Anúncio da Betnacional
Compartilhe!

Retrofit da Ilha do Retiro

O novo projeto rubro-negro visa uma mudança profunda na área. Imagem: Sport/divulgação.

Pela segunda vez em aproximadamente uma década, o Sport consegue o aval do Conselho de Desenvolvimento Urbano (CDU) sobre um projeto de modernização da Ilha do Retiro. Foram duas propostas diferentes apresentadas ao poder público, diga-se. Em ambos os casos, iniciados em 2011 e 2024, a previsão de obras iria bem além do estádio. Na nova versão, chamada de “retrofit” e cujo processo de Viabilidade de Empreendimento de Impacto (VEI) foi protocolado em 8 de outubro com o número 0548681.24, a Ilha será reformada, mas sem a demolição para dar lugar a uma arena multiuso, como na ideia pioneira. O estádio passaria a ter cobertura em quase todos os setores e capacidade para 35 mil torcedores.

Já o restante do clube, aí sim, poderá passar por mudanças drásticas. Tirando a entrada da sede, que é um imóvel tombado, todas as outras edificações seriam reconstruídas, como ginásios, piscinas e estacionamento, além do surgimento de novas instalações, como um edifício empresarial de 35 andares. Tudo isso passou pelo CDU, o órgão que avalia propostas de grande relevância na cidade sobre terrenos a partir de 10 mil metros quadrados. O clube rubro-negro atende bastante esse critério, tendo hoje 101,6 mil metros quadrados.

Ações mitigadoras e área cedida

O “hoje” é necessário porque em caso de execução do projeto, o Sport cederá 3,6 mil m² à Prefeitura para a construção de uma nova rua, que ligará a Rua Tabaires até a Avenida Beira-Rio. Ou seja, atravessando o local onde hoje existe o campo auxiliar as últimas quadras soçaite. Esta é a principal ação mitigadora para a aprovação, tendo ainda uma compensação ambiental de R$ 2,7 milhões, pontilhões para pedestres no entorno e uma calçada no novo padrão de mobilidade pública. Com cinco páginas, o documento de aprovação do “masterplan” foi assinado em 12 de dezembro por Eduardo Fernandes de Moura, com os demais conselheiros do órgão municipal concordando em unanimidade no dia 18.

No primeiro projeto, conhecido como “Arena do Sport”, o aval da Prefeitura demorou muito mais. Com várias intervenções, gerando até um novo design, o trâmite foi de abril de 2012 a novembro de 2013. Levantou até dúvidas sobre a influência da Arena Pernambuco, que estava em construção. Na época, a ideia do Governo de Pernambuco era ter o Trio de Ferro jogando 60 partidas por ano por lá – o que nunca aconteceu. Desta vez, a direção do Sport iniciou a articulação com o CDU já na elaboração do “masterplan”, o que otimizou a análise.

Diferenças entre 2011 x 2024

Caso venha a licença definitiva da Prefeitura do Recife, e hoje parece ser algo protocolar, o novo projeto chegará ao verdadeiro estágio decisivo. Que é justamente o de ter o dinheiro para tocar a obra. A ideia anterior, lançada pelo então presidente Gustavo Dubeux, parou de vez após a Engevix encerrar o contato em 2015. A empresa, que seria a investidora e parceira da obra, acabaria investigada na Lava-Jato. Na época do engavetamento do projeto, o Sport estimava um gasto de R$ 400 milhões somente na arena, pensada para 45 mil torcedores. Ainda injetaria mais R$ 350 milhões no complexo, incluindo um shopping center, dois empresariais e um hotel. Ou seja, R$ 750 milhões, com o estádio correspondendo a 53,3%.

Corrigindo de 2015 para 2024, através do IPCA, aqueles valores ficariam em R$ 634 mi pelo estádio, R$ 555 mi pelo restante do clube e R$ 1,19 bilhão por todo o complexo. Em entrevista recente ao Globo Esporte, o atual presidente rubro-negro, Yuri Romão, disse que a nova reforma do estádio está orçada em R$ 170 milhões. Bem mais barata, mas muito mais simples também, tanto que tem o apelido “retrofit”. Já o restante do complexo custaria R$ 450 milhões. Ou seja, o projeto completo está estimado em R$ 620 milhões, com a obra do estádio correspondendo a apenas 27,4% do montante. Parece pouco se comparado ao cenário faraônico de 2011/2015, mas ainda carece de parcerias sólidas. E aí talvez seja o grande trabalho para que a Ilha do Retiro enfim tenha uma nova cara.

Projeto retrofit da Ilha do Retiro (2024)

Retrofit da Ilha do Retiro

Projeto da Arena Sport (2011/2015)

Projeto da Arena Sport em 2015

Leia mais sobre o assunto
Reeleito com 82%, Yuri Romão deve ser o último presidente do Sport antes da SAF

3D: O futuro que não chegou nas arenas dos Aflitos, Arruda e Ilha do Retiro


Compartilhe!