no ano. Para fins contábeis, esse dinheiro já “entrou”, mas na prática o depósito foi de R$ 69 milhões até o momento. O valor restante, de R$ 48 milhões, já deduzindo os impostos, será repassado ao Fortaleza em duas parcelas: novembro de 2024 (18 mi) e maio de 2025 (30 mi). Isso está dito no próprio balanço tricolor.

Considerando o valor integral da LFU, conforme o relatório, o Fortaleza registrou o maior superávit de sua história. O saldo da subtração da receita líquida pelas despesas foi positivo pela 3ª vez consecutiva, sendo +15 mi em 2021, +32 mi em 2022 e +66 mi em 2023. A verba da liga foi mesmo importante, pois o gasto tricolor foi bem maior na última temporada. O custo do futebol, juntando todos os setores, passou de R$ 162 milhões para R$ 220 milhões. Só de salários e direitos de imagem, o custo com elenco chegou a R$ 114 milhões. Além disso, ainda houve a carga com despesas administrativas, que subiram de 42 mi para 62 mi.

No topo das maiores arrecadações do Nordeste

Entre os balanços divulgados até hoje, o Nordeste já registrou oito receitas anuais acima de R$ 150 milhões. Eis o número de vezes: 3x Fortaleza, 2x Bahia, 2x Ceará e 1x Sport. Abaixo, o ranking agora liderada pelo Leão do Pici. Lembrando que o Bahia, que viveu a sua primeira temporada integral como SAF junto ao Grupo City, ainda não divulgou oficialmente o seu balanço.

1º) R$ 381,65 mi – Fortaleza (2023)
2º) R$ 267,85 mi – Fortaleza (2022)
3º) R$ 208,64 mi – Bahia (2021)
4º) R$ 206,22 mi – Sport (2023)
5º) R$ 189,48 mi – Bahia (2019)
6º) R$ 175,05 mi – Fortaleza (2021)
7º) R$ 173,21 mi – Ceará (2022)
8º) R$ 159,28 mi – Ceará (2021)
* Em valores nominais

A seguir, confira o histórico recente de receitas do Fortaleza.

Receita total do Fortaleza

2018 (Série B): R$ 51.621.897
2019 (Série A): R$ 120.490.995 (+133%; +68 mi)
2020 (Série A): R$ 86.069.940 (-28%; -34 mi)
2021 (Série A): R$ 175.053.214 (+103%; +88 mi)
2022 (Série A): R$ 267.851.201 (+53%; +92 mi)
2023 (Série A): R$ 381.656.000 (+42%; +113 mi)

Resultado do exercício (superávit/déficit)

2018 (Série B): -1.503.071
2019 (Série A): +3.444.392
2020 (Série A): -9.787.635
2021 (Série A): +15.300.604
2022 (Série A): +32.280.844
2023 (Série A): +66.206.000*
* O saldo da subtração da receita líquida (367,0 mi) pelo custo operacional (291,0 mi) e pelas despesas financeiras

Evolução do passivo acumulado do clube

2018 (Série B): R$ 32.335.928
2019 (Série A): R$ 43.485.850 (+34%; +11 mi)
2020 (Série A): R$ 57.885.088 (+33%; +14 mi)
2021 (Série A): R$ 74.612.038 (+28%; +167 mi)
2022 (Série A): R$ 96.018.000 (+28%; +21 mi)
2023 (Série A): R$ 127.798.000 (+33%; +31 mi)
* A soma das pendências de curto prazo (circulante) e longo prazo (não circulante)

Abaixo, um comparativo sobre quatro frentes importantes para a composição da receita no futebol profissional, presentes nos últimos quatro balanços do Fortaleza – e as respectivas séries.

Direitos de transmissão na TV

2020 (Série A): R$ 24,10 milhões
2021 (Série A): R$ 54,53 milhões (+126%; +30 mi)
2022 (Série A): R$ 56,48 milhões (+3%; +2 mi)
2023 (Série A): R$ 50,27 milhões (-10%; -6 mi)

Quadro de sócios-torcedores

2020 (Série A): R$ 11,21 milhões
2021 (Série A): R$ 14,08 milhões (+25%; +2 mi)
2022 (Série A): R$ 35,30 milhões (+150%; +21 mi)
2023 (Série A): R$ 34,51 milhões (-2%; -0,7 mi)

Renda nos jogos

2020 (Série A): R$ 2,02 milhões
2021 (Série A): R$ 5,68 milhões (+180%; +3 mi)
2022 (Série A): R$ 18,52 milhões (+226%; +12 mi)
2023 (Série A): R$ 20,04 milhões (+8%; +1 mi)

Patrocínio e Marketing

2020 (Série A): R$ 6,33 milhões
2021 (Série A): R$ 9,38 milhões (+48%; +3 mi)
2022 (Série A): R$ 22,22 milhões (+136%; +12 mi)
2023 (Série A): R$ 31,66 milhões (+42%; +9 mi)

Leia mais sobre o assunto
Fortaleza monta orçamento de R$ 258 milhões em 2024, além de “bônus” da liga

Estudo aponta o Fortaleza entre os 15 clubes mais valiosos do Brasil; veja o ranking


Compartilhe!