O zagueiro Klaus marcou o gol da histórica classificação alvinegra. Foto: Felipe Santos/Ceará.
O maior Clássico-Rei da história? No sábado, logo após a confirmação do duelo na semifinal, o perfil oficial da Copa do Nordeste cravou o jogo entre Fortaleza e Ceará como o maior da história centenária. Valorizou o seu produto, mas também é inegável que este jogo já nasceu como um dos maiores capítulos, cujo âmbito esportivo é inquestionável, com o peso da competição e com ambos vivendo na Série A do Brasileiro.
Portanto, neste cenário, o classificado teria uma “carta” boa para debates envolvendo a rivalidade. E a carta é do Ceará. No maior momento do rival, em franca ascensão desde 2018, o alvinegro mostrou que a história é mais antiga. Não é o vovô à toa. E a diferença de vitórias é um bom indício disso. Agora, são 19.
Em Pituaçu e de portões fechados, devido ao caráter excepcional com o procolo de combate ao Covid-19, o Ceará venceu por 1 x 0, jogando melhor, e avançou pela 3ª vez à decisão da Copa do Nordeste, recorde no estado. Campeão invicto em 2015, o clube ainda não perdeu no regional de 2020. Em 10 jogos, tem 5 vitórias e 5 empates. E aqui vale uma observação muito importante. O time começou capengando, com 5 empates nas 5 primeiras rodadas. Chegou a ficar com a classificação bem ameaçada. Entretanto, engrenou (ao menos em termos de eficiência) e chegou à 5ª vitória consecutiva na competição, esta sobre o arquirrival. Assim, ganhou casca demais para buscar mais uma orelhuda dourada… Ah, investiu pra isso.
O jogo inteligente do vozão
O Ceará começou sem vários dos seus principais nomes, como Rafael Sóbis, Leandro Carvalho e Ricardinho. No setor ofensivo, só manteve o meia Vinícius. Nesta edição, o jogador já foi eleito três vezes como o “Craque do Jogo”, recorde. Pode não ter sido o grande nome da noite, mas foi o diferencial outra vez, na bola parada. O cruzamento para o gol de Klaus, aos 23 do 1T, foi muito bom. Também chamou a atenção no lance a liberdade dada pelo zagueiro Paulão ao zagueiro alvinegro. A vantagem mudou a partida, que passou a ser mais pegada e com o Ceará em busca do contragolpe. Já o Fortaleza, mesmo com 60% de posse, criou pouquíssimo, num cenário que se repetiu no 2T, quando chegou a ter 65%. À parte do chute de Yuri César, já aos 35, e do abafa aos 50, as melhores chances foram do Ceará, que poderia ter definido bem antes caso tivesse tido paciência nos contra-ataques – o lance ainda no 1T, com Rick, foi incrível. Na reta final, já com algumas figurinhas carimbadas em campo, o Ceará terminou com o placar justo.
Curiosidade 1
Com a vaga na decisão, o Ceará já tem a garantia de mais R$ 500 mil, pela segunda colocação. Em caso de título, R$ 1 milhão. Como o time já havia somado R$ 2,875 milhões, o time deixará Salvador com R$ 3,375 mi (vice) ou R$ 3,875 mi (campeão). Já o rival deixa o torneio com R$ 2,375 mi.
Curiosidade 2
O adversário do vozão será conhecido no mesmo estádio, na quarta-feira, com a semifinal entre Bahia (BA) e Confiança (SE). A decisão regional, lembrando, será em dois jogos – é a única fase assim. Jogos nos dias 1 e 4 de agosto.
Curiosidade 3
O jogo em Salvador foi o 13º com transmissão liberada no Youtube pelo perfil oficial da copa, neste ano. E quebrou o seu recorde histórico de streaming no site. Na verdade, com 10 minutos já havia superado a marca anterior, de 287 mil (Fortaleza x Sport). Na segunda etapa, chegou a 472 mil pessoas simultâneas! Ou seja, aumentou o recorde em 185 mil telespectadores.
Escalação do Fortaleza (melhor: Quintero; piores: 1 Vázques, 2 Juninho)
Felipe Alves; Gabriel Dias (Tinga, 39/2T), Quintero, Paulão e Bruno Melo; Juninho, Felipe, Marlon (Wellington Paulista, 21/2T) e Osvaldo (Yuri César, 13/2T); Mariano Vázquez (Romarinho, intervalo) e David (Edson Cariús, 39/2T). Técnico: Rogério Ceni
Escalação do Ceará (melhores: 1 Klaus, 2 Charles, 3 Sobral; pior: Rick)
Fernando Prass; Samuel Xavier, Tiago Pagnussat, Klaus e Bruno Pacheco (Alyson, 32/2T); Charles, Fabinho (William Oliveira, 25/2T) e Vinícius (Lima, 32/2T); Fernando Sobral, Rick (Leandro Carvalho, 18/2T) e Cléber (Rafael Sóbis, 32/2T). Técnico: Guto Ferreira
Histórico geral do Clássico-Rei (torneios e amistosos)
579 jogos
196 vitórias alvinegras (33,8%)
206 empates (35,5%)
177 vitórias tricolores (30,5%)
A análise do Podcast 45 Minutos (Lucas Liausu, Rodolpho Moreira, João Pereira e Thiago Minhoca):
Abaixo, assista aos melhores momentos da partida, num vídeo do perfil da Copa do Nordeste.