A festa tricolor, com o apoio 1.200 torcedores em Maceió. Foto: Felipe Oliveira/Bahia.
E o Bahia enfim subiu! Após dois empates frustrantes na Fonte Nova, o tricolor confirmou o retorno à primeira divisão na última rodada, ao vencer o CRB por 2 x 1 no Rei Pelé. Os gols de Daniel e Mugni, com a chuva lavando alma, valeram o bate-volta ao clube de Salvador, com a resposta imediata à queda em 2021 – é a 1ª vez que sobe de prima. Este acesso na Série B de 2022 foi obtido por um time presente no G4 desde a estreia, mesmo numa campanha sem brilho, tanto que mudou duas vezes de treinador e alcançou o objetivo com Barroca já questionado em tão pouco tempo – antes deles passaram Guto Ferreira e Enderson Moreira.
Pra torcida do Baêa, a festa na capital alagoana também deve ter sido um grande alívio, uma vez que esta campanha deve ter sido a última antes da mudança para a Sociedade Anônima do Futebol, SAF, a partir de 2023. Espera-se um movimento economicamente revolucionário no clube, a partir da chegada do Grupo City, indicando o quanto antes a qualificação técnica, com plena consciência sobre o nível atual apesar do objetivo alcançado.
O 3º acesso na era dos pontos corridos
Em relação à recém-encerrada campanha na segunda divisão nacional, com a vaga sendo assegurada com 17V, 11E e 10D, este foi foi o 4º acesso na história do tricolor, sendo o 3º na era dos pontos corridos, implantado na segundona em 2006. Os anteriores neste modelo foram em 2010 e 2016, quando valeu uma sequência de cinco anos na elite – tempo que o clube espera superar a partir de agora. Ou seja, o clube subiu em 3 das 6 participações – falhando em 2008, 2009 e 2015. O outro acesso, o primeiro pra ser mais preciso, foi em 1981, quando subiu para a primeira divisão no mesmo ano, num modelo bem diferente do atual.
Com esta classificação do Bahia, o Nordeste volta a figurar no G4 final da Série B após duas edições em branco – o acesso anterior havia sido com o Sport em 2019. Ao todo, considerando o histórico de acessos no Brasileiro a partir de 1980, foi o 35º acesso da história do Nordeste, com 11 clubes diferentes. Embora o Sampaio Corrêa tenha sido campeão da Série B em 1972, aquela edição não promoveu ninguém.
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Abaixo, assista aos gols do jogo do acesso do tricolor, num vídeo do perfil da Série B.
O @ECBahia tá de malas prontas pra Série A! Chega mais pra ver os gols do Tricolor!
⚽️ Gols: Emerson Negueba (CRB); Danielzinho e Lucas Mugni (BAH)
🎥 @canalpremiere pic.twitter.com/lRg4NFyO3f
— Brasileirão SportingBet – Série B (@BrasileiraoB) November 7, 2022
O histórico de acessos do Nordeste à elite
O sistema de acesso e descenso como conhecemos hoje em dia, com as mudanças de divisão na edição seguinte, começou em 1988 – quando o Baêa ganhou A. Entre 1980 e 1986, época na qual as vagas eram obtidas nos campeonatos estaduais, a competição era bem inchada, com mais de 40 participantes, e o “acesso” podia acontecer na mesma temporada! Portanto, considerando apenas o período a partir de 1988, com o sistema tradicional, foi o 29º da região. Já na era dos pontos corridos foi o 18º entre os nordestinos. Escolha o recorte.
Os quatro acessos nacionais do Bahia
1981 – 9º lugar de 48 times; 4 vagas (8V, 1E e 2D)*
2010 – 3º lugar de 20 times; 4 vagas (19V, 8E e 11D), 65 pontos
2016 – 4º lugar de 20 times; 4 vagas (18V, 9E e 11D), 63 pontos
2022 – 3º lugar de 20 times; 4 vagas (17V, 11E e 10D), 62 pontos
* Num sistema diferente, jogou a B até a 2ª fase, obtendo a classificação à elite do mesmo ano
Os acessos do Nordeste à 1ª divisão do Brasileirão
1980 – Sport (22º) e CSA (2º)
1981 – Bahia (9º) e Náutico (11º)
1986 – Central (1º) e Treze (1º)
1988 – Náutico (vice)
1990 – Sport (campeão)
1992 – Vitória (vice), Santa Cruz (4º), Fortaleza (7º) e Ceará (10º)
1996 – América-RN (vice)
1999 – Santa Cruz (vice)
2002 – Fortaleza (vice)
2004 – Fortaleza (vice)
2005 – Santa Cruz (vice)
2006 – Sport (vice), Náutico (3º) e América-RN (4º)
2007 – Vitória (4º)
2009 – Ceará (3º)
2010 – Bahia (3º)
2011 – Náutico (vice) e Sport (4º)
2012 – Vitória (4º)
2013 – Sport (3º)
2015 – Santa Cruz (vice) e Vitória (3º)
2016 – Bahia (4º)
2017 – Ceará (3º)
2018 – Fortaleza (campeão) e CSA (vice)
2019 – Sport (vice)
2022 – Bahia (3º)
Observações
1) Sport (1980), Bahia (1981) e Náutico (1981) conseguiram o acesso na 2ª fase e subiram pra elite no mesmo ano. Em 1980, o CSA não conseguiu o acesso na 2ª fase e continuou na Taça de Prata até o fim, ganhando a vaga na elite do ano seguinte; 2) A segunda divisão de 1986 , o “Torneio Paralelo”, teve quatro grupos, com os vencedores de cada chave subindo no mesmo ano. Não houve fase final para a definição do campeão oficial; 3) De 1988 a 2005 subiram 2 times para a edição seguinte, menos em 92 (12 vagas) e 93 (sem torneio). Desde 2006 são 4 vagas.
Nº de acessos à Série A por clube (1980-2022)
1º) 6 vezes – Sport (13 participações)
2º) 4 vezes – Vitória (11), Bahia (11), Fortaleza (17), Náutico (23) e Santa Cruz (20)
7º) 3 vezes – Ceará (30)
8º) 2 vezes – CSA (11) e América-RN (23)
10º) 1 vez – Treze (9) e Central (17)
Nº de acessos à Série A por estado (1980-2022)
1º) 15 vezes – Pernambuco
2º) 8 vezes – Bahia
3º) 7 vezes – Ceará
4º) 2 vezes – Alagoas e Rio Grande do Norte
6º) 1 vez – Paraíba