A estreia brasileira na Copa foi frustrante, mas o resultado tende a tirar a estrutura de jogo de uma zona de conforto – afinal, reviravoltas neste torneio são naturais e a equipe precisa aprender isso desde já. Em Rostov, diante da Suíça, a Seleção até começou envolvente. Acelerou o jogo, buscando a técnica do setor ofensivo, com a força máxima disponível. Apesar disso, teve dificuldades para infiltrações, tanto que o único gol – um golaço – foi marcado num chute colocado de fora da área. Quando o Brasil conseguia articular melhor a jogada, a pontaria não colaborava. O scout de finalizações apontou 20 x 6 a favor da canarinha, mas com apenas 4 tentativas certas. Muito pouco. Não condiz com a preparação realizada.
Gabriel Jesus foi peça nula, Neymar passou longe do protagonismo esperado e Coutinho, apesar do gol, pouco fez. O time como um todo caiu na armadilha suíça, que conseguiu travar a partida, que teve 31 faltas – número elevado no Mundial. De tanto apanhar, também descontou. Em faltas, Brasil 12 x 19 Suíça.
Para completar, a defesa falhou no gol suíço. E esse desempenho era (é) uma característica marcante na equipe de Tite, que não sofria gols há cinco jogos – por sinal, 16 dos 22 jogos com o técnico terminaram em branco. Dito isso, como justificar a liberdade de Zuber na pequena área (sim, pequena), com sete brasileiros por perto. Num disputa de bola com Miranda (não achei falta), o jogador cabeceou e empatou. Somente após a entrada de Firmino, já na reta final, o Brasil voltou a ter oportunidades. Seguiu martelando, mas sem precisão. Mal no ataque e falhando na defesa? Dobradinha rara com Tite.
O favoritismo acabou condensado num empate em 1 x 1, que evitou a 10ª vitória seguida do país na Copa do Mundo. O último tropeço havia sido há 40 anos, mais precisamente em 3 de junho de 1978, com o mesmo placar diante da Suécia, em Mar del Plata, na edição da Argentina. Portanto, a caminhada na Rússia em busca da história começou às avessas.
Escalação do Brasil (melhores: 1 Coutinho, 2 Firmino, 3 Casemiro)
Alisson; Danilo; Miranda, Thiago Silva e Marcelo; Casemiro (Fernandinho, 15/2T), Paulinho (Renato Augusto, 22/2T) e Phillipe Coutinho; Willian, Gabriel Jesus (Firmino, 34/2T) e Neymar
As estreias da Seleção na Copa do Mundo (o autor do 1º gol)
1930 – Brasil 1 x 2 Iugoslávia (Preguinho)
1934 – Brasil 1 x 3 Espanha (Leônidas da Silva)
1938 – Brasil 6 x 5 Polônia (Leônidas da Silva)
1950 – Brasil 4 x 0 México (Ademir Menezes)
1954 – Brasil 5 x 0 México (Baltazar)
1958 – Brasil 3 x 0 Áustria (Mazzola)
1962 – Brasil 2 x 0 México (Zagallo)
1966 – Brasil 2 x 0 Bulgária (Pelé)
1970 – Brasil 4 x 1 Tchecoslováquia (Rivellino)
1974 – Brasil 0 x 0 Iugoslávia*
1978 – Brasil 1 x 1 Suécia (Reinaldo)
1982 – Brasil 2 x 1 União Soviética (Sócrates)
1986 – Brasil 1 x 0 Espanha (Sócrates)
1990 – Brasil 2 x 1 Suécia (Careca)
1994 – Brasil 2 x 0 Rússia (Romário)
1998 – Brasil 2 x 1 Escócia (César Sampaio)
2002 – Brasil 2 x 1 Turquia (Ronaldo)
2006 – Brasil 1 x 0 Croácia (Kaká)
2010 – Brasil 2 x 1 Coreia do Norte (Maicon)
2014 – Brasil 3 x 1 Croácia (Neymar)
2018 – Brasil 1 x 1 Suíça (Philippe Coutinho)
* O 1º gol do Brasil só saiu no terceiro jogo. Jairzinho abriu o placar no 3 x 0 sobre o Zaire
21 estreias, com 16 vitórias, 3 empates e 2 derrotas; 47 GP e 19 GC
Histórico geral de Brasil x Suíça
9 jogos
3 vitórias brasileiras
4 empates
2 vitórias suíças
A análise do Podcast 45 Minutos (participação especial do tetracampeão Márcio Santos):