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O maior patrimônio alvinegro é o Estádio Luiz Lacerda, avaliado em R$ 88 milhões.

Já centenário, o Central Sport Club estuda a possibilidade de criar o Central Sociedade Anônima, uma empresa que teria como sócios o próprio clube e investidores, com foco exclusivo na gestão do futebol alvinegro. A S/A em Caruaru, idealizada pelo atual presidente da patativa, Alexandre César, visa a captação de receitas para o time de futebol, numa gestão de recursos e, se for o caso, de dividendos.

O Central S/A só vai existir a partir da venda das ações, com o “clube atual” sendo um dos sócios. No caso do alvinegro, com a cessão da marca e da estrutura para a execução da atividade-fim do novo clube-empresa. Não se trata de negociação do patrimônio, até porque o montante do clube, em caso de venda, seria mais do que suficiente para tocar um projeto do tipo sozinho. De acordo com o último demonstrativo financeiro divulgado pelo clube, o patrimônio total é de R$ 96,4 milhões, incluindo estádio e terreno no bairro de Maurício de Nassau, um dos mais valorizados da cidade agrestina.

Declaração do presidente do Central, Alexandre César (ao site da FPF)
“Essa empresa vai ter vida própria, capacidade de gestão, organização e as pessoas que farão parte do futebol não serão vinculadas ao poder executivo do clube. Elas têm que comprovar competência e atender aos pré-requisitos da empresa. O Central Sport Club continua com seu patrimônio, suas lojas, seus sócios, obrigações sociais e trabalho de base. É uma empresa nova, que nasce do zero para atender uma demanda do Central. É o momento de trazer essa discussão para Caruaru. O Central, agora, é um bom negócio e vai ser um clube competitivo, como muitos que estão surgindo”.

O histórico de clube-empresa em Pernambuco
Considerando as equipes que disputaram a 1ª divisão estadual, já tivemos três exemplos de clube-empresa, com os extintos Unibol e Intercontinental, ambos criados por empresários locais na década de 1990. O terceiro, o mais audacioso, foi o Retrô Futebol Club Brasil, fundado em fevereiro de 2016. Com um aporte milionário, incluindo a construção de um moderno centro de treinamento em Aldeia, o clube – uma associação privada – obteve a vaga na Copa do Brasil logo em sua estreia no Pernambucano, em 2020. O caso do Central, portanto, seria diferente, surgindo já a partir de um nome conhecido no mercado. Já tivemos algum exemplo local assim? Quase…

Clube-empresa na 1ª divisão em PE:
2x – Unibol (1999, 6º; e 2000, 7º)
2x – Intercontinental (2002, 6º; e 2003, 9º)
1x – Retrô (2020, 5º)

Santa Cruz S/A quase saiu em 2008
E o tal exemplo do “quase” foi o com o Santa Cruz. Em 2008, após o rebaixamento à Série D, o clube viu a aproximação de Fernando Bezerra Coelho, que assumiu a presidência tricolor. Além da reforma do Arruda, que saiu, o político/dirigente visava a criação de uma sociedade anônima para gerir o futebol do clube. O Santa Cruz S/A seria feito através de cotas de investimentos, largando com R$ 25 milhões. Na época, FBC chegou a dizer que o clube já havia fechado três cotas de R$ 500 mil – assim, teria mais um ano para captar R$ 23,5 mi. O fundo de investimentos teria duração de dez anos, com prorrogação de mais cinco, mas não saiu do papel, com as cotas iniciais desfeitas.

Ba-Vi já passou pela S/A. Sem saudade
Em Salvador, Bahia Vitória criaram modelos do tipo. Ambos em 1998. Na ocasião, ambos cederam mais de 50% de suas ações para a gestão do futebol, mas acabaram voltando atrás anos depois, após problemas com investidores (e choque de ideias). No caso do Bahia S/A, o clube readquiriu parte das ações junto à Ligafutebol, empresa do Grupo Opportunity, tendo hoje 65% das 18 mil ações. Há 5 anos a S/A tricolor não tem qualquer atividade operacional, com o “EC Bahia” honrando os débitos da S/A. Já o leão baiano demorou uma década para readquirir as ações do Exxel Group. Em ambos os casos, com resultados insatisfatórios, há discussão sobre o passivo gerado.

No Central, a proposta ainda será avaliada pelo conselho. A princípio, sem cotas negociadas.


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