O troféu de 75 cm e 7,5 quilos volta para Stamford Bridge. Foto: Champions League/Twitter.
Parecia um dia para celebrar Pep Guardiola no Manchester City, já campeão inglês. De fato, um timaço, que chegou à decisão europeia invicto, com o melhor ataque e a melhor defesa, com comando técnico do espanhol há cinco temporadas. Em jogo, a conquista máxima e inédita. Do outro lado, tão endinheirado quanto, mas menos badalado no momento, o Chelsea de Thomas Tuchel – o treinador alemão havia sido vice na edição anterior, com o PSG.
Ajustado além de conta, com valores individuais além da conta. Preparado para endurecer o jogo como já havia feito na Premier League, apesar das colocações finais (1º x 4º). E também havia outro ponto. A vivência do Chelsea. Ao clube londrino, a final em Portugal era a chance de obter o bicampeonato da Champions League, nove anos após a história diante do Bayern.
Em campo, o equilíbrio existiu como se esperava, mas quando pendeu foi basicamente para o Chelsea, que marcou Kai Havertz ainda no 1T, após três boas chances desperdiças por Timo Werner, e no 2T travou o City, sobretudo com a atuação muito acima da curva de N’Golo Kanté. Campeão mundial com a França, o jogador 30 anos já foi campeão nacional tanto com o Leicester City quanto com o Chelsea. No meio-campo, com muita bola e carisma, vai se credenciando a prêmios individuais maiores. Está no radar. Tem futebol demais.
No Estádio do Dragão, além da energia de ponta a ponta do volante a precisão nos desarmes diante de um adversário com toque de bola em muita velocidade, com verticalidade e letalidade – característica invertida entre as equipes neste duelo. O desafio técnico era enorme, com a atuação de Kanté dando até a impressão de que o triunfo por 1 x 0 não foi tão difícil assim. Pois foi. Afinal, era o time de Guardiola do outro lado.
Ao Chelsea, duas conquistas europeias no limite. Esta em 2020/2021, porém, com números mais sólidos, tendo 9V, 3E e 1D. Marcou 23 gols, incluindo a final, e sofreu apenas 4, passando em branco em vários jogos, incluindo a final. O time do bilionário russo agora é um dos 13 multicampeões da Europa. Já os rivais londrinos, Arsenal e Tottenham, seguem zerados…
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1º) 13x – Real Madrid (ESP, 2018)
2º) 7x – Milan (ITA, 2007)
3º) 6x – Liverpool (ING, 2019) e Bayern de Munique (ALE, 2020)
5º) 5x – Barcelona (ESP, 2015)
6º) 4x – Ajax (HOL, 1995)
7º) 3x – Manchester United (ING, 2008) e Internazionale (ITA, 2010)
9º) 2x – Benfica (POR, 1962), Nottingham Forest (ING, 1980), Juventus (ITA, 1996), Porto (POR, 2004) e Chelsea (ING, 2021)
Nº de títulos por país de 1956 a 2021 (66 edições)
18x – Espanha
14x – Inglaterra
12x – Itália
8x – Alemanha
6x – Holanda
4x – Portugal
1x – Escócia, França, Romênia e Sérvia
Público na final da Champions
De última hora, a final acabou sendo transferida de Istambul, na Turquia, para o Porto, em Portugal, com o objetivo de liberar a presença das duas torcidas inglesas, ainda que em número reduzido. Cada finalista teve direito a 6 mil torcedores, além de convidados e patrocinadores, totalizando 14.110 espectadores num palco com capacidade para 50 mil – abaixo, uma imagem geral da arena na decisão, numa cortesia de Joaquim Costa. Ou seja, a ocupação foi de 28,2%, dentro dos limites sanitários na prevenção à Covid-19 em Portugal – embora o cenário aparentasse uma presença maior. A final anterior, também transferida de última hora para Portugal, aconteceu no Estádio da Luz. Na ocasião, no início da pandemia, o jogo não teve público. Preveniu mesmo?