Anúncio da Betnacional
Compartilhe!

Grupo de Trabalho Futebol em 2023

A reunião para comunicar as novas medidas aconteceu na sede da FPF. Foto: Rafael Vieira/FPF.

Com apenas um mês sob a gestão da governadora Raquel Lyra, a solução encontrada pelo poder público para coibir a violência no futebol pernambucano foi impor a torcida única nos clássicos entre Náutico, Santa e Sport em 2023, além de impedir a presença das torcidas de clubes de outros estados durante a Copa do Nordeste. Este ponto terá uma consequência, numa reciprocidade prevista, com o impedimento de torcedores de clubes pernambucanos em jogos fora daqui. Ou seja, só alvirrubros nos Aflitos, só tricolores no Arruda e só rubro-negros na Ilha. O anúncio em 30 de janeiro foi feito pelo “Grupo de Trabalho Futebol”.

Criado através da portaria 1.491, em 2019, o GT Futebol é integrado pela Secretaria de Defesa Social (SDS), a pasta do governo estadual que comanda as polícias militar e civil e o corpo de bombeiros, além da participação do Ministério Público de Pernambuco e da FPF, esta como convidada. O anúncio da coletiva à imprensa, via SDS, dizia o seguinte: “novas diretrizes e medidas para combater a violência dentro e fora dos estádios, além de trazer benefícios para o verdadeiro torcedor e promover a cultura de paz”. No caso, o caminho escolhido foi o mais “fácil”, reduzindo bastante o trabalho efetivo da segurança pública e que há tempos é alvo críticas. Além de ser adotado em poucos clássicos, casos de SP e BA.

“Foi no início, mas foi o estopim”

Durante a pandemia, com jogos de portões fechados, tivemos o registro de brigas de uniformizadas em clássicos vazios – com confrontos em estações de metrô. O problema não está, de forma direta, na arquibancada. Na minha opinião, essa “nova” medida é quase uma sinalização de que não há outro jeito – e naturalmente há. A ação é uma resposta às cenas bárbaras entre torcedores de uniformizadas de Sport e ABC, antes do jogo pelo Nordestão em 21 janeiro. Num trecho da Avenida Agamenon Magalhães, mas a quilômetros de Ilha do Retiro, torcedores do clube potiguar foram espancados. Além disso, ainda houve a escolta da T.O. passando, difícil saber o motivo, próximo ao estádio dos Aflitos.

A contrapartida ao arrocho

Para o governo, apesar do início da gestão, aquele dia “já foi o estopim”, nas palavras do secretário-executivo da SDS, Alexandre Alves, embora, reforçando, tenha sido longe do estádio – ou seja, prejudicou o “verdadeiro torcedor”. A medida foi imposta em “caráter experimental” até o dia 6 de março, data da próxima reunião do Grupo de Trabalho Futebol. O diagnóstico das ações nos jogos em fevereiro vai balizar a possibilidade de flexibilização. Isso pode fazer diferença na reta final do Estadual, pois o mata-mata começa em 5 de abril.

Em 2022, segundo dados do governo, 130 pessoas foram detidas em casos de violência no futebol pernambucano, das quais 27 com antecedentes criminais. Ao todo, 66 foram indiciadas, por lesão corporal, furto e/ou roubo. A contrapartida ao arrocho, sob aplausos na sede da FPF, foi a liberação dos instrumentos musicais nos estádios locais, cujo número será limitado e com indicação prévia junto à FPF. Na prática, era exatamente assim antes da proibição. Já a volta das bandeiras ainda será mais debatida. Pense num tema “perigoso”…

Comente o que você achou das medidas. Exagero? Vale como teste? Deveria ser definitiva?

Leia mais sobre o assunto
A tabela do Pernambucano 2023, agora com 13 clubes; 84 jogos na TV


Compartilhe!