A reunião sobre a venda aconteceu na sede da CBF, no Rio de Janeiro. Foto: Rafael Ribeiro/CBF.
Faltando praticamente um mês para a 1ª rodada, finalmente foi firmado o contrato de transmissão da Série B de 2023. Na verdade, o acordo, aprovado por unanimidade pelos 20 clubes participantes desta temporada, é válido por quatro edições. Ou seja, acabará já durante a futura liga nacional, que deve ser implantada em 2025 (faz sentido?). Mediada pela CBF, a negociação não ocorreu com uma emissora de televisão, mas com a Brax Sports Assets, que já comercializa a publicidade estática do torneio. Agora na condição de detentora de todos os direitos, com os sinais aberto, fechado e internacional, além do pay-per-view, a empresa irá conversar com os canais para o “sublicenciamento”.
Pelo novo contrato, cada clube ganhará uma cota de R$ 10 milhões. Portanto, apenas com as cotas fixas, fora as premiações ao G4, o contrato da segunda divisão nacional assegurou R$ 200 milhões por campeonato. Em termos nominais, somando 2023, 2024, 2025 e 2026, o montante dá R$ 800 milhões. Porém, é preciso destacar que há a previsão de correção anual. Assim, a tendência e que no último ano do acordo a cota seja de R$ 13 milhões. Ou seja, a cota fixa desta temporada é a maior na história da Série B e o recorde continuará sendo quebrado nos próximos anos. A projeção do UOL é de um bolo de R$ 279 milhões em 2026.
O possível valor real da cota
Sobre o dinheiro efetivamente repassado aos clubes, sempre fica a dúvida sobre o “valor líquido” da cota. Na temporada passada, por exemplo, a cota era de R$ 8 milhões, mas os clubes receberam R$ 6,5 milhões, com descontos de taxas, até para as federações, e custeio. Agora, em 2023, a nota da CBF diz que a entidade “abriu mão de receber a sua porcentagem no contrato e ainda fará um aporte financeiro”, confirmando os R$ 10 milhões.
Há apenas seis dias, o Ceará aprovou o seu orçamento para este ano, com as receitas e despesas. Nele, a cota sobre a Série B traz um número bem específico: R$ 9.327.288,16. Isso mesmo, até com os centavos. A previsão de recebimento, segundo o vozão, é de aportes mensais de R$ 1 milhão entre abril e novembro e valores menores nos outros meses. A conferir. Sobre a disputa no Brasileirão 2023, veja as tabelas de Ceará, Sport e Vitória.
Onde vai passar a Série B?
A Rede Globo teve os direitos da competição entre 2018 e 2022, mas quis renovar por um valor mais baixo, que não foi aceito. Daí, vem uma questão bem curiosa agora. Apesar do novo acerto, já oficializado, ainda não há a definição sobre quem irá exibir. Globo, Band ou SBT na TV aberta? SporTV, ESPN ou BandSports na TV fechada? Premiere ou DAZN no ppv? Entre outras possibilidades, claro. Até aqui, com a competição prevista para começar em 14 de abril, segue no limbo. E se a Brax não conseguir atingir a receita investida? Neste primeiro ano, talvez seja difícil conseguir mesmo. Até pelo pouco tempo para buscar parcerias. Por isso, a duração do contrato foi estendida, prevendo a presença de clubes do “G12” nos próximos anos. Em 2022, por exemplo, estiveram na disputa Cruzeiro, Grêmio e Vasco.
Evolução das cotas fixas da Série B
2011/2012 – R$ 1,8 milhão
2013/2015 – R$ 3,0 milhões
2016/2017 – R$ 5,0 milhões
2018 – R$ 6,0 milhões
2019-2022 – R$ 8,0 milhões
2023 – R$ 10,0 milhões
2024 – R$ 11,0 milhões*
2025 – R$ 12,0 milhões*
2026 – R$ 13,2 milhões*
* Projeção