O Paysandu foi o maior vencedor na primeira década, tri. Foto: Jorge Luis Totti/Paysandu.
A Copa Verde completou dez edições consecutivas após o título do Goiás sobre o Paysandu em 2023. Ainda assim, numa disputa oficial que reúne 12 estados do país, com as regiões Norte e Centro-Oeste, além do Espírito Santo, o inter-regional segue tendo uma receita muito tímida. Campeão pela primeira vez, o clube goiano recebeu uma cota de R$ 400 mil. Na Copa do Nordeste, o outro torneio com essa característica regional sob a chancela da CBF, a menor cota repassada na fase principal de 2023 foi de R$ 1,2 milhão.
Campeão nordestino nesta temporada, o Ceará acumulou R$ 6,4 milhões em premiações, um valor superior a todo o investimento feito pela Confederação Brasileira de Futebol na Copa Verde. Citando o aporte como um “valor histórico”, a entidade desembolsou R$ 6,0 milhões entre cotas aos clubes e custeio da Copa Verde. O Nordestão distribuiu R$ 42 milhões apenas em premiações aos times, ou 7 vezes mais, numa captação a partir da venda dos direitos de transmissão e dos 17 patrocínios firmados. Segundo a CBF, a Copa do Nordeste é o “modelo a ser seguido” devido ao “sucesso de público e comercial”.
Falta de regularidade na televisão
Na Copa Verde, a exibição na televisão, algo básico num bom produto esportivo, já é bastante limitada e a cada ano passa num canal diferente, com anúncios em cima da hora. Foi assim na transmissão da decisão de 2023, através da TV Brasil e da BandSports, esta pela primeira vez. É um traço claro de desorganização. Desta forma, a continuidade da competição, agora com uma década de história, é quase uma sobrevivência, não tendo regularidade nem mesmo no calendário – neste momento, ocorre no primeiro semestre.
Ao menos a CBF apontou, antes da final entre Goiás e Papão, um planejamento para os próximos anos. Considerei importante por enxergar a viabilidade e também por já garantir mais três edições – abaixo, veja a declaração do presidente Ednaldo Rodrigues. No caso, seria um investimento até 2026 com o objetivo de tornar a Copa Verde autossustentável, como já é a prima nordestina. Observando que o faturamento da CBF passa de R$ 1 bilhão por ano, a manutenção do torneio deveria priorizar o viés esportivo sobre qualquer aspecto. Que siga bem além de 2026, como também espero que aconteça na Copa do Nordeste…
As premiações ao campeão e vice da Copa Verde
2021 – R$ 150 mil (Remo 1º) e R$ 100 mil (Vila Nova 2º)
2022 – R$ 200 mil (Paysandu 1º) e R$ 100 mil (Vila Nova 2º)
2023 – R$ 400 mil (Goiás 1º) e R$ 200 mil (Paysandu 2º)
Histórico de transmissões da Copa Verde
2014 – Esporte Interativo (tv fechada) e Space (tv fechada)
2015/2018 – Esporte Interativo (tv fechada)
2019 – TV Brasil (tv aberta) e MyCujoo (streaming)
2020/2021 – TV Brasil (tv aberta)
2022 – DAZN (streaming)
2023 – TV Brasil (tv aberta) e BandSports (tv fechada)
Fala do presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, sobre o futuro da Copa Verde:
“Além de ser uma vitrine para clubes e atletas da região, a Copa Verde também tem o objetivo de fomentar o desenvolvimento do futebol em cada um desses estados. Vamos trabalhar para tornar a Copa Verde autossustentável até o final de 2026. Investimentos não faltarão”.
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