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Assinatura da Liga Forte Futebol

A reunião definitiva aconteceu na sede da XP Investimentos, em São Paulo. Foto: divulgação.

Composta por 26 clubes, incluindo sete nordestinos, a Liga Forte Futebol formalizou um acordo de R$ 2,3 bilhões com os investidores Life Capital Partners e Serengeti Asset Management. Pelo aporte imediato, os clubes cederam 20% das futuras receitas comerciais geradas pelo bloco no Campeonato Brasileiro a partir de 2025, quando acabará o acordo atual com a Rede Globo. Valerá por 50 anos, tanto na Série A quanto na Série B.

Dos filiados à LFF, apenas três clubes não assinaram, devido aos trâmites internos para a adesão que seguem indefinidos. No caso, Inter e Galo, os dois nomes que deverão receber os maiores repasses, e o Náutico. O presidente do timbu, Diógenes Braga, esteve no encontro em SP, mas sem firmar o ato definitivo, uma vez que o clube ainda discute o valor. Por estar na Série C, o alvirrubro receberia R$ 10 milhões. A série num ano específico pesou muito mais que a história e a capacidade econômica do Náutico, tanto que CRB e ABC receberão R$ 43 mi e R$ 33 mi, respectivamente. Considero uma distorção grande e que cabe ao Náutico, de fato, ponderar o peso de ceder 1/5 de suas futuras cotas pelo valor proposto.

Pagamento em três parcelas

Nesta largada, o maior valor do Nordeste ficou com o Sport, mesmo com o clube na Série B. O campeão pernambucano deverá receber cerca de R$ 139 milhões, com o pagamento em três parcelas: 50% ainda este ano e mais duas de 25% no próximo ano. Isso deverá ser praxe entre todos os clubes da LFF. Que a maior parte desta bolada inicial seja destinada ao pagamento de dívidas pesadas, e não em contratações inflacionadas e sem mudança no nível técnico. Abaixo, vocês confere a opinião dos presidentes de Sport (Yuri Romão) e Fortaleza (Marcelo Paz) sobre o novo passo dado sobre a Liga Forte Futebol.

A regra de divisão das receitas do Campeonato Brasileiro, entre 2025 e 2074, será assim: 45% igualitariamente, 30% pela performance esportiva e 25% pelo apelo comercial. Além disso, haverá o veto a uma diferença superior a 3,5 vezes entre as cotas do primeiro e do último.

Um campeonato e duas ligas

Vale lembrar que há, em paralelo, a Liga do Futebol Brasileiro (Libra), que conta com clubes de torcidas nacionais como Flamengo, Corinthians, São Paulo e Palmeiras, além de outros três nordestinos: Bahia, Vitória e Sampaio Corrêa. Nesta, com regras semelhantes e outros investidores, ainda não houve a assinatura. Entretanto, considerando que a Libra tende a evoluir para isso também, a ideia da “liga nacional”, com apenas um grupo gerindo o Brasileirão, deverá ficar de lado. Ou seja, serão dois blocos comerciais negociando contratos de tevê, mas sem unidade organizacional – ao menos neste momento. A conferir.

Abaixo, confira a previsão de aporte para os 26 clubes da Liga Forte Futebol após o contrato assinado em 30 de junho de 2023. Os três asteriscos são dos clubes que ainda não firmaram, embora o repasse já tenha sido calculado.

Repasse aos clubes pelos 20% dos direitos cedidos

1º) R$ 218 milhões – Internacional (RS)*
2º) R$ 217 milhões – Atlético (MG)*
3º) R$ 213 milhões – Fluminense (RJ)
4º) R$ 203 milhões – Athletico (PR)
5º) R$ 159 milhões – Coritiba (PR)
6º) R$ 152 milhões – Goiás (GO)
7º) R$ 139 milhões – Sport (PE)
8º) R$ 121 milhões – Fortaleza (CE)
8º) R$ 121 milhões – Ceará (CE)
10º) R$ 116 milhões – América (MG)
11º) R$ 94 milhões – Avaí (SC)
11º) R$ 94 milhões – Chapecoense (SC)
13º) R$ 93 milhões – Juventude (RS)
14º) R$ 91 milhões – Atlético (GO)
15º) R$ 62 milhões – Criciúma (SC)
16º) R$ 57 milhões – Cuiabá (MT)
17º) R$ 43 milhões – CRB (AL)
18º) R$ 38 milhões – Vila Nova (GO)
19º) R$ 33 milhões – ABC (RN)
19º) R$ 33 milhões – Londrina (PR)
21º) R$ 26 milhões – Tombense (MG)
22º) R$ 10 milhões – Náutico (PE)*
23º) R$ 8 milhões – Figueirense (SC)
24º) R$ 5 milhões – CSA (AL)
24º) R$ 5 milhões – Brusque (SC)
24º) R$ 5 milhões – Operário (PR)
* Ainda não assinaram

Yuri Romão, presidente do Sport

“Entendo este 30 de junho como histórico para o futebol brasileiro. O futebol no nosso país não aguenta mais uma divisão tão desigual nas receitas entre times de um contexto tão próximo. Não tenho dúvidas que um maior equilíbrio fará bem a todos os clubes e resultará em um produto muito melhor e atrativo, como vemos nas principais ligas do planeta. Desde o início fiz questão de que o Sport estivesse entre os clubes fundadores da LFF e também fiz questão de que o clube marcasse presença em todas as reuniões, a fim de defender os interesses e buscar o melhor para a nossa instituição. Então fico realmente muito feliz de, após tantas assembleias e discussões, ter podido materializar tudo isso com a assinatura desta sexta”.

Marcelo Paz, presidente do Fortaleza

“Estive presente em São Paulo na reunião em que consolidou a assinatura de investimentos da Liga Forte Futebol com a Serengeti. Considero isso uma grande vitória, um grupo que surgiu mais ou menos há dois anos com o intuito de discutir uma divisão mais justa de recurso no futebol brasileiro, para o que era originalmente de 10 equipes e chegou a 26. Ao longo desse período, muitas reuniões, assuntos, afinamentos de ideias, unidade, união e, acima de tudo, princípios. Os princípios que nos norteiam, que são de uma divisão mais justa para o crescimento do futebol brasileiro como um todo. Hoje é um marco finalizado a esse acordo de investimentos. A partir da semana que vem, a XP, que é o banco parceiro dessa operação já se disponibiliza para adiantar a parte dos recursos, vai ser importante para os clubes. E nós do Forte Futebol permanecemos de portas abertas para que outros clubes que ainda não fazem parte, possam fazer parte. Engrossar essa corrente e que a gente possa ter, quem sabe no futuro uma liga unificada no Brasil”.


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