O City é o 4º inglês a ganhar o título, sendo o único na primeira tentativa. Foto: Fifa/divulgação.
Atual tricampeão da Premier League e clube de maior faturamento no mundo, o Manchester City viajou para a Arábia Saudita para cumprir o protocolo europeu dos últimos anos. Mesmo sem as estrelas Haaland e De Bruyne, vetados por lesão, o time de Guardiola sobrou no Mundial de Clubes de 2023. Na semifinal, goleou o Urawa Red Diamonds por 3 x 0. Na final, goleou o Fluminense por 4 x 0. Sem precisar acelerar e sendo efetivo nos erros dos adversários, o clube inglês superou o campeão asiático e o campeão sul-americano sem aperreio. Diante do Flu, cujo estilo de Fernando Diniz teria que funcionar em grau máximo, o gol marcado com apenas 50 segundos praticamente definiu a partida em 22 de dezembro.
Este título inédito do Manchester City representou a 11ª conquista consecutiva da Europa no Mundial. É o maior domínio na história interclubes, que, acredite, já teve a América do Sul à frente durante muito tempo – sobretudo na era da Copa Intercontinental, entre 1960 e 2004. Contudo, o roteiro não mudou mais após o título do Corinthians no Japão, em 2012. Vem sendo sempre a favor do Velho Mundo. Hoje, o retrospecto aponta 37 taças na Europa e 26 na América do Sul. A diferença está justamente o “hendeca” atual.
Considerando só o Mundial de Clubes da Fifa, com europeus e sul-americanos estreando só na semifinal, os campeões da Champions League avançaram todas as 19 vezes desde 2005, com 16 títulos. Na final, foram 13 jogos contra os campeões da Libertadores, que venceram apenas 3. Ou seja, os representantes da Conmebol ainda caíram em 6 semifinais, sendo 3 contra asiáticos, 2 contra africanos e 1 contra o time da Concacaf.
Mundial de Clubes agora terá 12 times europeus
Esta edição do Mundial de Clubes no Oriente Médio foi a última com este modelo enxuto, com um time de cada confederação continental, além do representante do país-sede. Em vez de 7, agora serão 32 clubes, num formato que será realizado de quatro em quatro anos, como a Copa do Mundo de seleções. A estreia do “Super Mundial” será em 2025, nos EUA. Ao todo, a Uefa terá 12 representantes! Oito nomes já estão confirmados: Bayern de Munique, Benfica, Chelsea, Internazionale, Manchester City, Porto, PSG e Real Madrid.
É difícil imaginar alguém furando essa bolha, mesmo com o crescimento econômico dos times brasileiros nos últimos anos. Por sinal, dos seis representantes da Conmebol, os três já definidos são brasileiros: Fluminense, Palmeiras e Flamengo. E os três tiveram chance no Mundial recentemente, numa disputa com dois jogos. Agora, para buscar a taça, será preciso percorrer uma campanha com sete partidas, tendo não um, mas vários times de ponta pela frente. A repetição daquela cena do Corinthians em Yokohama vai ser muito difícil…
O hendecacampeonato mundial da Europa
2013 – Bayern de Munique (ALE) 2 x 0 Raja Casablanca (MAR)
2014 – Real Madrid (ESP) 2 x 0 San Lorenzo (ARG)
2015 – Barcelona (ESP) 3 x 0 River Plate (ARG)
2016 – Real Madrid (ESP) 4 x 2 Kashima Antlers (JAP)*
2017 – Real Madrid (ESP) 1 x 0 Grêmio (BRA)
2018 – Real Madrid (ESP) 4 x 1 Al Ain (EAU)
2019 – Liverpool (ING) 1 x 0 Flamengo (BRA)*
2020 – Bayern de Munique (ALE) 1 x 0 Tigres (MEX)
2021 – Chelsea (ING) 2 x 1 Palmeiras (BRA)*
2022 – Real Madrid (ESP) 5 x 3 Al-Hilal (SAU)
2023 – Manchester City (ING) 4 x 0 Fluminense (BRA)
* Na prorrogação
Ranking de títulos mundiais de 1960 a 2023
8 vezes – Real Madrid (ESP)
4 vezes – Bayern de Munique (ALE) e Milan (ITA)
3 vezes – Barcelona (ESP), Boca Juniors (ARG), Internazionale (ITA), Nacional (URU), Peñarol (URU) e São Paulo (BRA)
2 vezes – Ajax (HOL), Corinthians (BRA), Independiente (ARG), Juventus (ITA), Manchester United (ING), Porto (POR) e Santos (BRA)
1 vez – Atlético de Madrid (ESP), Borussia Dortmund (ALE), Chelsea (ING) Estrela Vermelha (SRV), Estudiantes (ARG), Feyenoord (HOL), Flamengo (BRA), Grêmio (BRA), Internacional (BRA), Liverpool (ING), Manchester City (ING), Olimpia (PAR), Racing (ARG), River Plate (ARG) e Vélez Sarsfield (ARG)
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