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Medalhistas de ouro do Brasil em 2024

Todos os ouros olímpicos de 2024 foram conquistadas por mulheres. Imagem: COB/Twitter.

A delegação brasileira nos Jogos Olímpicos de Paris foi composta por 276 atletas, com maioria feminina pela primeira vez na história (153 x 123). Ao todo, 61 representantes do país deixam a França com a medalha no peito. Isso corresponde a 22,1% dos integrantes. Nada mal. Ao todo, o “Time Brasil” ganhou 20 medalhas, com o desempenho das mulheres sendo determinante para isso. Elas ganharam 12 medalhas. Já os homens ganharam 7. Ainda houve 1 numa equipe mista, num pódio inédito no tatame. Beatriz Souza no judô, Rebeca Andrade no solo da ginástica artística e a dupla Ana Patrícia e Duda o vôlei de praia foram campeãs olímpicas, com as únicas medalhadas douradas nesta emocionante edição de 2024.

Total de pódios superou o do Rio-2016

Em relação ao topo do pódio, de fato houve uma queda considerável. O Brasil obteve sete ouros tanto no Rio de Janeiro-2016 quanto em Tóquio-2020. Segundo especialistas, como os da revista Sports Illustrated, a expectativa era de cinco ouros, tendo outros favoritos, como Gabriel Medina no surfe e Rayssa Leal no skate street. Ambos ficaram com o bronze. Foram resultados em situações normais numa competição de alto nível como essa, com os pódios sendo bastante comemorados. Como tem que ser. E aqui parto para o segundo ponto. A marca de 22 medalhas, que superaria o recorde de pódios em Tóquio, não foi alcançado, mas o numero final após duas semanas de provas foi o segundo maior da história brasileira.

Quando os Jogos aconteceram no Rio, com o país sendo sede pela primeira vez, o Time Brasil teve 19 medalhas. Portanto, é pra lá de relevante chegar a 20 nesta primeira edição “fora de casa” e sem consequências da pandemia – como em 2021, num ciclo excepcional de 5 anos e com estádios sem público no Japão. Esta foi a oitava Olimpíada seguida com pelo menos dez medalhas. Parece pouco, mas é sempre bom lembrar que em Barcelona-1992 foram apenas três pódios! Até ali o desempenho nacional era sempre de “um dígito”, variando de 0 a 8. Os 32 anos de lá pra cá representam uma melhora paulatina, com oscilações naturais. É importante enxergar também a ampliação do leque de modalidades competitivas. Em Paris, Brasil foi ao pódio em 11 modalidades diferentes – ao todo são 32 esportes oficiais.

Meta olímpica do COB já não é devaneio

Desta vez, apenas onze países tiveram um quadro de medalhas mais sortido neste comparativo de modalidades. De forma geral, ficamos em 20º lugar na contagem clássica, que parte do número de ouros. Já na soma de todas as medalhas, tendo 3 ouros, 7 pratas e 10 bronzes, o Time Brasil ficou na 13º colocação, próximo ao “Top Ten”, uma obsessão antiga do Comitê Olímpico Brasileiro. Num certo momento essa meta era só um devaneio. Hoje, já é levada a sério. Como não há tabela oficial, pelos ouros ou pelo total, valerá a primeira que chegar. Ainda vale dizer que numa contagem clássica só com as medalhas das mulheres, que foram o grande diferencial neste ano, o Brasil teria sido 13º lugar!

Pensando já na próxima edição dos Jogos Olímpicos, com a volta a Los Angeles, em 2028, é preciso seguir com a política pública de incentivo ao esporte olímpico – que é, basicamente, qualquer modalidade à parte do futebol. Tanto no fomento da base, com mais adeptos e mais centros e profissionais capacitados, quanto na estrutura técnica e financeira aos atletas de alto rendimento. A cada ciclo o desafio é retomado. Antes de buscar qualquer índice olímpico, o atleta brasileiro já é um vencedor por dedicar a sua vida ao esporte. Este pensamento de longo prazo nos tirou de uma inércia olímpica para um quadro de domínio na América Latina. Não se contentar só com isso deve ser a nova missão do COB.

Veredito de Paris e chave para Los Angeles

Para isso, talvez seja preciso rever alguns critérios sobre a distribuição dos recursos federais. Em 2024, por exemplo, o repasse às 33 confederações brasileiras olímpicas será de R$ 225 milhões, através da Lei das Loterias. O atletismo ficará com R$ 8,18 milhões, ou 3,6% do total. Me parece um dado irrisório, sobretudo considerando o enorme potencial de adesão na população e de resultados esportivos – hoje bem aquém, com apenas duas medalhas na capital francesa. O número fica ainda mais controverso após observar algumas modalidades de apelo bem menor, como rúgbi (R$ 5,32 mi), escalada (R$ 4,93 mi) e golfe (R$ 4,78 mi).

E quanto à resposta da pergunta no título? Sim, foi positivo. O país teve representantes entre os oito melhores colocados de 58 provas. Ou seja, além das medalhas, existiram outras boas chances. O aumento do número de finalistas é a chave para um volume maior em “LA 2028”.

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Abaixo, veja o quadro de medalhas, com o Top Ten e a posição final do Brasil. Ao todo, foram distribuídas 1.041 medalhas nas 329 provas da terceira versão dos Jogos Olímpicos de Paris.


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