O gráfico com a evolução das receitas e das pendências do pior time do mundo nos últimos anos.
Para a Série A2 do Pernambucano de 2021, a FPF exigiu a divulgação dos balanços financeiros dos clubes interessados. O que parecia praxe estava em falta. Na semana que antecedeu ao conselho arbitral, mais de dez documentos – já atrasados – foram publicados no site da federação. Entre eles, o do Íbis, um recordista na 2ª divisão estadual. Neste ano o clube chega a 24 participações, sendo 21 anos seguidos fora da elite.
E o último ano, com a pandemia, acabou sendo a mais difícil do rubro-negro suburbano em muito tempo. Considerando os relatórios já publicados, sendo este o sexto em sete anos, foi a primeira vez em que o clube terminou com déficit. Ou seja, com mais despesas do que receias. O curioso é que o Íbis teve a sua segunda maior receita, sendo apenas a segunda vez acima de R$ 100 mil – confira os dados abaixo.
Da receita total, 76% veio através dos sócios segundo o relatório – os demonstrativos do clube seguem um modelo bem simplório, com a contribuição associativa compondo quase sempre a maior parte do faturamento. Por outro lado, o gasto com o time de futebol também subiu.
Em 2020 o pássaro preto só fez 13 jogos oficiais, mas esta despesa passou de R$ 52,4 mil (2019) para R$ 79,2 mil (2020), ou +51%. Com isso, o saldo negativo final foi de R$ 13,4 mil. Curiosamente, quase o valor gasto com taxas de inscrição na FPF, com R$ 14,5 mil. O resultado fez o passivo ser multiplicado por sete, de R$ 3,9 mil para R$ 27,8 mil. Irrisório perto dos valores dos grandes clubes, mas com a dificuldade proporcional à captação de receitas do Íbis.
Íbis na 2ª divisão do Pernambucano (23 participações, 1977-2020)
294 jogos (281 GP e 523 GC; -242 SG)
67 vitórias (22,7%)
79 empates (26,8%)
148 derrotas (50,3%)
31,7% de aproveitamento dos pontos
A seguir, o histórico financeiro do Íbis. O último balanço, com dados de 1º de janeiro a 31 de dezembro de 2020, foi divulgado em 2 de junho de 2021, mais de um mês após o prazo. O documento assinado pelo presidente Ozir Ramos, porém, está datado do dia 31 de dezembro.
Receita total do Íbis (e a principal fonte)
2014 – R$ 69.250 (41 mil com Todos com a Nota; 59%)
2015 – R$ 61.690 (37 mil com sócios; 59%)
2016 – não divulgada
2017 – R$ 108.000 (60 mil com eventos; 55%)
2018 – R$ 83.750 (58 mil com sócios; 69%)
2019 – R$ 84.820 (62 mil com sócios; 73%)
2020 – R$ 100.800 (76 mil com sócios; 76%)
Despesa total do Íbis (e o gasto com salários)*
2014 – R$ 68.355 (44 mil; 64%)
2015 – R$ 60.878 (52 mil; 85%)
2016 – não divulgada
2017 – R$ 107.074 (86 mil; 80%)
2018 – R$ 82.294 (47 mil; 57%)
2019 – R$ 84.065 (52 mil; 61%)
2020 – R$ 114.244 (79 mil; 69%)
* Soma das despesas operacionais e dos encargos sociais
Resultado do exercício*
2014: +894
2015: +811
2016: não divulgado
2017: +926
2018: +1.456
2019: +754
2020: -13.444
* O saldo da subtração da receita líquida pela despesa anual
Link para os balanços do Íbis: 2014, 2015, 2017, 2018, 2019 e 2020.