A festa pelo suado acesso em Campinas. Após o empate, a secada. Foto: Gabriel Silva/Ceará.
Com oito vitórias, um empate e apenas duas derrotas nos últimos onze jogos, o Ceará terminou a Série B de maneira espetacular. Aquele time inconstante do primeiro turno deu lugar a um trator no ataque. Do meio da tabela até o G4. O ato final foi no Brinco de Ouro, onde a torcida alvinegra fez a sua parte mais uma vez. Com muita gente indo ao estádio do Guarani em cima da hora, bastava que o time fizesse a sua parte diante do lanterna. A carga foi de 3.500 ingressos, com o visual indicando que a torcida comprou o que deu.
A torcida foi mesmo o diferencial na Série B de 2024. No Castelão, onde o time somou 45 dos 64 pontos na campanha, a média de público foi de 28.148 torcedores, sendo a melhor da edição e com direito ao novo recorde no estádio, com 63.908 pessoas na penúltima rodada. Voltando à Campinas, o jogo acabou sendo nervoso. O Ceará só acertou a barra duas vezes e ainda teve um gol anulado pelo VAR. O Vozão acabou empatando sem gols com o Bugre e assim foi preciso secar. Ocorre que quase instantaneamente acabou o jogo em Goiânia, com a derrota do Novorizontino – um empate teria custado caro ao visitante.
Mas não custou, e o desempenho ao longo da competição sustentou um acesso emocionante e justo para clube de Porangabuçu. Afinal, o Ceará marcou 59 gols neste Brasileirão, terminando com o melhor ataque. O trio ofensivo concentrou 57,6% disso, com 34 gols. Foram 13 de Erick Pulga, o artilheiro da competição, 11 de Saulo Mineiro, destaque do time na reta final, e mais 10 de Aylon. Com esse poder de fogo, alinhado ao ajuste defensivo por Léo Condé, o alvinegro terminou a Série B em 4º lugar. A seguir, veja o histórico do Ceará na Série B considerando a era dos pontos corridos. Parabéns, Ceará!
Melhores campanhas do Ceará na Série B
1º) 2009: 68 pontos (19V, 11E e 8D; 3º lugar)*
2º) 2017: 67 pontos (19V, 10E e 9D; 3º lugar)*
3º) 2024: 64 pontos (19V, 7E e 12D; 4º lugar)*
4º) 2013: 59 pontos (16V, 11E e 11D; 7º lugar)
5º) 2014: 57 pontos (16V, 9E e 13D; 8º lugar)
6º) 2016: 54 pontos (14V, 12E e 12D; 10º lugar)
7º) 2023: 50 pontos (13V, 11E e 14D; 11º lugar)
8º) 2007: 50 pontos (13V, 11E e 14D; 16º lugar)
9º) 2008: 49 pontos (12V, 13E e 13D; 12º lugar)
10º) 2012: 47 pontos (12V, 11E e 15D; 11º lugar)
11º) 2015: 45 pontos (12V, 9E e 17D; 15º lugar)
12º) 2006: 45 pontos (10V, 15E e 13D; 15º lugar)
* Subiu de divisão
Nordeste chegou a 21 acessos nos pontos corridos
O regulamento de pontos corridos foi implantado na Série B em 2006. Neste período, o Ceará participou 12 vezes, conquistando agora a terceira classificação à elite. As anteriores foram em 2009 e 2017 – a campanha de 2009 segue sendo a melhor, com 68 pontos. Ao todo, o Nordeste chegou a 21 acessos neste formato, pois também celebrou a subida do Sport. Nesses 19 anos, nove clubes diferentes conseguiram terminar no G4 – veja o ranking abaixo. Considerando todos os acessos à divisão principal do Brasileirão, numa conta a partir de 1980, o NE chegou a 38 acessos, com o Ceará tendo quatro. O outro foi em 1992.
1º) 5 acessos – Sport (2006, 2011, 2013, 2019 e 2024)
2º) 4 acessos – Vitória (2007, 2012, 2015 e 2023)
3º) 3 acessos – Bahia (2010, 2016 e 2022) e Ceará (2009, 2017 e 2024)
5º) 2 acessos – Náutico (2006 e 2011)
6º) 1 acesso – América-RN (2006), Santa Cruz (2015), Fortaleza (2018) e CSA (2018)
Ceará chega para encorpar a LFU
O Ceará volta pra Série A numa temporada que irá marcar o início do novo contrato de transmissão na tevê – que ainda é o principal recurso do clube. Em vez da uma venda integrada ao Grupo Globo, o próximo Brasileirão terá dois blocos econômicos, cada um com seu contrato e seus parceiros, respeitando a “Lei do Mandante”. O Vozão faz parte da Liga Forte União (LFU), que conta com clubes como Corinthians, Botafogo, Cruzeiro e Fortaleza.
Ainda em 2023, a LFU fez um contrato com um fundo internacional de investimentos, quando 25 clubes filiados venderam 20% dos seus direitos comerciais no Brasileirão pelos próximos 50 anos. O Ceará já recebeu metade do aporte, ou cerca de R$ 58 milhões – a direção do clube ainda irá decidir se confirmará a venda dos outros 10%.
Para o Brasileirão de 2025, esse bloco já negociou os seus direitos com a Record (tv aberta), Prime Video (streaming) e YouTube (streaming). Falta ainda o pay-per-view, que tem o Premiere, do Grupo Globo, como maior candidato. Os valores de cada clube para a próxima edição ainda não foram revelados – o Diário do Nordeste apurou que seriam R$ 80 mi. Em sua participação na elite, em 2022, o Ceará recebeu R$ 65,9 milhões em cotas de tevê.
Receita anual do Ceará
2018 (Série A): R$ 64,78 milhões
2019 (Série A): R$ 104,86 milhões
2020 (Série A): R$ 103,16 milhões
2021 (Série A): R$ 159,28 milhões
2022 (Série A): R$ 173,21 milhões
2023 (Série B): R$ 132,10 milhões
2024 (Série B): R$ 149,30 milhões (orçamento)
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Abaixo, assista ao vídeo do Ceará com imagens da festa realizada em Campinas após a vaga.
A FESTA ALVINEGRA EM CAMPINAS! #CearáSC #CeArá #TodoMundoJogouJunto pic.twitter.com/XccWudWszW
— Ceará Sporting Club (@CearaSC) November 25, 2024