Atual tricampeão paraibano, o Botafogo deu mais um passo em sua história ao alcançar a final da Copa do Nordeste pela 1ª vez, após 15 participações. Feito longe de ser surpresa. O alvinegro é, na verdade, o único invicto da competição, com a melhor campanha (7V e 3E).
O rendimento nas fases anteriores, aliás, garantiu o mando na semifinal em jogo único, contra o Náutico. A atmosfera no Almeidão foi bastante favorável, embora a torcida rival tenha ido em peso do Recife. Em campo, o Bota foi melhor e criou mais oportunidades, mas contou com erros dos pernambucanos para balançar as redes.
No 1T foram ao menos quatro chances reais para o mandante, com bola no travessão de Marcos Aurélio, Camutanga salvando em cima de linha e falta de pontaria do centroavante Nando – já o timbu, acuado, teve apenas uma chance, incrivelmente desperdiçada por Wallace Pernambucano. No 2T, o centroavante adversário se redimiu logo aos 10 minutos. Começou num recuo errado do alvirrubro, com Bruno sem conseguir segurar a bola no chão e, na sequência, Assis travando errado. No meio de tantos erros, o camisa 9 marcou. Márcio Goiano mudou o time na hora, com a entrada de Tarcísio Martins, que precisou de 2 minutos para empatar, após receber uma enfiada de bola de Wallace.
Depois, o jogo ficou nervoso, com Bruno defendendo um pênalti, mal marcado na minha visão – foi a sua 1ª defesa como profissional, na 19ª cobrança. A definição nas penalidades parecia encaminhada, até o meia Juninho escorar de costas uma falta cobrada pela esquerda, aos 44 minutos. A bola encobriu Bruno, adiantado. Se foi cruel com o Náutico, foi a desforra do Botafogo, que já havia visto o rival Campinense decidir 2x a Lampions – um título em 2013 e um vice em 2016. Agora, chegou a sua vez, merecidamente, com jogos nos dias 22 e 29 de maio. E a volta será, frisando, no Almeidão. A melhor campanha segue pesando em 2019…
Obs – Desfalcado, o timbu perdeu uma boa chance de alcançar a sua 1ª final. Pior, somou a 3ª eliminação dramática no ano, com a Copa do Brasil (Santa, pênaltis) e o Estadual (Sport, pênaltis).
Escalação do Botafogo (melhores: 1 Juninho, 2 Israel; pior: Paulo Renê)
Saulo; Israel, Lula, Donato e Fábio Alves; Rogério, Marcus Vinícius (Dico, 22/2T) e Marco Aurélio (Enercino, 20/2T); Juninho, Clayton e Nando (Paulo Renê, 28/2T). Técnico Evaristo Piza
Escalação do Náutico (piores: 1 Assis, 2 Bruno, 3 Wagninho)
Bruno; Hereda, Rafael Ribeiro, Camutanga e Assis (Krobel, 39/2T); Jiménez, Luiz Henrique, Wagninho e Lucas PB (Tarcísio Martins, 13/2T)); Odilávio (Rafael Oliveira, 29/2T) e Wallace PE. Márcio Goiano
Histórico de Botafogo-PB x Náutico (todos os mandos)
53 jogos
24 vitórias pernambucanas (45,2%)
12 empates (22,6%)
17 vitórias paraibanas (32,0%)
Campanhas do Náutico na volta do Nordestão (entre parênteses, a premiação acumulada)
2013 – não participou
2014 – Fase de grupos (R$ 350 mil)
2015 – Fase de grupos (R$ 365 mil)
2016 – não participou
2017 – Fase de grupos (R$ 600 mil)
2018 – Fase de grupos (R$ 750 mil)
2019 – Semifinal (R$ 2,41 milhões)
Total de cotas do timbu (5 edições): R$ 4,475 milhões
Já o Bota conseguiu R$ 2,71 milhões em 2019, já contabilizando o mínimo na final (R$ 500 mil pelo vice). Portanto, poderá ganhar mais R$ 500 mil em caso de título, totalizando R$ 3,21 mi.
A análise do Podcast 45 Minutos sobre a semifinal em João Pessoa (do minuto 51 ao 76):