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O "cheque" do São Paulo na Copa do Brasil 2023

O “cheque” da final para o tricolor paulista após a conquista inédita. Foto: Lesley Ribeiro/CBF.

Em 2023, começou a vigorar o novo contrato de transmissão da Copa do Brasil. Novamente firmado com a Rede Globo, o acordo junto à CBF é válido por quatro edições, até 2026. Aparentemente, só agora, após o fim da competição vencida pelo São Paulo, foi percebida uma mudança importantíssima na distribuição das premiações da televisão em relação ao contrato anterior, que durou de 2018 a 2022. No caso, os times que largam somente na 3ª fase passam a receber cotas retroativas às duas fases iniciais. Mesmo sem jogar.

Pelo regulamento atual do torneio, 12 dos 92 times estreiam só no terceiro mata-mata, uma benesse dada aos representantes na Libertadores e aos campeões da Copa do Nordeste, Copa Verde e Série B. Como a distribuição da cota era pela fase efetivamente disputada, esses clubes recebiam o dinheiro só da fase de “entrada”. Porém, a edição de 2023 pagou de forma “retroativa”. Nesta temporada, dois nordestinos se deram bem nesta mudança.

Doze clubes foram beneficiados

Tanto Fortaleza quanto Sport haviam saído da disputa com R$ 5,4 milhões, passando da 3ª fase e caindo nas oitavas de final. Era o que se pensava. Entretanto, o leão cearense e o leão pernambucano também levaram R$ 3,1 mi e R$ 2,65 mi pelo “salto” nas etapas iniciais. A diferença desses valores está nos “grupos de cotas” das duas primeiras fases, com os times da Série A no Grupo 1, os da Série B no Grupo 2 e os demais no Grupo 3. Com a nova regra, portanto, Fortaleza e Sport acumularam R$ 8,50 milhões e R$ 8,05 milhões, respectivamente.

Com este repasse “retroativo” aos 12 pré-classificados e o aumento natural de todas as cotas de um ano pro outro, a Copa do Brasil de 2023 distribuiu R$ 448,4 milhões, quase R$ 100 mi a mais que o torneio anterior. O perfil da Copa do Brasil no Twitter divulgou os valores dos 92 participantes. A cifra do Sport me chamou a atenção e perguntei se a soma das fases anteriores estava correta, com o perfil oficial confirmando – veja abaixo. Paralelamente, o site da CBF informou que o São Paulo “faturou R$ 92 milhões”, arredondando um dado só alcançado caso o time tivesse disputados as sete fases – jogou cinco. Antes, seriam R$ 88 mi.

O “novo” peso da Série B e do Nordestão

Nos últimos três anos, a pré-classificação à 3ª fase da Copa do Brasil significava uma leve folga no calendário e a certeza de uma cota mais robusta sem o perigo de uma eliminação precoce. Agora, com esta nova regra na divisão das premiações, essa pré-classificação passa a valer muito mais. Considerando os valores pagos neste ano, a “largada” de R$ 2,1 milhões na 3ª fase na verdade correspondeu a R$ 5,2 milhões para times da Série A, R$ 4,75 milhões para times da Série B e R$ 3,75 milhões para times das demais séries.

Com isso, o título da Série B de 2023 valerá mais de R$ 5 milhões em cotas na próxima Copa do Brasil, já que o futuro vencedor da divisão de acesso estará, necessariamente, na elite do Brasileirão. Sobre o campeão do último Nordestão, o Ceará terá entre R$ 4,75 mi e R$ 5,2 mi já na estreia do mata-mata nacional de 2024. E é preciso pontuar que tanto na Segundona quanto Lampions ainda há a premiação oficial da própria competição.

A seguir, veja as cotas acumuladas pelos 92 participantes da Copa do Brasil de 2023. O asterisco é a marcação dos 12 clubes que ganharam o “bônus” com a nova distribuição da receita.

Campeão

R$ 91,80 milhões – São Paulo (SP)*

Vice

R$ 51,80 milhões – Flamengo (RJ)*

Eliminados na semifinal

R$ 21,80 milhões – Corinthians (SP)* e Grêmio (RS)

Eliminados nas quartas

R$ 12,80 milhões – América (MG), Athletico (PR)*, Bahia (BA) e Palmeiras (SP)*

Eliminados nas oitavas

R$ 8,50 milhões – Atlético (MG)*, Botafogo (RJ), Cruzeiro (MG)*, Fluminense (RJ)*, Fortaleza (CE)*, Internacional (RS)* e Santos (SP)

R$ 8,05 milhões – Sport (PE)*

Eliminados na 3ª fase

R$ 5,20 milhões – Coritiba (PR)

R$ 4,75 milhões – ABC (RN), Botafogo (SP), CRB (AL), Ituano (SP) e Tombense (MG)

R$ 3,75 milhões – Águia de Marabá (PA), Brasil de Pelotas (RS), CSA (AL), Maringá (PR), Náutico (PE), Nova Iguaçu (RJ), Paysandu (PA)*, Remo (PA), Volta Redonda (RJ) e Ypiranga (RS)

Eliminados na 2ª fase

R$ 3,10 milhões – Goiás (GO), Red Bull Bragantino (SP) e Vasco (RJ)

R$ 2,65 milhões – Atlético (GO), Ceará (CE), Criciúma (SC), Ponte Preta (SP) e Vila Nova (GO)

R$ 1,65 milhão – Brasiliense (DF), Brusque (SC), Camboriú (SC), Ferroviário (CE), Iguatu (CE), Marcílio Dias (SC), Nova Mutum (MT), Operário (MS), Retrô (PE), Santa Cruz (PE), São Luiz (RS) e São Raimundo (RR)

Eliminados na 1ª fase

R$ 1,40 milhão – Cuiabá (MT)

R$ 1,25 milhão – Avaí (SC), Chapecoense (SC), Juventude (RS), Londrina (PR), Sampaio Corrêa (MA) e Vitória (BA)

R$ 750 mil – América (RN), ASA (AL), Athletic (MG), Atlético de Alagoinhas (BA), Bahia de Feira (BA), Botafog (PB), Caldense (MG), Campinense (PB), Caucaia (CE), Ceilândia (DF), Cordino (MA), Democrata (MG), Falcon (SE), Fluminense (PI), Humaitá (AC), Jacuipense (BA), Manaus (AM), Marília (SP), Operário (PR), Parnahyba (PI), Princesa do Solimões (AM), Real Ariquemes (RO), Real Noroeste (ES), Resende (RJ), São Bernardo (SP), São Francisco (AC), Sergipe (SE), Tocantinópolis (TO), Trem (AP), Tuna Luso (PA), Tuntum (MA), União Rondonópolis (MT) e Vitória (ES)

Abaixo, a publicação do perfil da Copa do Brasil detalhando as cotas de cada fase.


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