Foram cenas comuns na tarde. Fotos: Evelyn Victoria/Santa Cruz e Tiago Caldas/Náutico.
Santa marca, Náutico empata. Santa marca de novo, Náutico empata de novo. E o Santa na frente mais uma vez. Num jogo muito movimentado no Arruda, foram cinco gols apenas no 1º tempo, no qual o alvirrubro articulou bem o ataque, com Júlio em tarde inspirada, mas com o tricolor sendo fatal a cada chegada perigosa. No scout de finalizações até ali, 8 x 8. Entre as certas, aquelas na barra, 6 x 3 para o timbu, que parecia tecnicamente mais apurado e preparado para manter o jogo aceso na retomada.
E assim aconteceu no 2º tempo, através de Anilson, que já havia feito um gol contra, embora não estivesse mal. Ele arriscou de muito longe e Matheus Inácio aceitou, aumentando a pressão sobre o goleiro coral, já elevada no jogo contra o Afogados. Por mais óbvio que seja, o empate em 3 x 3, pela 3ª rodada do Estadual, justificou bem o tradicional nome de “Clássico das Emoções”. Contudo, um placar assim não ocorria há 12 anos. Lá em 2011, também no Arruda, num roteiro de viradas, os seis gols saíram nos primeiros 45 minutos!
Diagnóstico com desafio técnico
No presente, o primeiro clássico pernambucano da temporada serviu para expor carências e virtudes técnicas dos rivais, dando um diagnóstico melhor aos treinadores, algo válido sobretudo pelo peso da partida. No Santa, Ranielle segue com um meio-campo encaixado, partindo de Arthur Santos (fez um belo gol hoje), mas uma defesa que ainda não inspira muita confiança, incluindo o goleiro e os zagueiros – Yan até abriu o placar, mas errou no gol de empate e mostrou-se afobado depois. Nas pontas, destaque para Lucas Silva, enquanto Hugo Cabral vem em baixa, vaiado novamente ao ser substituído.
Quanto ao Náutico de Dado, Matheus Carvalho segue sendo o melhor jogador em janeiro, apesar de não ter balançado as redes neste domingo. Mas foi inteligente no andamento das jogadores, sobretudo no 1º tento alvirrubro. Na distribuição mais atrás, Souza teve boa participação, mas foi difícil “dialogar” tamanha a dificuldade no domínio de bola dos companheiros. O poder de reação do atual bicampeão pernambucano, indo buscar o placar três vezes, com dois gols de Júlio e um de Anilson, fica como o principal destaque.
Um tabu mantido pra cada lado
O empate de seis gols manteve dois tabus neste clássico. A favor do Náutico, o fato de não perder do Santa, nos 90 minutos, desde março de 2020, agora com 2V e 4E. Já o Santa não perde o Clássico das Emoções especificamente no Arruda desde junho 2018, agora com 2V e 3E. Por enquanto não há previsão de um novo confronto oficial em 2023, dependendo agora de um mata-mata no próprio Pernambucano ou na Copa do Nordeste, havendo ainda uma chance remota na Copa do Brasil. Teremos outro clássico? O primeiro foi eletrizante…
Escalação do Santa Cruz (melhores: Arthur Santos e Lucas; piores: Hugo Cabral e Matheus)
Matheus Inácio; Jefferson Feijão, Yan, Ítalo Melo e Ian Rodrigues; Daniel Pereira, Arthur Santos e Anderson Ceará (Marcelinho); Lucas Silva, Hugo Cabral (Gabriel Cardoso) e Dagson (Dayvid). Técnico: Ranielle Ribeiro
Escalação do Náutico (melhores: Júlio e Souza; pior: Cocão)
Vagner; Victor Ferraz, Anilson, Denílson e Diego Matos; Mateus Cocão (Nathan), Jean Mangabeira, Souza (Luís Felipe) e Matheus Carvalho (Fernando Neto); Paul Villero (Kayon) e Júlio (Diego Ferreira). Técnico: Dado Cavalcanti
Histórico geral do Clássico das Emoções (todos os mandos)
534 jogos
203 vitórias do Santa Cruz (38,0%)
159 empates (29,7%)
171 vitórias do Náutico (32,0%)
1 placar desconhecido (em 1931)
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Abaixo, assista aos 6 gols do empate no clássico entre tricolores e alvirrubros no Mundão.