Um trecho do ofício encaminhado pela CBF às direções das 27 federações estaduais em 13 de abril.
A Série D será transmitida por uma nova plataforma de streaming em 2022. Após alguns anos com a Eleven Sports, e com a sua precursora MyCujoo, a competição agora está no catálogo da InStat Sport, uma empresa irlandesa focada em dados esportivos. Desconhecida no mercado brasileiro, ao menos em relação às transmissões de jogos, a InStat adquiriu todos os direitos por três edições. Ou seja, tevê aberta, tevê fechada, pay-per-view, streaming e sinal internacional.
Como a empresa não cobre todos esses segmentos, é bem possível que ocorra algum sublicenciamento, como visto na Série C, com a DAZN, que também é uma plataforma de streaming, repassando o sinal aberto para a Band. Na 4ª divisão, no últimos anos, isso vinha acontecendo com a TV Brasil. O novo acordo foi informado internamente pela CBF, com as federações enviando a novidade aos 64 participantes. Em termos de receita, o que isso representa aos clubes? Haverá cota, sim, mas isso já havia sido divulgado de forma indireta.
Em 16 de fevereiro a direção da confederação divulgou um aumento de R$ 8,5 milhões no orçamento da Série D, que chegou a R$ 60 milhões, dinheiro utilizado sobretudo no custeio. Isso consiste em transporte (com 25 passagens por delegação), hospedagem, alimentação, custos de arbitragem e dopagem – saiba mais no link abaixo. Porém, também foi confirmado ali um repasse de R$ 120 mil a cada clube desta edição. Esta receita, destinada a nomes como Santa, América de Natal e Moto Club, acabou sendo uma espécie de “adiantamento” do acordo finalizado agora, já com o novo presidente da entidade nacional, o baiano Ednaldo Rodrigues.
Scout de brinde aos 64 clubes
Além de transmitir o campeonato, a nova parceira da CBF também fará o seu trabalho-base, de análise de dados estatísticos de todas as partidas na grade, com a disponibilização de vídeo, relatórios e banco de dados dos atletas e equipes de forma “gratuita” – segundo o site da InStat, a empresa filma e analisa 300 jogos por semana. Segundo o comunicado da CBF, esse serviço custaria 3,5 mil euros a cada clube, ou R$ 17,8 mil na cotação atual. Ao todo, a 4ª divisão terá 510 jogos, somando a fase de grupos (448 jogos) e o mata-mata (62 jogos).
Atualização em 16/04: A CBF confirmou a gratuidade do streaming somente nas 4 primeiras rodadas. Além de pago, o InStat não deve cobrir todos os jogos da competição – na 1ª rodada, num primeiro anúncio da confederação, apenas 6 partidas foram para o site. O serviço anterior, feito pela Eleven em parceria com as federações, era free e cobria todos os jogos.
Ao blog, o presidente da FPF, Evandro Carvalho, tratou a “cota” como adiantamento e doação:
“O contrato permitirá à CBF aportar um valor de complemento para garantir a todos passagens, hospedagens, alimentação e agora os R$ 120 mil que a CBF já adiantou a cada um. O contrato (com a InStat) não cobre todos os custos da Série D. Assim, a CBF subsidia os valores necessários para fechar a conta. Sobre a cota, foi um pedido das federações à CBF, que concedeu uma doação de R$ 120 mil a cada um”.
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